Capítulo 52

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— Parabéns, Sophia! — Mel foi dar um abraço na mulher enquanto Lua ainda surtava e pulava sozinha.

— Eu imagino a cara da Luiza. — Lua disse em meio a uma gargalhada e em seguida deu um abraço apertado na amiga. — Sabe que se eu não for madrinha você estará arruinada, não é? — Disse com uma feição brava.

— Depois desse pedido super gentil. — As duas deram risada e se abraçaram mais uma vez.

Sophia passou o dia todo na empresa com as meninas, mesmo após ter assinado sua demissão, continuou ali pois não tinha muita coisa pra fazer em casa, ficar com suas amigas era bem mais atraente do que ficar em casa e aturar sua irmã sendo falsa ou sua mãe sendo boazinha.

Foi embora já era mais de sete da noite, seu celular havia descarregado por volta de quatro da tarde, mas ela não se importou, o papo estava ótimo. Se surpreendeu ao ver o carro de Micael na porta de sua casa e entrou apressada.

— Onde diabos você se enfiou, Sophia? — Ela sentiu os braços de Micael em volta de si e sorriu com a preocupação em sua voz. — Eu deixei mil recados e esse seu celular só da caixa de mensagem.

— Que desespero é esse? Eu estava no trabalho com as meninas, meu telefone descarregou. — Se apressou a explicar, ainda achando fofo a preocupação.

— Fiquei preocupado! — Ele se afastou e acariciou a barriga da mulher. — Com os dois, não gosto de ficar sem notícias suas.

— Eu nem sabia que você vinha hoje aqui. Você se mudou e é meu vizinho agora ou o quê? — Sophia deu risada, os dois ainda estavam parados na porta.

— Eu fiquei com saudade e acho que vale a pena dirigir uma hora pra ver esse seu rostinho lindo e te dar um beijo! — A agarrou para um beijo saudoso.

— Eita! — Sophia disse quando a deixou. — Isso que é saudade. — Ele passou as mãos pelo cabelo e tinha um sorriso no rosto. — Trouxe Felipe?

— Está por algum lugar com a Luiza. — Ele deu de ombros, mas Sophia sabia que ele ainda estava com raiva pelo que ela havia dito no dia anterior.

— Vamos pra cozinha, preciso jantar, nosso bebê vai me deixar gorda de tanto que comecei a comer, sabia? — Ela mudou o assunto na tentativa de descontrair o ambiente, e conseguiu, logo começaram a conversar sobre seu futuro bebê e o sorriso voltou ao rosto de Micael.

Micael foi embora e já passava das nove, Sophia deu um beijo e um abraço no sobrinho em seguida foi tomar um banho e se deitar, estava exausta. Colocou as mãos na barriga e pegou no sono pensando em seu bebê, como resultado sonhou com o pequeno.

Na manhã seguinte, a loira acordou animada e não demorou a descer após fazer sua higiene matinal. Encontrou os pais no sofá.

— Bom dia! — Cumprimentou ao se sentar no outro sofá, de frente ao casal.

— Bom dia, filha. — Os dois responderam juntos e soltaram uma risada.

— Parece animada. — Branca disse para Sophia ao perceber o sorriso que não saia de seu rosto. — Algo especial?

— Não, na verdade eu só acordei empolgada, sonhei com o meu bebê. — Contou com um sorriso ainda mais aberto. — E agora que pedi demissão, não sei bem o que fazer com o meu tempo livre.

— Usa pra tomar café, meu neto precisa comer. — Branca disse com tom de repreensão, mas ela sabia que era brincadeira. — Você se alimenta muito mal.

— Seu neto vai me deixar enorme, ando comendo que nem uma jamanta. — Respondeu ainda de bom humor. Os passos de Luiza foram ouvidos e Sophia fechou a cara na mesma hora, observou a irmã caminhar devagar e se sentar ao lado dos pais.

— Bom dia, família. — Sophia virou os olhos e se levantou, pronta pra sair do mesmo ambiente.

— Para de drama, eu só falei umas mentirinhas bobas, você vai ficar com raiva de mim pra sempre? — Sophia parou de andar e se virou, olhando nos olhos da irmã. — Não precisa sair quando eu chego, somos irmãs.

— Você não pensou nisso quando fez o que fez. — Respondeu com rancor.

— Até onde eu sei, não fiz nada demais, eu não posso ser culpada por vocês não terem confiança um no outro. — Sophia bufou sem acreditar no que estava ouvindo.

— Luiza, dá um tempo. — Resolveu se sentar de novo. — Aceita de uma vez que perdeu e tudo vai ficar bem.

— Eu já aceitei, não vou armar mais nada, tá legal?

— Como se eu fosse acreditar que você mudou de ideia de ontem pra hoje. — Soltou uma risada incrédula.

— É mais fácil encontrar alguém que me ama de verdade.

— Olha, finalmente a gente concordando em alguma coisa, não achei mais que fosse possível. — Respondeu com certo tom de deboche.

— É muito bom ver vocês assim de novo, conversando e se entendendo.

— Não vai durar muito. — Sophia levantou e saiu de perto, indo pra cozinha tomar seu café da manhã sozinha e pensar sobre essa mudança repentina de Luiza.

O dia passou rápido, Micael e Sophia trocaram mensagens o tempo todo, visto que o moreno ao invés de trabalhar, ficava enviando a Sophia de cinco em cinco minutos mensagens perguntando se tudo estava bem.

Sophia passou bastante mal durante do dia também, havia vomitado tudo o que tentou comer e se perguntava como ainda estava de pé se o seu bebê não aceitava alimento nenhum.

Agora, pouco mais de seis da noite, Sophia estava deitada no sofá, sozinha e assistindo televisão. Ouviu a campainha tocar, mas não se deu o trabalho de atender, apenas ignorou e viu o vulto da mãe ir até la.

Sentiu enjoo novamente e fechou os olhos, rezando para que passasse sem a necessidade de colocar até mesmo as tripas pra fora. Sentiu mãos em seus ombros e abriu os olhos na mesma hora, conhecia aquele toque.

— Está passando mal? — Micael disse com os olhos alarmado, parecia preocupado.

— Você está quase me fazendo acreditar que mora aqui. — Sophia disse com um sorriso e então fechou os olhos outra vez.

— Dessa vez eu vim pra te buscar pra nossa casa. — Contou empolgado.

— E nem me avisa nada? — Sophia perguntou com um tom de reprovação e ele ficou sem graça por alguns instantes.

— Era uma surpresa. — Abriu os olhos com um sorriso que aliviou Micael. — Vai arrumar suas coisas. — Sophia se sentou, percebendo estar melhor e então ficou de pé. — Quer ajuda?

— Não, pode ficar ai, a maioria das coisas está na sua casa mesmo. — Dei de ombros e virei pra ir pro meu quarto.

— Nossa casa. — Ele me corrigiu e eu subi com um sorriso no rosto imenso.

InevitávelWhere stories live. Discover now