28 - Capítulo

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    Becky Armstrong


Vergonha. É a sensação que me comete ao todo momento, principalmente depois que retirei a minha saída-de-banho. Achei que esse biquíni seria uma péssima ideia, mas não sabia a proporção até a retirada da saída-de-banho e sentir que todo mundo estava olhando para mim.

Eu não tenho o corpo escultural de Maite ou de qualquer outra garota do colégio, e também não estou acostumada com uma peça tão pequena em mim, sinto-me nua e exposta. A vergonha é o que proporciona o rubor em minhas bochechas que estão sempre quentes. Tento extravasar ao entrar na água com minha melhor amiga, ao menos, esconde o meu corpo, mas tenho aquela sensação de que olhos estão me devorando constantemente... Sem contar que o tecido do biquíni estava juntando-se na parte traseira e aumentando a minha vontade de puxá-lo, sem me importar em ser delicada no meio de público.

Até o exato momento não tinha encontrado ou sabido de Freen. Acho que infelizmente, ela não veio. O celular sem sinal também não ajudara em nada. Estou buscando em minha mente uma desculpa para ir embora, sei que Irin não vai aceitar de bom grado, mas sinto uma enorme necessidade de estar ao lado de minha namorada.

Estou com tanta saudade que parece que uma escavadeira está fazendo um enorme buraco em meu coração e que a única que pode tampá-lo é a Freen. A minha Freen.

- O que o esquisito está fazendo aqui? - Irin perguntou assim que emergiu da água.

- É um passeio escolar para todos os alunos, estranho seria se ele não estivesse. - respondo, jogando água no meu corpo.

Nunca disse a ninguém, mas não sinto nada confortável com lagoa, rio ou cachoeira. Minha preferência é sempre o mar. Sempre acho que vai surgir uma cobra ou um jacaré na água. Trauma de infância. O meu pai sempre me levava para um riacho no interior quando íamos passar as férias com os meus avôs, e lá sempre tinha uma pedra que me assustava bastante porque tinha o formato de um jacaré... Eu sempre achava que em algum momento iria me atacar até que parei de frequentar esse riacho.

- É. Faz sentido. - ela disse contra gosto. - Mas, por favor, não deixe que ele grude em nós como um carrapato.

- Não tenho o que reclamar. - falo, sentando-me de joelhos e deixando que a água tocasse em minha barriga. - Você e o Luke estão de namoro, é questão de tempo para sumirem pelos matos e eu ficarei sozinha. - dei de ombros.

- Tem muitos matos aqui que precisam ser explorados. - ela comentou maliciosa.

- Poupe-me os detalhes. - revirei os olhos. - Não quero saber de suas intimidades com o Luke.

- Não transamos ainda. - ela explicou me olhando. - Nada mais que uns beijos mais quentes e umas mãos bobas.

- Isso parece bom, não? Ao menos, está se guardando para o momento certo. - eu disse.

- Momento certo? -  riu. - Becky, eu quero muito fazer amor com o Luke e em todos os lugares possíveis. Não existe isso de momento certo quando estamos loucamente apaixonadas. Toda vez que ele me toca ou me beija, só penso em tirar a roupa e montar em cima dele.

Minhas bochechas ficam mais avermelhadas. Até porque esses assuntos nunca vieram à tona em nossas conversas. Irin sempre foi muito quietinha nesse aspecto, mas dava para sentir o fogo que ela emanava de onde estávamos... E olha que estamos na água! Por isso, quando o Luke adentrou na água, me afastei consideravelmente dos dois... Não quero ver nada que comprometa a minha sanidade. Irin o beijou com empolgação, enlaçando as pernas na cintura dele, e ele a segurava pela bun/da, enquanto, se beijavam... Argh. Não preciso assistir isso.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde as histórias ganham vida. Descobre agora