37 - Capítulo

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     Becky Armstrong


- Freen, calma. - Irin me pede pela milésima vez, enquanto, eu me desdobro em lágrimas. - Não é o fim do mundo.

- Claro que é. - fungo entre lágrimas. - Eu não deveria ter dito tudo o que eu disse, não deveria cobrar nada e muito menos fazer exigências.

- Claro que deveria. Aliás, deve. Vocês são namoradas, e isso é extremamente normal - respondeu. - Ou você quer ser uma Amélia da vida?

Olho para Irin.

- Não é questão de ser Amélia. É questão de dialogar, sou a favor de um relacionamento que os assuntos são resolvidos em diálogo, sem precisar fazer exigências ou ordenar algo, até porque não sou a dona de ninguém para fazer isso. Relacionamento para mim são duas pessoas juntas e apaixonadas buscando proporcionar sentimentos bons com suas ações. 

Irin fez uma careta e balançou a cabeça em negativa. Eu volto a chorar por remorso, por medo. Nunca tinha falado com Freen daquela forma. Acho que com ninguém em minha vida. A linha passiva faz mais o meu estilo. Não me reconheci durante a discursão. Quanto mais as palavras saiam da minha boca e eu era envolvida por uma força suprema que me fazia crer que eu estava certa e precisava falar sobre, uma pequena parte do meu cérebro me perguntava o que eu estava fazendo e questionava a minha sanidade.

Nunca fui uma garota que lutava pelas coisas e pessoas em minha vida. Eu simplesmente deixava o barco fluir porque não tinha energia para tentar mantê-las ou lutar por elas. Sempre foi assim. Essa pequena mudança brusca no meu humor, me faz questionar a minha personalidade. Ou o meu comportamento perante a minha namorada.

Se é que ela ainda é minha namorada.

O meu choro aumenta.

- Por Deus! Foi apenas uma briga! Os casais brigam, sabia? E se reconciliam, depois briga novamente. Simplesmente acontece, você ficará assim sempre que brigar? - Irin perguntou carrancuda.

- Vou! Por que não é da minha personalidade brigar. Será que você não entende, Irin? - pergunto com os olhos debulhando-se em lágrimas.

- Entendo, amiga. Você é sempre good vibe. - puxou a cadeira e sentou-se em minha frente, me encarando. - Sinceramente? Eu acho que você ainda não se conhece completamente, que sua personalidade está em construção.

- Gosto da minha personalidade. Ela é integra. - defendo-me.

- Claro que é integra, não disse o contrário. - ela sorrir suavemente, e vai me acalmando. - Só estou dizendo que sua personalidade é como uma flor que vai se desabrochando diante dos acontecimentos. Ninguém pode passar a vida toda feliz sendo pisada por terceiros. - segurou as minhas mãos. - Eu estou feliz por você se impor á Freen, e espero do fundo do coração que você se imponha para Alison ou qualquer outra pessoa que tente lhe fazer mal. 

Respiro fundo, engolindo as minhas lágrimas. Irin aperta as minhas mãos e depois aponta pra uma caixinha de lencinho ao meu lado. Puxo alguns e limpo o meu rosto banhado em lágrimas.

Apesar de estar moída de peso na consciência por ter discutido com a Freen, a sensação de estar me impondo e expondo o meu ponto de vista em relação a Alison foi muito boa. Senti-me livre, o peso do sufocamento que vivia em meu estômago ao pensar no comportamento da Alison em relação a Freen simplesmente foi embora desde que pedi a minha namorada para esclarecer as coisas com a Alison.

Talvez, a Irin tenha razão. Sinto-me confortada.

- Eu tenho que fazer ás pazes com a Freen. - digo.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now