What The Hell is Going On?

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Aylena

O final de semana passou bem rápido dessa vez, talvez porque eu tenha ficado em casa durante o resto dos dias. Estou esperando Charlie para o intervalo. Não tive a oportunidade de conversar com ele durante o final de semana. O que significa que ele ainda não sabe sobre mim e Zayn. Bom, não sobre essa segunda vez.

Vejo o garoto vindo em minha direção com dois copos de café na mão. Ele me dá um beijo na bochecha, me entrega o café e se senta ao meu lado. Ele está usando aquela maldita camiseta que te dei de aniversário. Eu sou péssima com presente de aniversário. Como é que um menino faz dezenove anos e eu dou uma camiseta com uma baleia usando biquíni na frente?

- Você tem alguma coisa para me contar? Pediu para eu vir correndo. - ele diz, tomando um gole do café.

- Não - minto.

Ele me observa com uma das sobrancelhas erguidas, e da de ombros.

- Como foi seu final de semana? - pergunto, me referindo a ele e Shei, óbvio.

Ele começa a me contar as coisas que fez com a coreana durante o final de semana, toda a conversa com um sorriso estampado no rosto de orelha a orelha. Estou muito feliz por Charlie. E um pouco assustada já que eles trocaram "eu te amos" e nem se conheciam direito... Mas deixa assim né.

Eu me lembro de quando tínhamos dez anos. Eu tinha acabado de sair da Rússia e vir para NY, não conhecia ninguém aqui além dos meus pais e da mulher que trabalha lá em casa, que veio da Rússia com a gente.

Ele estava andando de bicicleta na frente do meu condomínio, com os primos que moram lá, até que um deles o empurrou, e ele acabou caindo de cara e quebrando aqueles óculos horríveis de grau.

Eles começaram a brigar, e Charlie estava apanhando feito uma mulherzinha, então resolvi me meter e separar os dois, dando um murro no menino que o derrubou. Bom, uma mocinha não faria isso, né. Mas eu não sou uma mocinha.

Foi daí que nós começamos a ser amigos de verdade e estamos juntos até hoje. Nove anos depois.

(...)

Estou terminando de me arrumar para ir para a casa de Nicolas. Decidi ir vê-lo depois de quase três semanas sem nos falarmos. Mas só porquê  ele estava surtando.

Eu hesitei um pouco em ir, já que não sou tão cara de pau a ponto de agir como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse beijado outro cara. Mais de uma vez. Mas preciso ir se quiser que ele não desconfie de nada.

Dou graças a Deus por meu pai não ter comentado nada sobre o chupão com ninguém. Nem mesmo com minha mãe. Acho que ele a conhece o bastante, e sabe que se ela sonhasse com isso, meu fígado seria arrancado.

Pego a bolsa e saio do quarto, indo para o carro e dando partida em alta velocidade. Não demora muito até que chegue na mansão. Nicolas disse que estaríamos sozinhos, já que seus pais foram a uma conferência em So-Ho e só pretendem voltar hoje à noite.

O garoto me cumprimenta com um beijo, mas eu desvio o rosto, fazendo os lábios do garoto tocarem minha bochecha. Ele franze o cenho, mas não diz nada. Sei que evitar Nicolas não é lá das melhores opções, mas eu não tenho alternativa. Não consigo ser cara de pau, trair meu namorado e agir como se nada estivesse acontecendo.

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