Capítulo 50

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— Chega Luiza, agora tem um bebê vindo, tá na hora de deixar eles em paz. — Branca tentou finalizar o assunto de uma vez.

— Eu odeio todos vocês! — Luiza disse com raiva, deixando finalmente a máscara cair.

— Pensei que você me amasse. — Micael disse com uma risada e a mulher o fuzilou com o olhar.

— Se algum dia eu tivesse te amado, eu não teria fugido com outro. — Revelou com um sorriso cínico e o viu franzir a testa, sem acreditar naquilo.

— Você o quê? — Ele disse perplexo e o sorriso de Luiza aumentou.

— Isso que você ouviu. — Disse com prazer ao ver a expressão de dor em seu rosto. — Eu sempre tive outro, Micael. Sabe o Felipe? Seu filho que você tanto ama? — Ela não terminou de falar, parou pra dar risada da expressão de horror que tinha no rosto de Micael.

— Luiza, não ouse dizer isso! — Sophia ganhou sua atenção e então acertou um tapa na cara da irmã.

Tudo aconteceu em questões de segundos e quando Micael deu por si, Sophia já estava sentada em cima da irmã lhe mais tapas. Uma gritaria se instaurou na sala e ninguém entendia o que diziam. Branca puxou Felipe para si e tampou a visão do menino daquela baixaria.

— Micael, faz alguma coisa! — Branca gritou, desesperada e ele ainda parecia em transe.

— Luiza merece uns bons tapas. — Ele esperou mais alguns instantes e quando Luiza ia conseguir virar pra cima de Sophia, ele se mexeu e separou as duas, segurando a ex-mulher.

— Me larga! — Ela esperneou enquanto estava presa.

— Se eu pudesse nunca mais colocaria as mãos em você, Luiza! — Tinha um tom de nojo, observou Sophia assentir e então largou a mulher, que não disse mais nada, apenas saiu de perto.

— Desculpa, Sophia. — Branca disse por fim e saiu de perto puxando Felipe com ela para que os dois pudessem conversar e se entender.

— E como nós ficamos depois de toda essa confusão? — Micael perguntou com certo receio, mas recebeu um belo sorriso de sua amada que se aproximou pra iniciar mais um beijo.

O beijo foi encerrado com selinhos, apesar de terem se beijado no quarto, os dois estavam com muitas saudades. Ficaram abraçados no sofá por um bom tempo.

— Estava com tantas saudades de você. — Quebrou o silêncio confortável que estava e lhe deu um beijo no topo da cabeça.

— Eu também, meu lindo. — Sophia levantou a cabeça e lhe deu um selinho. Após isso, mas um pouco de silêncio.

— Sophia, será que é verdade o que ela disse? — Luiza havia alugado um tríplex em sua cabeça e não conseguia deixar de pensar naquilo, mesmo ali com a mulher que amava nos braços.

— Felipe sempre será seu filho! — Ia começar um discurso, mas ele apenas balançou a cabeça.

— Eu sei que ele sempre vai ser meu filho, mas essa maluca não pode chegar do nada e dizer que sempre teve outro. Fala sério, meu casamento era uma mentira? Minha paternidade é uma mentira? Eu tento lembrar de como vivíamos antes do acidente e não vejo espaço pra um amante.

— Não pensa nisso, sabemos que ela é uma mentirosa de primeira, essa história pode sim ser verdade, mas pode não ser, não saberemos a menos que você queria submeter seu filho a um exame de DNA. Eu, sinceramente, não acho que vale a pena.

— Ah, Sophia! — Passou as mãos no rosto, confuso demais com aquela situação inesperada. — É estranho imaginar que eu sempre fui corno.

— Eu amo você, Felipe ama você e o nosso bebê ama você, acho que é o que importa agora.

— Você tem razão, é tudo que importa pra mim. Vamos embora pra casa! — Ele sorriu contente e então a viu se afastar.

— Não quero ir pra lá. — Observou seu olhar de confusão. — Eu tenho um trabalho aqui agora. — Justificou de forma básica e não o convenceu.

— Não acredito que você não quer voltar pra casa comigo. — Parecia indignado. — Qual é o motivo? Não acredito que seja por causa desse seu trabalho, você está nele o que, um mês?

— Só entro naquela casa quando você trocar aquela cama. — Disse com nojo e ele então caiu na gargalhada.

— Não acredito nisso! — Conseguiu dizer entre as risadas. — Para de bobeira.

— Não é engraçado. — Fez cara de brava. — Você tem que agradecer por eu não mandar comprar uma casa nova.

— Você sabe que aquela cama sempre foi minha e da Luiza, né? — Tentou dizer sério, mas não conseguiu, acabou dando risada de novo. — Não aconteceu nada que já não houvesse acontecido antes.

— Mas antes eu não tinha nojo dela. — Fez um biquinho e Micael continuou com as risadas. — E de você também. Devia te dar um gelo por mais um mês só por ter caído no papinho dela.

— Sophia, ela me enganou! — Se defendeu e recebeu um olhar fulminante da loira.

— Ela me enganou também e eu não transei com ninguém por causa disso. E eu te garanto que eu estava com bastante raiva. Então não é desculpa. — Cruzou os braços e desviou o olhar, o que começou como uma brincadeira, acabou se tornando um assunto sério.

— Você tem razão, eu não devia ter caído no papo dela, vou passar a vida te pedindo desculpas por causa disso.

— Eu espero que você tenha usado camisinha, só me falta essa maluca grávida. — Resmungou e ele negou com a cabeça. — NÃO USOU? VOCÊ É MALUCO?

— Eu quis dizer que não tem chance, eu usei camisinha. — Respondeu baixo. — Posso até ser um idiota, mas daí a irresponsável... Soph, você não vai realmente voltar pra casa comigo?

— Eu queria ter forças pra dizer que não vou, que quero me afastar de você, mas eu te amo. — Sorriu e o viu soltar a respiração aliviado.

— Ai, Sophia. — Colocou uma mão no peito e arrancou uma risada da mulher. — Não me dá esses sustos, não quero perder você.

— Sabia que já passa da hora de você ir embora? — Expulsou gentilmente e a careta voltou ao seu rosto. — Você tem coisas pra resolver, meu amor. Não quero ficar aqui muito tempo.

— Vai mesmo manter essa exigência absurda de me fazer comprar uma cama nova?

— Devo exigir sofá também? O que mais, Micael? Box? As paredes?

— Tá bom, meu amor! — Ergueu as mãos em rendição. — Eu vou passar hoje mesmo numa loja e comprar uma nova cama com colchão. —  A loira assentiu com um sorriso. — Quando a bendita chegar eu venho buscar você. Eu te amo. — Roubou outro beijo da namorada e então chamou o filho. — Felipe! — Depois de instantes aquela bolinha de gente apareceu ali correndo e sorrindo. — Vamos embora!

— Já papai? — Fez manha. — A titia vai com a gente? — Perguntou sorrindo para a tia.

— Não amor, a titia só vai depois. — Fechou a cara no mesmo instante.

— Vamos agora tia, por favor. — Juntou as mãos implorando e Sophia olhou pra Micael, na tentativa de obter alguma ajuda.

— Ela vai depois, Felipe. — Segurou na mão do menino que já tinha dado um abraço na tia e então os dois saíram da casa. Sophia se sentou no sofá com um sorriso, colocou as mãos na barriga e ficou imaginando como seria seu bebê, agora que finalmente podia se permitir ficar feliz com a chegada dele.

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