Capítulo 26

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Deram banho em Felipe e o colocaram pra dormir. Micael finalmente pôde tirar o vestido do corpo da namorada, estava ansioso por aquele momento, tinha passado boa parte do passeio imaginando quando poderia fazer aquilo.

Entraram no quarto se beijando e caíram na cama sem se afastar, mas antes que Micael conseguisse realizar seu sonho de tirar aquela roupa dela, a campainha tocou.

— Que droga! — Sophia se afastou com uma careta. — Só pode ser alguma piada.

— Que será uma hora dessa? — Micael falou e se levantou da cama, estava sem camisa e não se deu ao trabalho de vesti-la novamente. Não sabia nem em que momento tinha tirado e onde tinha jogado. Sophia ajeitou o vestido e então desceram pra ver quem estava na porta dez da noite.

A loira parou na sala enquanto Micael foi abrir a porta, ele tomou um susto ao fazê-lo. Carla estava parada do outro lado do batente com um sorriso bem convidativo, a mulher o analisou de cima a baixo e mordeu o lábio inferior quando terminou, na hora Micael se arrependeu de não ter ido procurar sua camisa.

Os dois se encararam sem dizer nada e então depois de sabe-se lá quanto tempo de silêncio a mulher avançou pra cima de Micael e iniciou o beijo. O moreno ficou sem reação, tinha os olhos arregalados enquanto a mulher beijava sozinha. Demorou um tempo até ter a reação de afasta-la.

— Que palhaçada é essa? — A voz de Sophia soou alta por trás dos dois quando ele a afastou. O moreno não precisou olhar pra trás pra saber que a loira tinha as mãos na cintura enquanto os olhava.

— Ué, agora tem namoradinha, Mica? — A ruiva perguntou e ele só assentiu com a cabeça, parecia que tinham comido sua língua.

— Namoradinha não, NAMORADA! — Caminhou até perto de Micael e lhe abraçou pela cintura, ele no mesmo instante respirou aliviado por saber que pelo menos não estava com raiva dele ainda.

— Eu conheço você! — Ela disse ao olhar bem nos olhos de Sophia, levou um segundo pra se lembrar. — Foi por causa dela que você me pediu pra ir embora naquele dia, não é? Francamente Micael você podia ter me avisado que arranjou uma namorada, teria me poupado de fazer essa cena ridícula. Mesmo que a sua namorada seja essa garota com cara de quem ainda usa fralda.

Ao dizer isso, a mulher de cabelo ruivo cintilante levou um tapa, quando Micael deu por si, reparou que Sophia havia deixado o rosto da mulher vermelho e arregalou os olhos, realmente não tava esperando por aquilo. Antes que Carla revidasse, Micael puxou Sophia pra trás.

— Que isso Sophia, você nunca foi de violência. — Falou assim que a viu doida pra comprar aquela briga. — Para com essa loucura.

— Eu a vi indo embora aquele dia, sei que é verdade o que está dizendo. — Ela estava com ódio no olhar. — E você não me conhece o suficiente pra saber se eu sou ou não de violência. — Ela deu uma última olhada pra Carla que ainda tinha a mão no rosto e subiu as escadas.

— Desculpa pelo tapa, mas sinceramente você não a devia ter ofendido assim de graça. O que veio fazer aqui, Carla?

— Eu vim ver você né, eu adorei a nossa noite! Você devia ter me avisado que tinha namorada, ai eu ia parar de correr atrás de você. Passar bem, Micael. — Micael rolou os olhos e fechou a porta, sem saco pra aquela situação. Ele não fez questão de atender nenhuma ligação daquela mulher desde que começou de verdade com Sophia, todo esse estresse por conta de uma noite na balada que ele nem queria ir.

Subiu as escadas devagar, pensando se Sophia ia ou não brigar com ele por conta daquele beijo roubado. Passou no quarto de hóspedes imaginando que por estar com raiva, talvez estivesse lá, mas pra sua surpresa estava vazio. Mais um pouco á frente encontrou sua namorada deitada na cama, encarando o teto.

— Ei! — Ela não desviou o olhar do teto. — Podemos conversar? — Ela assentiu, mas ainda assim, não o encarou. — Você sabe que eu não fiz nada de errado, né?

