Capítulo - 30

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     Autora Narrando


Elas não queriam estar ali diante de tantas pessoas. Alguns, conhecidos de toda uma adolescência e juventude, outros que nunca tinham visto na vida. Eram muitos pares de olhos as mirando. Mais do que poderiam imaginar. O acanhamento e o vergonha tingiu os seus rostos de vermelhos. Até mesmo para a Alison que sempre se sentiu a dona da situação estava reticente e tímida com toda aquela atenção.

Elas não queriam falar sobre a vida pessoal diante de desconhecidos. Mas sabiam que a Rebecca não iria deixar tudo para lá. A exposição e a humilhação era o prato principal que a mulher à sua frente poderia oferecer. E elas não tinham outra alternativa ao não ser sucumbir ao desejo sádico de Rebecca.

Elas viram quando os seus antigos colegas e amigos se amontoaram para ouvir bem melhor o que iria se dito. Traíras! A ansiedade para vê-las sendo humilhadas estavam ali, no rosto de cada um. Bem que dizem que "Na hora da dificuldade conhecemos os amigos de verdade".

E elas não tinha nenhum.

Rebecca as olhava, os olhos castanhos tão claros e espinhosos que causava um desconforto dentro de cada uma. Ao lado dela, surgiu a Irin que tinha um sorriso malvado nos lábios, demonstrando que estava se divertindo com o que nem tinha começado de fato.

Retroceder não era uma opção. Elas fracassaram na busca de empregos. Bem, Freen fracassou, já que a Alison não fez nenhum esforço para conseguir um emprego de fato. E Serena... Ainda estava no mundo da lua, isso não era nenhuma novidade mais.

Estavam sem moradia. A diária do hotel expirou. E elas tiveram que sair de lá, Freen teve que usar novamente uma de suas joias para pagar um táxi que despachou as suas malas. Elas poderiam sobreviver com as joias, se elas ainda as tivessem... A verdade é que as suas joias ficaram na posse da Rebecca. Somente a Freen que tinha conseguido ficar com duas ou três, nada de grande valor. Freen poderia vender a sua moto, mas... Não tinha coragem, aquela moto era a única coisa que lhe proporcionava bem-estar profundo quando estava longe de Rebecca e não iria se desfazer dela, não achava justo.

– Então? – Alison perguntou. – Digam logo o que querem. Estou no meio de uma festa, nem eu muito menos os meus convidados estão dispostos a esperar pela boa vontade de vocês.

Freen abriu a boca para falar, mas o som prepotente e irritante da voz de Alion soou na frente:

– Eu quero que você me dê os 25% da herança que é meu por direito!

Rebecca pendeu o rosto para o lado, lembrando muito um cachorrinho que sempre deitava a cabeça de lado em desentendimento.

– 25% da herança? – fez-se de desentendida, mas depois o rosto se iluminou como se recordasse. – Ah, os 25% que o seu pai deixou-me como responsável e com o livre arbítrio para fazer o que bem entender?

Alison praguejou por esse detalhe. O seu pai foi muito triste ao impor que Rebecca fosse a sua tutora, era óbvio que aquela mulher não daria nenhum tostão á ela.

– Bem. Sim... Mas, o dinheiro ainda é meu e eu o quero em minha conta!

– Pelo o que me lembro também, o seu pai deixou bem escrito que eu seria a sua tutora por 3 meses e que se durante esses 90 dias eu achasse que você merecia essa parte, eu lhe daria... Que eu saiba, ainda não passou os três meses e até agora você não está fazendo nada por merecer, minha cara.

– Mas o dinheiro é meu!

Rebecca sorriu de escárnio.

– O dinheiro é seu, mas a decisão é do seu falecido pai. Eu não fiz as cláusulas daquele testamento, Alison. Não venha ciscar em cima de mim.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now