— Não acredito que finalmente está me pedindo isso! — A loira ficou de joelhos e se jogou pra um abraço e um beijo quente, apaixonado.
— Eu sei que você não queria ter um filho sem casar, como nós nos apressamos, agora temos que correr pra dar tempo. — Sorriu pra loira que estava a ponto de chorar. — Eu ainda não ouvi um "sim".
— Mas é lógico que sim! — Secou umas lágrimas teimosas que insistiam em cair. — Você ainda duvida que eu diria sim?
— Ah, você estava irritada comigo há dez minutos.
— Mas sempre estou irritada com você, a sorte é que meu amor é muito maior.
— Quem vê de longe pensa que é uma fofa. — Brincou e arrancou uma risada da noiva.
— Por isso que sou ogra, não dá pra ser fofa nem no pedido de casamento. — Deu mais risada e Micael se aproximou dando um beijo mais quente. Suas mãos deslizavam pelo corpo de sua amada numa tentativa de finalizar aquela conversa e iniciarem uma longa noite de amor. Até que ouviram batidas na porta e Micael se afastou praguejando.
— Ah, não. — Resmungou. — Vamos ficar aqui quietinhos que ele volta pro quarto dele. — Falou bem baixinho e Sophia deu risada.
— Micael, deixa de ser absurdo, o menino tem quatro anos.
— Ele entende bem como as coisas funcionam. — Rebateu enquanto ela ria ainda mais.
— Está realmente me dizendo que seu filho de apenas quatro anos sabe que você não quer abrir a porta porque esta tentando transar comigo? — O moreno assentiu. — E se fosse uma menina, você acha que ela ia entender?
— Claro que não, menina é diferente.
— Toma juízo, rapaz! — Apontou pra porta. — Abre pro seu filho que o bichinho já esta chorando de tanto que demora. E tomara que nosso bebê seja uma menina pra ver se você deixa de ser machista.
— Eu nem sou machista. — Resmungou se levantando pra abrir a porta.
— É sim, vou ensinar a menina a passar o rodo desde a creche.
— Quer parar de falar besteira? Nossa filha vai esperar os trinta anos, ou pelo menos até se formar na faculdade. Ou quem sabe a gente manda ela pra uma escola de freiras e o único marido que ela vai ter será Deus.
— Deixa de ridículo. — Soltou a gargalhada mais alta até então e ele balançou a cabeça e finalmente abriu a porta pro filho. — Oi, meu amor.
— Titia, será que eu posso ficar aqui hoje? — Pediu com uma carinha fofa e Sophia assentiu, diferente de Micael que tinha uma careta. — Eu estou feliz que voltou pra casa, quero ficar com você.
— Claro que pode meu amor, vem cá com a titia. — Abraçou e deitou com o menino, logo Micael se juntou aos dois e os três tiveram uma boa noite de sono.
Na manhã seguinte, quando Sophia acordou, Micael não estava mais na cama, ela deu um jeito de sair da cama sem acordar o pequeno e procurou seu noivo pela casa. O encontrou no escritório, e o pegou no flagra olhando uma foto.
— Bom dia, o que está vendo logo cedo? — Perguntou ao se aproximar e parar ao seu lado. Ele não teve tempo de responder, era uma foto com Luiza e Felipe na maternidade. — Ah... — Disse já de careta para a foto que anteriormente ficava em sua cabeceira. — Desviou o olhar de suas mãos e viu uma caixa vermelha em cima da mesa, repleta de fotos do casal.
— Relaxa. — Pediu quando viu sua expressão de raiva. — Isso não é nada do que você está pensando.
— Relaxa? — Disse um pouco algo. — Por que está revendo essas fotos? Por acaso está com saudades?
— Não tem nada a ver com saudades, não inventa de surtar atoa, por favor.
— Então explica isso de uma vez antes que eu me irrite às sete da manhã. — Disse seca e recebeu um suspiro em resposta.
— Dois motivos simples: Primeiro é que eu quero me livrar dessas fotos de uma vez, não tem sentido guardar isso. — Colocou a foto que tinha nas mãos de volta na caixa. — Segundo que acabei me deparando com isso aqui. — Tirou o álbum de casamento de lá de dentro.
— E o que tem de importante nisso? Quer chamar o mesmo fotógrafo?
— Para de graça, Sophia! — Disse ríspido e Sophia o olhou em silêncio. — A Luiza desde que chegou fica repetindo "meu marido, meu marido" pra todo lado e ela tem razão. Eu sou marido dela, legalmente, pelo menos. Não vamos poder casar antes de eu conseguir o divórcio. Pode me dizer em que mundo sua irmã vai assinar? — Sophia estava de boca aberta, em nenhum momento tinha pensado naquilo.
— Devíamos ter casado antes. — A loira sussurrou e viu Micael negar com a cabeça.
— Não ia servir de nada, assim que ela conseguisse de volta os documentos, nosso casamento seria anulado. — Fechou a caixa com um pouco de raiva. — Eu odeio a pessoa que sua irmã se tornou.
— Então não tem jeito da gente casar? — Pergutou com olhos fixos em sua aliança.
— Claro que tem, eu vou entrar com o processo litigioso. A questão aqui é que pode se arrastar por sabe-se la quanto tempo e depois temos que aguardar alguns meses até eu poder casar de novo. Digo, não vai ser possível casar antes da nossa filha nascer.
— Se não tem opção. — Deu de ombros chateada, via-se em seu rosto.
— Vou até a casa da sua mãe tentar falar com a Luiza. — Contou e Sophia arregalou os olhos. — Quem sabe eu não consigo derreter o coração de gelo que ela parece ter adquirido.
— Não acho que é uma boa ideia, você apertou o pescoço dela, se lembra?
— Um divórcio que ambas as partes querem, sai bem mais rápido.
— Só que ela não quer! Pra mim isso está bem claro.
— Posso ao menos tentar? — Sophia suspirou e então assentiu. — Se der certo, vamos conseguir casar do jeito que você quer.
— Só não deixa ela te provocar, tá bem? — Pediu e o viu balançar a cabeça em silêncio. — Talvez eu deva ir junto.
— Nada disso, a sua presença só vai deixá-la com mais raiva ainda, amor. Deixa que eu me entendo com ela. — Sophia soltou um suspiro pesado. — É muito dificil ser gostoso, esse é um fardo que eu carrego, meu amor.
— Deixa de ser bobo. — Sorriu e sentou em seu colo. — Te amo, boa sorte.
— Eu também te amo. — Iniciou um beijo e envolveu as mãos por seu pescoço.
— Amo demais, gostosão.
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Inevitável
Roman d'amourMicael e Luiza são um casal harmonioso e feliz. Tem Felipe, seu filho de oito meses e os três vivem numa boa casa, localizada no Rio de janeiro, em Niterói. Tudo muda após um trágico acidente, que deixa o rapaz viúvo, com um filho pra cuidar. A aju...