Capítulo 63

22 6 1
                                    

Dois dias haviam se passado e o casal estava prestes a sair de casa pra ir até a consulta com a obstetra, finalmente sua primeira consulta aconteceria. Sophia enrolava pra terminar de se arrumar e Micael já estava agoniado com aquilo, queria saber de seu bebê de uma vez.

— Meu amor, vamos chegar atrasados se não sairmos nesse instante. — Ele foi apressá-la mais uma vez. — Por favor, você já está maravilhosa, não precisa de mais maquiagem.

— Já estou pronta, homem, deixa de ser apressado! — Ela se aproximou dele e lhe deu a mão. — A babá está com Felipe na cozinha?

— Sim, ela foi arrumar almoço pra ele, vamos? — Apressou mais uma vez, a puxando pra fora.

— Santo Deus, que pressa! — Deu uma risadinha ao prender o cinto. — Não deixou nem eu me despedir do menino.

— Eu preciso saber se esta tudo bem com o nosso bebê, você extrapolou demais e sabe disso! — Sophia se lembrou do nervoso que passou e da briga com a irmã. Micael arrancou com o carro e em vinte minutos já estavam entrando no consultório da médica.

— Olá, papais! — A médica que não os conhecia ainda disse simpática e os dois responderam juntos um singelo "oi". — Mamãe, faremos a transvaginal, preciso que vista esse avental com a amarração pra frente e sem calcinha, está bem? — Sophia corou até a raiz dos cabelos, já tinha feito aquele exame antes, mas nunca com ninguém de plateia.

A loira se deitou na maca com as pernas abertas totalmente exposta a médica, Micael estava perto de sua cabeça e arregalou os olhos ao ver a mulher puxar o aparelho fino e comprido.

O exame em si não doía, mas não pode se dizer que é confortável. Sophia ficou atenta a tela do computador junto com Micael, que já tinha deixado de ficar impactado sobre o modo como aquele exame era feito.

— Está tudo bem? — Perguntou a médica que nada falava, só marcava os rabiscos na tela.

— Só um instante. — Pediu e remexeu mais um pouco o aparelho pra finalizar a parte importante. — Prontinho, seu bebê está ótimo, apontou para o pequeno rabisco na tela. — Ele é bem maior do que eu esperava, seu feto tem o tamanho e peso equivalente a dezessete semanas.

— Está dizendo que estou grávida há mais de quatro meses e não sabia? — Arregalou os olhos surpresa. — Isso não é possível, meus enjoos são recentes!

— É bem possível, olhe só as imagens, seu bebê está bem desenvolvido! — Mostrou os membros do pequeno. — Já até consigo ver que é um menino! — Comunicou os dois e Micael só faltou pular de alegria. — Ainda é um pouco cedo pra dizer com cem por cento de certeza, mas na próxima ultra com certeza saberemos.

— Gente, que loucura. — A loira ainda estava estarrecida.

— Fica tranquila, as vezes é normal não perceber no início. — A médica sorriu tranquilizadora. — Perdemos alguns meses de vitamina e um exame importante, mas nada disso é o fim do mundo vamos cuidar desse pequeno como um rei daqui para frente. — Então a médica ficou em silêncio e colocou o coraçãozinho do bebê para tocar.

— É ele? — Micael disse mais uma vez a ponto de chorar de emoção como se fosse pai de primeira viagem.

— É o coração do bebê de vocês. — A médica confirmou e ele sorriu ainda mais, em seguida deu um beijo na testa de Sophia.

— É tão lindo... — Deixou escapar ainda sorrindo como um bobo.

— Estou vendo que esse pequeno bebê tem papais muito babões! — Brincou e tirou o aparelho de Sophia, encerrando o exame. — A partir da próxima consulta, faremos a ultra normal, tá bem. — Avisou e deu ordem pra Sophia se vestir, enquanto foi para sua mesa prescrever vitaminas e exames de rotina para a gravidinha. Explicou tudo o que devia a sua paciente e os dois deixaram o consultório.

— Mais um menino! — Micael disse já dentro do carro, olhando as fotos do ultrassom!

— Não fique tão confiante, ela disse que não deu para ver cem por cento.

— Já era, amor. Menina agora só no nosso próximo bebê. — Mandou língua, guardou o exame no envelope e então deu partida no carro, os dois foram pra casa conversando sobre nomes de bebês.

**

Os meses voaram, Sophia estava com uma redonda barriga, a ponto de completar vinte e oito semanas de gestação, aproximadamente sete meses. Os dois esperavam Emily, a médica que não havia dado total certeza na primeira ultra, confirmou mais tarde se tratar de uma menina, para a total alegria de Sophia.

Luiza havia dado uma trégua naqueles meses, se manteve afastada de Micael, menos quando insistia em ver o filho, nesses casos, Sophia engolia a raiva e levava o menino na casa da mãe, não deixaria Micael chegar perto dela para que tivesse ainda mais motivo pra irmã ferrar com seu noivo.

Agora, estavam os dois no fórum com seus devidos advogados aguardando para audiência de conciliação do divórcio. Os dois bem distantes um do outro, mas Luiza não deixava de olhar pra Micael um tanto triste.

Marlon representava Micael na causa e estava bem confiante de que conseguiria o divórcio pro irmão sem muita dificuldade. Ele pegou Micael com as mãos na boca, roendo as unhas.

— Quer parar com isso?! — Deu um tapa na mão de Micael que soltou um suspiro. — Parece até que não confia em mim.

— Nunca imaginei que ia precisar de você para nada, Marlon.

— Claro que não imaginou. — Disse com deboche. — "Ain eu nunca vou me separar da Luiza", "ain eu não me vejo brigando com a Luiza pela guarda do Felipe", "ain você só pensa essas coisas porque não se apaixonou de verdade". — Micael então deu risada se lembrando das inúmeras vezes que discursou pra cima de Marlon.

— Deixa de ser babaca. — Empurrou o irmão, mas logo a risada cedeu e o nervosismo voltou. — Céus, para que essa demora infernal?

— Certeza que tem um casal lá dentro mais complicado do que você e Luiza.

— Como se fosse fácil de encontrar. — Suspirou. — Já reparou que a dita cuja não para de olhar pra cá?

— Meses sem ver a carinha do grande amor da vida dela, deve estar com saudades. — Ironizou e Micael deu risada de novo.

— Marlon você tem quinze anos? Deixa de ser chato!

— Estou descontraindo, você está mais nervoso do que no dia do seu casamento. — Brincou mais uma vez e então ouviram os nomes serem chamados.  

InevitávelWhere stories live. Discover now