Capítulo - 26

571 90 46
                                    


     Freen Narrando


Eu não sabia o que esperar ao tocar a campainha. Intimamente, eu até achava que ninguém iria atender. Já que as luzes estavam parcialmente apagadas. Agir por impulso. Assim como fiz no Natal, mas desta vez, não estava agindo como uma andarilha. Vir com a minha moto e também com suplementos. Foi á vontade de vê-la que me impulsionou á tudo isso, estava ficando louca por estar quase duas semanas sem vê-la, ou falar com ela, mesmo que por um breve momento...

Agora estou aqui. De frente para ela. E Jesus Cristo! Ela está incrivelmente bonita ao natural, desde que tinha retornado que eu não a tinha visto ainda assim... Era sempre bem produzida e muito bem maquiada, não que eu achasse ruim até porque Rebecca é um espetáculo arrumada... Mas, nada se compara com o seu rosto livre de qualquer maquiagem. As suas bochechas estavam incrivelmente avermelhadas e as sardinhas pintavam o seu rosto, tornando a imagem adorável.

Sinto-me abobalhada com a sua imagem. Olho-a dos pés à cabeça, até em moletom largo, Rebecca é sexy, sorrio de lado ao ver as suas pantufas de unicórnios.

– O que está fazendo aqui? – ela pergunta rispidamente, olhando-me intensamente.

Ao ouvi-la percebo o tamanho da minha saudade. Volto a olhar em seus olhos, estava mais castanhos que o habitual, e intimadores. Essa forma de olhar dela, é assustador, mas também muito sexy. Minha mente parece que pifar diante dela, o seu cheiro maravilhoso também contribuía para minha reação.

– Eu. Você. Aqui. – falo palavras aleatórias, ainda impactada com sua presença. Estou até tremendo de tanta emoção!

Ela franze a testa, unindo as sobrancelhas bem feitas. O seu rosto revelava uma confusão, impaciência e algo mais que não consigo identificar.

– Você está bêbada ou sob efeito de algum alucinógeno? – pergunta-me cortante.

– Não! – respondo de pronto, com os olhos arregalados. – Claro que não.

– Então, o que está fazendo aqui? – pergunta novamente, abro a boca pra responder, mas ela bufa, mais impaciente do que segundos atrás. – Escuta, Freen. Daqui á pouco é Ano Novo, por que você não vai ficar com a sua noiva ou amante? Ou até com o diabo se você quiser?!

Fico magoada com as suas palavras, entorto a boca e balanço a cabeça em negativa. Mas, eu tinha vindo com um propósito, não deixarei que a língua felina de Rebecca acabasse com os meus planos.

– Não quero. – olho-a firmemente os olhos. – Eu vir pra passar com você.

Ela solta uma risada nasal sem humor.

– Comigo? Você ficou louca? Escute, Sarocha, não quero nenhuma confusão. Hoje pretendo ficar em paz e continuarei assim. Você não vai mudar isso.

Ela ia fechando a porta, mas eu seguro, impedindo que fechasse de vez. Apresso-me em dizer:

– Eu não vir para confusão, Rebecca. Eu vir porque quero realmente passar a virada do Ano com você. Eu sei que você me odeia... Eu sei de tudo, mas... Mas eu pensei que talvez, possamos ter uma trégua, sei lá, eu só quero estar esse momento contigo. – suspiro ao terminar de falar. Silêncio . Ela também não faz menção de empurrar á porta. Respiro fundo, e tento não pensar no frio que começa a incomodar bastante. Eu deveria ter colocado uma blusa quente embaixo do casaco. – Se você não me deixar entrar, passarei a noite aqui, na sua porta, mas não deixarei de passar o réveillon perto de você.

O desespero soa em minha voz, até porque eu não quero passar a noite nesse frio. Surpreendentemente, ela abre a porta de nova e me olha desconfiada.

– Trégua?

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now