Capítulo 44

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— Filha, por que você fez isso? — Branca perguntou à filha mais velha. — Eu sei que ele é seu marido, mas você não precisa jogar na cara dela as coisas da forma que fez. Por mais que eu desaprove essa relação, a Sophia se apaixonou por ele de verdade.

— Queria mesmo que fosse verdade as coisas que eu disse, mas na realidade depois do beijo que eu roubei do Micael ele ficou tão bravo que me expulsou de casa dizendo que a amava umas quinze vezes. — Contou chateada, mas não chorava.

— Por que mentiu? A sua irmã está arrasada!

— Eu não ligo pro fato dela estar arrasada, mãe. Nenhum dos dois pensou em mim, então eu quero os dois sofrendo por tudo o que me fizeram.

— Para com isso, ninguém te fez nada! Meu amor, se tivesse a menor suspeita de que você estivesse viva, tenho certeza que esses dois não tinham nem se aproximado.

— Ninguém tem pena de mim, então eu não vou ter pena de ninguém. Se ela achar que eu estou com ele, não vai voltar lá. Foi o que eu disse ao Micael, se ele não quer ficar comigo, vai ficar sem as duas e o problema é dele.

— Não sabia que você era assim. — Colocou a mão no peito, escandalizada com as palavras da filha. — Sophia é sua irmã, se o Micael não te quer, você arranja outro homem, não é como se só tivesse ele no mundo! Vai ser feliz, Luiza, retomar sua vida, curtir seu filho, namorar bastante.

— Não estou fazendo nada demais e sinceramente eu espero que você não conte a ela a verdade, eu confiei em você, mãe. — Deu um beijo na testa da mãe que ainda estava em silêncio e saiu de perto, indo pro seu quarto, terminar de se enxugar.

**

Mais de duas semanas depois que Sophia saiu de casa, Micael já estava de cabelo em pé, desesperado por notícias. Ele havia ligado pra casa de Branca e a mesma disse que não estava lá, ligou para hospitais e delegacias próximos, mas também nada de ninguém com o nome ou a descrição da mulher. Chegou a ligar para IML e felizmente não teve respostas lá também.

Branca havia lhe dito que faria o mesmo e ele não perdeu as esperanças de encontrar, sabia que estava por ai, esperando sua raiva passar. Luiza estava proibida de entrar na casa deles, Micael havia feito isso para que quando a loira voltasse, entendesse de uma vez por todas que era ela que ele amava.

— Micael, deixa eu entrar. — Agora, Luiza estava na porta de Micael fazendo escândalo porque ele não a deixava passar. — Para de palhaçada, você acha que eu vou fazer o quê?

— Já disse que aqui você não entra! Ninguém mandou você chegar cedo, sabe muito bem a hora que o Felipe sai da escola.

— Sabe que eu não mordo, né? — Ela sorriu com deboche e fez Micael virar os olhos. — A menos que queira, daquele jeitinho que eu sei que você gosta.

— Não quero nada de você, Luiza. — Virou as costas e entrou sendo seguido pela mulher que ainda tinha um sorriso no rosto.

— Não sabe nem brincar, Sophia já te largou, meu amor.

— Sophia tá por ai com raiva, mas ela vai voltar. — Micael já estava ficando irritado com aquilo. Toda vez que conversava com Luiza era assim, terminava com raiva.

— Engraçado que na minha vez você superou bem rápido. — Ele negou com a cabeça e soltou um riso incrédulo.

— Fizeram um enterro pra você! — Quase gritou, perdendo completamente a compostura. — Você acha mesmo que se eu soubesse que você estava por aí na mão de um maluco eu não tinha te procurado até o inferno? Se não acredita nisso então você não me conhece.

InevitávelWhere stories live. Discover now