Code of Honour • Z.M

Z.M

Meu coração está acelerado, e minha pele toda arrepiada. Zayn tem essa coisa de mexer comigo sempre que está por perto, e eu ainda não decidi se quero saber o que é.

Ele está com uma escoriação acima da bochecha, e seus dedos estão passeando pela mesma.

- Que merda em? - ele diz. - Você é uma péssima motorista.

- Desculpa. Eu me distraí. - digo erguendo as mãos em sinal de redenção.

Acredito ver um sorriso em seus lábios, mas estamos falando de Zayn, então deve ser só um efeito da pancada na cabeça. Eu não devia julga-lo tão cedo, eu sei, mas para mim, a primeira impressão é a que fica.

- Sim, sim - ele diz, balançando a cabeça - Então você está ciente de que eu não vou pagar o conserto do carro, já que você está errada, e eu sou um "desclassificado".

Reviro os olhos e o observo levantar a moto. O peso de minhas palavras parecem afundar meu corpo no chão. Eu peguei pesado da última vez.

- Zayn eu... - começo, mas ele me interrompe antes que possa me desculpar.

- Foi mal, mas eu tenho um compromisso muito importante e toda essa sua ladainha de arrependimento está me atrasando... e me irritando. - ele diz, subindo na moto e colocando o capacete mais uma vez.

Cruzo os braços, e antes de conseguir falar alguma coisa, ele sai em alta velocidade. Observo a frente do carro que está bem danificada, e reviro os olhos enquanto entro no mesmo.

Era só o que me faltava.

(...)

- Onde você estava? - Shei pergunta assim que ponho os pés no café.

Combinei com ela e com Charlie de nós nos encontrarmos aqui. Sento-me

- No engarrafamento - digo rapidamente - Cadê o Char?

- Ele está no banheiro há alguns minutos - ela diz sorrindo - Ei, o que foi isso?

Ela aponta para o sangue seco na minha testa. Lembrei que nem tive tempo de por um curativo.

- Eu bati o carro.

- Tá tudo bem? - ela diz, pegando um guardanapo e passando no machucado.

Balanço a cabeça em concordância. Ela molha o papel na água Fiji e continua limpando minha testa, dizendo que estou parecendo uma atriz de filme zombie. Exagerada? Sim, sim.

Charlie logo aparece, e se junta a nós.

- Isso é um machucado? - ele pergunta assustado.

- É, eu bati o carro - digo já entediada.

- Meu Deus! Tá tudo...

- Tá Charlie, cala a boca. - digo sorrindo.

Ele revira os olhos e se senta à mesa. Ficamos conversando por horas. Shei está nos contando sobre os avós da Coreia. Ela e os pais nunca se deram muito bem, eles tratam ela como se não devesse ter nascido, coisas do tipo. Então ela decidiu morar com o primo aqui em Nova York, e sempre que vai para a Coreia só visita os avós, e sempre se certifica de que eles - os
pais- não vão estar lá quando ela chegar.

É um relacionamento bem tenso.

Mas os avós dela estão muito velhos, por isso ela passou quase três meses lá. Para cuidar deles até que ela achasse alguém de confiança - que com certeza não são os pais dela - para cuidar deles.

São quase sete horas, e já consumimos quase todos os tipos de bolos e cafés do Starbucks.

- A gente podia ir para a balada. - Shei diz, depois de contar sobre as roupas que ganhou da companhia de teatro.