Capítulo - 22

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     Autora Narrando


Uma semana depois...

O tempo em Seattle estava inconstante. Tanto como as vidas dos nossos personagens. O frio denso á ponto de tremer os queixos, era o mesmo frio que permanência nos ossos de alguns, nenhum cobertor ou aquecedor parecia aplacar aquela frieza que vinha da alma, e do inverno...

Poucas coisas aconteceram de cunho importante. Não houveram conflitos, além, dos internos. A sensação era que tudo estava desmoronando, desde os sentimentos, aos relacionamentos.

Algumas decisões foram tomadas, magoando aqueles que se importavam. Como no caso de Freen Sarocha que sentia que tudo estava fora do eixo, e não era o seu relacionamento inexistente com Alison que a fazia pensar nisto... Os desastres continuavam a lhe perseguir, principalmente com a partida de Rubi Perez, um dia depois daquele festa no Cassino que trouxera alguns sabores diferenciados ao paladar. Foi muito difícil para a Freen ver a sua melhor amiga e confidente partir... A sensação de abandono que sentira com as mortes dos pais, aumentara consideravelmente ao ver Rubi embarcar naquele avião rumo á um destino pacífico.

Freen não tinha mais ninguém por ela. Nem mesmo a Megan Fox que viajou para passar as festas de final de ano juntamente com a sua mãe em Paris. Em outro momento, em outra hipótese, cogitou a idéia de levar a Freen consigo, porém, Megan estava profundamente decepcionada e magoada com a sua amante e ter a Freen como a sua acompanhante não era mais opcional. Não até que todos os sentimentos dilacerantes parassem de corromper o seu coração. Dado á esse fato, restava apenas a Rubi Perez que anunciará em bom e alto tom que iria se isolar em um retiro budista na Indonésia sem previsão de retorno.

Isso arrasou a Freen que tentou de todas as formas persuadir a amiga de ficar. Porém, Rubi estava irredutível. Não podia mais ficar em Seattle, não podia estar metros de distância de Irin e reviver em sua memória o sofrimento da rejeição do grande amor de sua vida.

Freen não entendia e também não reconhecia aquela Rubi frágil em sua frente. No pensamento de Freen era inconcebível dar-se por vencida dessa forma, apenas com um fora. A resposta de Rubi para o questionamento de Freen fora apenas uma frase " A gente não desiste do que quer, a gente desiste do que dói ". Então, Freen compreendeu tudo.

O amor é a maior dádiva da vida. Com o amor, semeamos o bem, praticamos a solidariedade, usufruirmos do bem-estar e da paz, e temos um grande crescimento espiritual. O amor era a chave para tudo de bom na vida, mas também, quando mal direcionado ou maltratado, era a chave para autodestruição. E Rubi estava se autodestruindo á anos, assim como a Freen. A única diferença era que Rubi sabia que ao continuar amando a Irin, receberia apenas os espinhos do cacto, enquanto, Freen mesmo com todas as ações de Becky, mesmo com os espinhos, em algum momento, poderia receber flor... Aliás, nem todos os cactos dão apenas espinhos... E para Rubi, era questão de tempo para que Freen e Becky se acertassem, mesmo com todo o nevoeiro pairando entre elas, podia sentir o amor presente... Um amor que estava camuflado em ódio, mas não deixava de ser amor... Bem, amor e ódio são sentimentos que andam juntos e ás vezes, usamos o negativo para omitir o sentimento positivo.

Isso era algo que nunca teria com Irin... O coração dela era de Luke, e Rubi humildemente sabia que em algum momento, eles ficariam juntos. Aquela soma era par, e não ímpar, Rubi estava descartada antes mesmo de entrar no jogo.

A despedida das duas amigas fora sofrida, porém, necessárias.

Desde a partida de Rubi, sem nenhum ponto de apoio, parecia que os demônios atormentavam mais a Freen que passava mais tempo embriagada do que sóbria... Também, não tinha muita opção, se entregar parecia a única solução!

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now