Capítulo 22

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— Não fica com raiva de mim, não hoje pelo menos. Acabamos de decidir ficar juntos. — A voz meiga derretia seu coração, mas se manteve duro.

— Decidimos ficar juntos com base em uma mentira. — Disse ainda mantendo a postura e olhou em seus olhos quando uma sombra de tristeza cruzou seu olhar. Ele a abraçou e soltou mais um suspiro, arriando os ombros.

— Não se afasta de mim de novo. — Tinha um tom baixo, com medo de realmente acontecer aquilo por uma besteira. Ela recebeu um beijo na testa e sorriu, sabendo que tudo ficaria bem.

— Não tem como me afastar da minha namorada. — Arrancou mais um sorriso da mulher, estava realmente muito apaixonada pra ficar sorrindo como boba. — Nunca mais minta pra mim de novo. — Pediu a olhando nos olhos e a observou assentir. — Se achar que vou brigar com você se souber de alguma coisa, lembra que quando eu descobrir a verdade, vou brigar em dobro. Odeio mentiras.

— Tudo bem, eu não minto. — Fez uma cruz com os dedos e deu beijinhos ali, como um gesto de promessa.

— Deixa de ser boba. — Deu risada e em seguida lhe deu mais um beijo. — Veste sua roupa que já já eu vou ficar de pau duro de novo e preciso ir dormir. Já é mais de duas da manhã e eu tenho que levantar cedo amanhã. — A loira assentiu juntando suas roupas espalhadas por ali.

Subiram as escadas de mãos dadas e Sophia parou diante da porta do quarto de hóspedes, pronta pra lhe dar um beijo e então entrar. O moreno franziu a testa e a deixou confusa.

— O que foi? — Perguntou com olhos urgentes.

— Você deveria dormir comigo. — Comentou com um biquinho e a fez sorrir, estava mesmo aguardando aquele convite. — De conchinha, bem abraçadinhos.

— É sério? — Perguntou com dúvida enquanto mordia o lábio inferior. — Tem certeza?

— Sophia, você é minha namorada, não pode ser tão insegura em relação a mim. — O sorriso dela se abriu ainda mais ao ouvi-lo falar daquela forma e chamá-la de namorada.

— Começamos a namorar há duas horas, bonitão. E eu não tenho costume de dormir com ninguém. — Cruzou os braços e o encarou.

— Agora vai ter, todo dia na minha cama com aquele short minúsculo e essa camisa que me deixa passear por debaixo com as minhas mãos. — Ele a prendeu na parede e a loira soltou um gemido baixo. — Sério, você me enlouquece!

A loira não respondeu, apenas iniciou um beijo quente, mas dessa vez não foram além, estava realmente tarde e o dia seguinte seria puxado. Caminharam pro quarto e então foram tomar um banho juntos, mais carícias aconteceram, estavam felizes dentro da bolha e esperavam que demorasse muito para estoura-la.

De volta ao quarto, Micael vestiu uma samba canção e ficou observando a loira de toalha. Todo tesão de volta ao se lembrar do dia em que foi atacado por ela, com certeza iria trabalhar virado no dia seguinte.

— Tenho que ir no meu quarto pegar uma roupa pra dormir. — Sophia falou e se virou pra porta, Micael levantou num pulo e tentou puxá-la pra ele, só conseguiu pegar a toalha e a deixou nua. Seu instinto havia sido cobrir as partes íntimas com as mãos. — Que isso hein, Micael? — Disse levemente irritada com a brincadeira.

— Você pode dormir assim. — Sorriu ao ver a breve raiva que tinha em seus olhos se transformar em tesão a medida que conseguiu perceber que ele já estava de pau duro. — Eu não vou reclamar.

— Sem chance, preciso me cobrir de algo. — A loira tirou as mãos que se cobriam e encarou Micael de sobrancelha erguida enquanto ele não conseguia tirar os olhos de seu corpo. — Você tem que trabalhar amanhã e se eu dormir assim, você que não vai dormir. — Soltou uma risada alta e ele balançou a cabeça, sabendo que era bem verdade.

— Veste minha blusa então! — Disse ainda sem desviar o olhar do corpo nu da mulher á sua frente.

— Por que não me deixa ir até o meu quarto? — Sorria e então ele finalmente ergueu o olhar pra ela.

— Porque é muito longe e eu vou morrer de saudades! — Respondeu com um tom apaixonado e se aproximou pra um beijo. — Essa resposta tá boa pra senhora?

— Ótima! Me dá uma aí, por favor. — Ele foi até o armário procurar uma camisa e então jogou pra mulher, que vestiu assim, sem nada por baixo, Sophia o enlouqueceria de tesão já já. Quando ia se deitar, bateu o olho no porta retrato que tinha ali, com a foto do antigo casal e se sentiu extremamente culpada de repente. — Nossa, isso parece tão errado.

— Não é. — Se sentou ao lado da mulher que não tirava os olhos de Luiza sorrindo apaixonada pra Micael. — Você sabe que não é, foi você que me convenceu disso!

— Era minha irmã... Parece que estou furando o olho dela, coisa que nunca faria. — Levou a mão até o peito, se sentindo triste e recebeu um abraço dele. — Eu sei que eu fiz campanha de que não era nada demais, mas é que as vezes realmente parece errado.

— Agora que você fez eu admitir que sou apaixonado por você e que isso é uma coisa que merece ser vivida, eu não vou deixar que caia no mesmo buraco que eu estava. Luiza está morta, não estamos passando ela pra trás, nenhum de nós dois faria isso.

— Mas você a ama. Essa foto não estaria na cabeceira da sua cama se não a amasse ainda. — A loira pegou a foto nas mãos pra olhar mais de perto.

— Eu amo a Luiza e sempre vou amar. — Disse com tamanha sinceridade. — A forma como a perdemos não foi natural e é por isso que fica esse sentimento de que dava pra ser mais. Mas Soph, ela não está mais aqui com a gente, eu tenho absoluta certeza de que ela iria querer a nossa felicidade. Não tirei nenhuma das fotos, porque quero que o Felipe saiba quem foi sua mãe, mas pode deixar que essa aqui, vou colocar lá na sala. — Pegou a foto da mão dela e colocou virada pra baixo, igual da outra vez. — É você quem eu quero, estou louco por você. — Lhe deu um beijo e Sophia assentiu, se envolveu nos braços de Micael e adormeceu, tentando se convencer de que tinha feito a coisa certa ao insistir com Micael para que aquela relação começasse. 

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