5 - Capitulo

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    Becky Armstrong


Ela me beijou! Uma emoção extremamente forte repousou em meu peito ao sentir os lábios quentes e macios de Freen em minha bochecha... O meu coração parecia que tinha parado por uns segundos, juntamente com o mundo para sentir a doçura do seu beijo...

Fico parada em minha porta por uns minutos, com a mão sobre a bochecha e olhando o caminho em que ela partiu, achando que estou em um sonho hollywoodiano em que finalmente a patinha feia é percebida pelo seu grande amor. Sei que estou romantizando demais... Mas eu não consigo para de imaginar o futuro... Eu, ela, duas ou mais cópias da gente correndo pelo quintal, e o amor eterno nos brindando.

Ah Becky... Como você é uma boba sonhadora.

Rio com o meu pensamento, mas não consigo controlar a felicidade genuína que queima o meu peito. Desisto de ficar na porta, e volto para dentro de casa. Mamãe ainda está escutando Elvis Presley, e não tinha percebido que eu estava em casa. Gosto quando ela está animada o suficiente para ouvir música.

A história dos meus pais sempre foi uma grande inspiração para mim. Sei que se papai não tivesse morrido no acidente, eles ainda estariam juntos e felizes. Sempre se amaram com loucura, e minha a infância foi regada de amor, paz e plenitude. Papai sempre chegava em casa com uma rosa solitária para mamãe... E mamãe o recebia com os olhos brilhando de ternura. Era uma das minhas cenas preferidas em que eu ficava esperando ansiosamente para o retorno do papai pra ver aquela cena que para mim era extremamente romântica. Foi ali, naquele exato momento que eu soube, mesmo criança, que queria um amor assim.

E eu tinha um bom pressentimento que poderia acontecer com Freen...

O sorriso não larga os meus lábios, mesmo que a minha perna incomode um pouco. Doeu na hora de suturar, mais do que eu poderia imaginar... Teoricamente, dizem que a dor é psicológica porque é questão de desviar a atenção do cérebro para a dor. Por isto que deixei a vergonha de lado, e cantei na frente de Freen. Eu não tenho o hábito de cantar na frente dos outros, apesar de que mamãe vive me dizendo que tenho uma voz bonita, mas...

Para tudo se tem uma primeira vez, não?

Ainda estou surpresa pela benevolência de Freen... Ela não precisava me oferecer carona, e muito menos cuidar de mim. Mas fez, sem esperar nada em troca. Aquela imagem de indiferente que ela tem no colégio só pode ser apenas atuação. Se fosse qualquer outra pessoa do Constatine School que me atropelasse, nem iria fazer questão de saber se eu sobrevivi, mas a Freen não... Ela se importou, se importou! Nunca fiquei tão feliz por um acidente ter acontecido. Algo tão por acaso fez com que a Freen se aproximasse de mim. O universo devia está conspirando...

Será que amanhã, ela vai falar comigo no colégio?

Não sei, talvez, ignore a minha existência. Mas estou tão feliz que o amanhã não me importa nem um pouco. O hoje está espetacular. Voltei para a cozinha, e olhei para a caixinha amassada do cupcake. Abrir a mesma e soltei um suspiro meio resignado. Estavam praticamente destruídos. Mas eu daria um jeito...

Depois de uns minutos, salvei um. Não está aquela beleza gritante, mas não tenho mais dinheiro para comprar outro e nem materiais para fazer um bolo. Terá que ser esse. Coloco uma pequena vela rosinha, a acendo e vou para o quarto de mamãe. Estico a cabeça no batente da porta, e mamãe estava na cama, meio sonolenta e com o micro system no criado-mudo. Assim que me viu, desligou o micro e sorriu. Iniciei a cantiga de parabéns... Mamãe ficou surpresa ao ver o cupcake na minha mão, os seus olhos brilharam... Ela ignorou o fato do bolinho está amassado e que a cobertura parecia mais uma aglomeração.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now