Capítulo - 48

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    Rebecca Narrando


Acordei com os gritos. De primeiro, fiquei muito confusa, achando que era do som. Já que o mesmo estava ligado, mas rapidamente identifiquei que eram as vozes de Irin e Luke. Rapidamente fiquei em alerta, enquanto, desvencilhava dos braços de Freen que dormia tranquilamente, mas com os braços protetores envolta de mim. Estávamos no chão da sala de cinema. Lembranças da noite anterior me deixaram envergonhada. Fui tão fraca e simplesmente desabei, o meu psicológdico e emocional não estão andando em união. E confesso que ter os braços de Freen e o seu carinho no decorrer da noite, me encheu de conforto e também de muita culpa.

A confusão mental e sentimental predominava dentro de mim, juntamente com a agonia e o auto-julgamento por ter me permitido ser tão vulnerável com a Freen... Mas a olhando, dormindo tão inocentemente fazia o meu coração se apertar dentro do peito. Minha vontade era de fugir pra longe dele e de todos os sentimentos que ela desencadeia dentro de mim, mas logo meu consciente me avisa que fugir não é a solução, não dá pra fugir daquilo que habita dentro de si.

Os meus olhos ficam presos em Freen quando escuto novamente os gritos, lembrando-me rapidamente que tenho que saber o que está acontecendo. Tiro os braços de Freen ao redor do meu corpo, e ela resmunga um "não", tentando me manter presa em seu corpo.

– Freen! Solte-me. – peço baixinho, tentando me levantar.

– Hum, não. Está muito bom assim. – ela abre os olhos preguiçosamente e sinto o ar me falta... Os seus olhos castanhos me brindando com carinho.

Ia responder quando outro grito é escutado e rapidamente a Freen me solta, dando-se conta do que possivelmente deve estar acontecendo. Levantei-me e sair ás pressas, só vir o vulto do Luke partindo para longe. Subi as escadas correndo e me deparei com a Irin aos prantos.

Abracei-a e deixei que ela chorasse no meu ombro. Ontem, ela me ajudou... Hoje, guardo a minha dor para cuidar de sua dor. Puxo-a em direção da cama, e sentamos, com ela ainda abraçada em mim, até que o seu pranto se tornou soluço e infantilmente, Irin deitou a cabeça em meu colo. Fiquei acariciando, sem tirar os olhos dela. Como me dói ver a minha melhor amiga assim, ela sempre foi o meu porto seguro. Sempre esteve comigo quando mais precisei... Vê-la assim, destrói uma parte de mim, porque a Irin faz parte do meu ser.

Acalanto a sua dor em silêncio, amaldiçoando o Luke por causar isso nela. Como o amor nos tornam felizes em vários momentos, e miseráveis em outros. Não era para ser assim... O amor deveria ser um sentimento apenas de coisas boas, porque tínhamos que sofrer por carregá-los em nossos corações?

– Luke descobriu... Sobre o aborto. – confessou depois de um tempo com a expressão sofrida. – Aliás, está em todas redes sociais, minha vida está lá... Bem exposta para todo mundo ver.

Travo os meus maxilares em fúria.

– Como isso aconteceu? – pergunto com a voz contida, por dentro revoltada por terem exposto algo tão íntimo e pessoal como o aborto. – A clínica liberou as informações?

– Não. Eles nunca fariam isso por medo de serem processados. E eles me ligaram, aliás, para o meu empresário e informou que o sistema tinha sido hackeado e tinham como comprovar isso.

– Muito estranho isso, depois de tantos anos e isso vem à tona agora? Tem dedo de alguém, e eu só consigo pensar na Diana! – resmungo raivosa.

Ela suspirou resignada e sentou-se, olhando-me fixamente, os olhos avermelhados e inchados de choro.

– Se foi a Diana, ela é uma ótima investigadora, até porque essa informação estava guardada debaixo de sete chaves.

– Ela não pode achar que vai fazer uma coisa dessas e ficar impune. – falo rígida.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde as histórias ganham vida. Descobre agora