Restart

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Aylena

Acordo com a respiração quente de Zayn na minha nuca. O cabelo raspado, irritando um pouco. Ele está cheio de hematomas, e ainda não tive tempo de perguntar como foram causados. Eu tive a capacidade de perdoa-lo por tudo isso, porquê por mais que ele tenha escondido a verdade de mim, eu sei que ele nunca ia querer que eu me machucasse. E foi justamente por isso que não me contou.

Eu quero dar a ele a chance de recomeçar tudo isso. A chance de termos um futuro de verdade, porque eu tenho certeza de que é com ele que quero passar o resto dos meus dias. Pretendo conversar com meu pai sobre isso. Sobre ele também não ter me alertado, e sobre como andam as coisas na empresa. Eu ainda estou com raiva de Shei, mas se deu uma chance a Zayn, eu devo dar a ela também. Não deixando a minha decepção de lado.

Essa madrugada foi um terror para mim, e de tempos em tempos eu tive pesadelos sobre. Zayn acordou afoito em todos eles para me fazer voltar a dormir. Eu nunca me senti tão vulnerável na minha vida como eu me senti perto de Magnum. Eu não tinha forças nem sequer para xinga-lo. Aquela arma apontada para mim, meu Deus, eu jurei que ali seria o fim da minha vida. Me lembro de repetir, mentalmente, inúmeras vezes a frase "me poupe da dor".

Eu estou aflita, e um tanto traumatizada. E isso não vai passar rápido.

Me remexo debaixo do corpo de Zayn, e ele protesta com gemidos. Olho para o relógio e vejo o ponteiros marcar duas da tarde. Empurro o corpo dele para o outro lado e levanto da cama. Antes de por o pé dentro do banheiro, a voz dele aparece em um sussurro.

- Você teve muitos pesadelos.

- É. - digo e entro no banheiro.

Posso imaginar a respiração tensa dele. Lavo o rosto, amarro o cabelo no alto da cabeça, faço as necessidades e saio. Visto um vestidinho azul claro, soltinho e até metade da coxa. Ainda estou com dor de cabeça, meus joelhos estão muito roxos e o hematoma no meu rosto e o corte no lábio estão me irritando. Solto o cabelo e escovo o mesmo, enquanto observo Zayn se esforçar para acordar.

Ele se levanta e nós descemos para almoçar.

- Quando você raspou o cabelo? - pergunto quando sentamos à mesa e Maryl serve nossa comida.

- Ontem de manhã. - ele diz. - Gostou?

- Eu te conheci assim. - digo, sorrindo. - Mas eu gostava dele grande.

- Hm. - ele murmura e começamos a comer.

(...)

São quase quatro da tarde quando meu pai avisa que vai buscar minha mãe no aeroporto. Estou um pouco nervosa com a mentira que terei de contar a ela, já que meu pai diz que ela não pode nem sonhar que tudo isso aconteceu. Ele me deu dinheiro para levar o carro no conserto, já que meus vidros laterais estão estourados por causa da bala, o que acrescenta no pedido de meu pai para por blindagem nos mesmos.

Ele e Zayn não se falaram muito, e como o clima entre eles estava bem pesado, eu pedi para que o garoto me levasse até o conserto do carro e que depois nós fossemos a um pub desses.

Chegamos à concessionária autorizada. Preencho todo o formulário e me sento ao lado de Zayn em um dos sofazinho da sala de espera. Eu estou com os braços esticados, girando uma bola de vidro que estava na mesinha ao meu lado. Ele está com os braços cruzados sobre o colo inferior. Sinto seu dedo tocar meu ombro e olho para o mesmo. Ele está tentando se aproximar, e embora eu tenha dito que queria que tudo fosse normal, ele ainda se sente bem culpado com tudo isso, e creio que com muita vergonha.

Seguro sua mão e ele sobressalta. Depois de quase uma hora, um homem vem em nossa direção, e o mesmo, assim como a atendente, nos observa com um olhar meio receoso devido os hematomas que ambos temos.

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