— Fez sim. — Disse com a voz brava ainda sem olhar.

— Fiz o quê? — Suspirou, sem querer brigar e sem saber o que fazer pra evitar.

— Você transou com aquela vadia, Micael. — Ela finalmente o olhou e ele deu risada, sabendo por aquela resposta seca que ficaria tudo bem.

— Eu era solteiro, minha filha, não foi nada de errado. — Ela continuou o encarando séria. — Além do mais eu estava tão bêbado que nem me lembro de como as coisas aconteceram, eu só acordei pelado do lado dela, mas deve ter sido muito bom, já que ela não larga do meu pé.

— Pior ainda. — Desviou o olhar novamente. — Sabe nem se usou camisinha, essa maluca vai chegar aqui dizendo que tá gravida. — Ele deu risada da carinha de brava dela.

— Sophia, vamos parar de brigar atoa, não tenho culpa se ela resolveu vir aqui e me agarrar, você deveria saber como sou irresistível — Finalmente arrancou uma risada de Sophia, que lhe deu um tapinha no braço. — É verdade, ainda desci sem camisa, tadinha, não a culpo e também não culpo você por ser tão ciumenta.

— Eu não sou ciumenta, Micael! — Ele soltou uma gargalhada debochada.

— Ah, não é? — Perguntou com o mesmo deboche e Sophia ficou sem graça. — Você deu um tapa na cara da Carla e diz que não é ciumenta? — Ela deixou escapar um sorriso.

— Dei porque ela me ofendeu — Ela explica com vergonha. — E te agarrou, eu mereço perdão por isso, mas eu não sou ciumenta.

— Tinha um cara na loja em que você comprou o vestido que estava te olhando e você não gostaria que eu voasse nele. — Arrancou risada dela com aquela comparação tosca.

— Estava? — Tentou se lembrar daquela situação, mas não tinha prestado atenção. — Mesmo se estivesse, são situações diferentes.

— Claro que não, tudo envolve ciúme. — Deu de ombros explicando.

— Aham, uma maluca entra na sua casa, envolve os braços no seu pescoço e te beija, é realmente comparável com um vendedor que ficou me olhando de longe. — Ironizou e viu Micael segurar o riso.

— Claro que é.

— Acho melhor você parar, ou eu vou pra cima de você também. — Ameaçou e então viu o rosto dele assumir um certo tom de malícia.

— Opa, vem sim... — Sorriu e se levantou pra encaixar em seu colo, de pernas abertas.

— O lado bom é que a gente conversa e não ficamos brigados. — Começou a rebolar e viu Micael arregalar os olhos, já podia sentir a ereção embaixo de si.

— Impossível ficar brigado com você. — Tentou levar as mãos aos seus peitos, mas ela impediu e continuou a rebolar. Micael ficaria louco se ela continuasse assim. — Porra, Sophia!

— Vai ser do meu jeito. — Ela diz de uma forma sexy e então lhe dá um beijinho no pescoço.

— Para com isso. — Falou com um gemido e a sentiu se levantar, olhou pra baixo a tempo de vê-la desabotoar sua calça para que botasse o membro pra fora. Mas antes que concluísse, ouviram pela babá eletrônica o choro de Felipe. — Hoje tá difícil. — Reclamou e Sophia saiu de cima dele com um sorriso.

— Nós já fizemos isso hoje né, não precisa reclamar tanto. — Piscou e saiu do quarto indo buscar o bebê.

— Papai! — Felipe disse empolgado assim que chegaram lá, minutos depois. Micael esticou os braços e o filho se jogou pra ele.

— E ai, filhão? — O menino se aconchegou no peito do pai, os dois ficaram deitados abraçados por alguns instantes e a loira se deitou de frente a eles, fazendo carinho nos cabelinhos de Felipe.

— Acho linda essa cena. — Tinha um tom de voz doce.

— Eu acharia linda a cena que ia acontecer se ele não acordasse. — Disse com um tom sério e em seguida deu risada, aliviando o clima. Sophia negou com a cabeça várias vezes.

— Você anda terrível, sr. Borges. — Lhe deu um selinho e ficaram os três ali, até pegarem no sono. 

InevitávelWhere stories live. Discover now