Son Of Bitch

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Aylena

Chego em casa mais rápido que o esperado, e do que o desejado. Zayn parece estar de mau-humor, mas quem vai ficar puta daqui a pouco sou eu. A ligação da minha mãe me deixou bem irritada, ainda mais por ela ter me obrigado a voltar para casa para termos uma conversa.

Ok, eu quero ter essa conversa. Quero fazê-la entender a história e pedir desculpas por ter dito coisas horríveis - mesmo que para me defender. Sim, eu me senti culpada a tarde inteira. Zayn estaciona o carro na frente do condomínio, dou-lhe um beijo demorado e saio do carro. Atravesso o condomínio, indo em direção à minha casa.

As luzes estão todas acesas, apesar de se passar das nove horas - na verdade são quase dez. Nunca saí tão cedo de uma boate na minha vida. Abro a porta da casa e me deparo com minha mãe circulando de um lado para o outro em seu roupão de seda cor de rosa da Victoria Secrets, da época em que desfilou para a mesma. 

- Oi mãe. - digo.

Ela dá um sorriso amarelo e se aproxima. Coloco os sapatos no chão e tiro a jaqueta, esperando ela começar a falar, e preparando minha mente para projetar palavras que não envolvam nenhum palavreado de baixo calão.

- Oi. - ela diz - Seu pai conversou comigo, e eu percebi que fui um pouco grossa e até mesmo egoísta.

Jura? Nossa, eu nem percebi. Eu devia imaginar que essa conversa só foi promovida porquê meu pai falou com ela, do contrário eu estaria dançando ou fazendo sei lá o que com Zayn agora.

- Me desculpe. Todo esse investimento milionário me deixou cega. É que tudo deu tão mais certo para nossa empresa desde que você começou a namorar com o Nicolas Haynes, que eu acabei, digamos... me "empolgando" um pouco. - ela fala num tom de voz estável e louvável.

- Tudo bem. - digo por fim, surpreendendo à nós duas. - Eu só queria que você entendesse que eu e o Nicolas não demos certo porque eu não gostava realmente dele, não era completo, e eu acabei encontrando alguém que suprisse essas coisas.

Me esforço para manter de fora da conversa o tempo em que eu e Zayn nos conhecemos, para evitar um surto e todas aquelas frases feitas de "você não pode namorar alguém que mal conhece" ou "você está apostando em um estranho" ou "você não está pensando direito". 

- Ok, ok. - ela diz erguendo as mãos no ar - Vou deixar você e sua vida em paz... Se me prometer que vamos ficar bem.

- Ok, vamos ficar bem. - digo e a abraço.

- Você está cheirando a álcool. - ela diz e eu prendo o riso.

- Você não teria sentido se essa conversa tivesse acontecido amanhã.

(...)

Acordo com a luz do sol entrando pela maldita cortina aberta. Olho para o relógio ao meu lado e vejo que são apenas nove da manhã. Reviro os olhos e empurro minha cara no travesseiro. Tento dormir algumas vezes, mas em vão. Levanto da cama, e vou para o banheiro. Lavo o cabelo - que não vê shampoo há dias - e aproveito para depilar as pernas. Tento remover o carimbo para entrada na boate da minha mão, mas não tenho êxito e acabo desistindo. Já devia ter me acostumado com a carinha feliz dentro de um círculo no meu pulso.

Visto uma calça moletom cinza, um top cinza da Calvin Klein, minhas meias cor de rosa e desço as escadas, ouvindo os pingos do cabelo contra a madeira do piso. Minha mãe pragueja ao ver a trilha que deixei pela casa e me obriga a secar o cabelo com o secador pequeno e de barulho irritante, que fica preso à parede do banheiro que Maryl usa.

Como um pedaço de bolo e me jogo no sofá ao lado de meu pai que está assistindo a reprise do jogo Lakers versus October's Very Own da liga extra de basquete na NBA. Um desses jogos para arrecadação de fundos para abrigos em outros países do continente.

Code of Honour • Z.MWhere stories live. Discover now