— Sophia, ela me agarrou! Eu sei que isso não tira toda a minha culpa porque eu demorei a reagir, mas eu te juro, eu não queria aquilo. — Falou calmo e depois de um longo suspiro. — Se eu realmente quisesse ter feito, você acha que eu ia entrar no quarto e te contar o que aconteceu? — Ela não queria mais conversar, aquelas lembranças a magoavam e tinha feito muito esforço pra manter aquilo guardado durante esse tempo.
— Talvez pra eu ir embora e você não ter que terminar comigo. — Ele rolou os olhos e deu um passo na direção de Sophia.
— Eu amo você!
— De qualquer forma, você ficou com a Luiza. — Saiu da cama e se afastou dele. Não podia deixar que chegasse perto o suficiente pra quebrar sua casca de raiva.
— A Luiza me manipulou e a você também. — Disse certo de que conseguiria o perdão da amada. — Ela virou uma mentirosa.
— Como assim? Você ficou com ela!
— Sim, mas... — Foi interrompido novamente.
— Mas nada, é só o que me importa. — Resmungou decepcionada por tudo ser verdade.
— Eu fiquei mais de duas semanas depois que você foi embora daquele jeito. — Disse olhando em seus olhos. — Eu não sabia onde você estava.
— Como não? Eu estava aqui o tempo todo, vim pra cá no mesmo dia!
— Acontece que eu liguei pra cá e sua mãe disse que você não tinha aparecido, Luiza confirmava o tempo todo. Eu procurei você em hospitais, delegacias e em todo lugar que eu podia. Sophia, eu fiquei desesperado atrás de você. — Viu a confusão no olhar da loira e sabia que era sua chance de fazê-la entender o que havia acontecido. — Eu fui até no IML atrás de você.
— Naquele dia a Luiza chegou aqui depois de mim, já era tarde... Ela disse que vocês tinham... — Não teve nem coragem de terminar aquela frase.
— Ela mentiu, Sophia. Eu botei a Luiza pra fora de casa naquele dia logo depois que você saiu e também a proibi de entrar nos dias que vieram.
— Então por que você ficou com ela? — Perguntou curiosa, querendo entender aquela história de uma vez por todas.
— Porque teve um dia que ela chegou pedindo a sua bolsa... — Começou a contar, mas como sempre naquela conversa, foi interrompido.
— Eu pedi pra ela trazer, ela saia daqui praticamente todos os dias pra ir na sua casa, ás vezes nem voltava. — Falou triste ao se lembrar daquilo e Micael se aproximou, fazendo carinho em sua cabeça.
— Ela com certeza não ia lá pra casa. — Deu de ombros.
— E só uma bolsa fez você mudar de ideia? — Perguntou baixo, chateada. Ainda se aproveitando do carinho que recebia.
— Não foi assim. Ela chegou dizendo que você tinha aparecido. Eu fiquei feliz e já ia pegar a chave do carro pra vir aqui te levar de volta, mas ela disse que você não queria me ver, que esteve aquelas duas semanas com o Marco. — Aquele traço de dor tinha voltado para sua expressão e ele se afastou um pouco. — Eu fiquei com raiva, tinha dedicado dias procurando você e você simplesmente estava com aquele cara. Foi aí que eu fiquei com ela.
— Eu nunca ficaria com ele de novo, você deveria me conhecer. — Disse irritada e saiu de perto dele novamente. — Você não deixava a Luiza trazer o Felipe pra me visitar!
— Ela nunca pediu pra trazer o Felipe, Sophia! — Rolou os olhos. — Ela enganou nós dois.
— Eu vou acabar com a raça dessa desalmada, ela é minha irmã, não é possível que tenha feito uma coisa dessa sem nem pensar nas consequências. — Caminhou em direção á porta, mas sentiu a mão de Micael a segurando. Ele a virou e a prendeu pela cintura, iniciando um beijo saudoso.
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Inevitável
RomanceMicael e Luiza são um casal harmonioso e feliz. Tem Felipe, seu filho de oito meses e os três vivem numa boa casa, localizada no Rio de janeiro, em Niterói. Tudo muda após um trágico acidente, que deixa o rapaz viúvo, com um filho pra cuidar. A aju...