Capítulo - 36

472 84 29
                                    


      Alison Narrando


Nunca em toda a minha vida fui tão humilhada. Sinto tremores vindo do fundo da minha alma e movendo o meu corpo. Ela não sabe ainda, mas ao fazer isso comigo, assinou uma sentencia de morte. Nada que ela está me fazendo, vai passar despercebido por mim. Cada dorzinha que ela está me fazendo sentir, sentirá muito pior.

Respiro com dificuldade. Todo o meu rosto dói pela surra e também pela focinheira que é desconfortável e pressiona as minhas bochechas. Cada vez que tento movimentar as minhas mandíbulas, é como se as tiras cortasse um pouco a minha pele.

Todos olham para mim como se eu fosse uma aberração. Até os empregados que antes me serviram, lançam olhares para mim e soltam piadinhas, não se assustam mais com os meus olhares fuziladores.

Estou sem moral. A minha foto com focinheira está nas redes sociais, virando meme. Essa desgraçada da Rebecca está conseguindo me deixar mais rasa do que o chão. Sinto um acariciado em minha mão e puxo ao ver que minha mãe ainda está choramingando. Reviro os olhos e me afasto dela.

– Alison, minha filha, não desconte a raiva em mim, não tenho culpa.

Queria dizer a ela que boa parte também é culpa dela por ter sido idiota o suficiente em casar sem compartilhamento de bem, mas a focinheira impedia que eu fizesse isso. Preferi me afastar.

Passo a manhã todo com fome, sentindo-me mal e um pouco tonta. Fazia algumas horas que a Rebecca tinha saído e levado a chave do cadeado consigo. Freen estava realizando algumas tarefas que Rebecca tinha mandado. Mas vez ou outra, a vejo tomar um gole de bebida.

Alcoólatra safada, que engasgue e morra no álcool. Desejo com raiva.

Não sei quanto tempo fico assim, vejo a minha mãe almoçar o que me dá um pouquinho de rancor dela. O meu estômago está tão vazio, mas as sensações de náuseas continuam. Fecho os meus olhos, sonolenta provavelmente minha pressão tinha despencado um pouco quando escuto os saltos batendo no soalho, abro os olhos e Rebecca está na minha frente. Meu peito infla de raiva.

– Será que minha cachorrinha entendeu bem a lição? – ela perguntou com sarcasmo, então, abre o cadeado e me libera da focinheira.

O alivio é tanto que a vontade de chorar aperta meu peito.

– Laís, dê almoço a essa coisinha aqui. – fala como se eu fosse um lixo. – Depois quero que limpe a casa de hóspede. Só saia de lá quando estiver brilhando, se não... – ela ergue a focinheira e eu me encolho. Ela gargalha. – Bem moldada, boa menina.

Rebecca sai da cozinha, mas eu não tenho muito tempo para xingá-la mentalmente, porque Laís me dá um prato com arroz, feijão e frango. Comida de pobre, mas... Minha fome não quis saber, comi quase em desesperos...


      Autora Narrando


Rebecca olhou para a mulher a sua frente com satisfação. Bruna estava completamente diferente, sua aparência mudou drasticamente com ajuda de maquiadores artísticos profissionais. Foram horas de maquiagem, e também orientação de um diretor de filmes de terror. Não imaginou que seria um projeto tão grande, e nem sabia que Rebecca não iria poupar dinheiro para que tudo fluísse perfeitamente bem.

Bruna estava com um aspecto de zumbi, porém, a sua semelhança com Nina Armstrong estava gritante. Usava uma peruca negra bagunçada, lentes de contato castanhos, e uma prótese dentária que deixavam os dentes um tanto maiores. A maquiagem a deixou extremamente pálida, suas bochechas e pescoço estavam com marcas semelhantes a necrose. As suas olheiras estavam roxeadas. Usava um vestido branco longo com várias manchas avermelhadas que poderiam ser muito bem consideradas sangue. Até mesmo um perfume com o cheiro extremamente desagradável borrifaram nela.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }حيث تعيش القصص. اكتشف الآن