Strange Friend

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Aylena

No final da semana é o aniversário do Charlie e eu estou há umas duas horas, andando de um lado para o outro na Times Square em busca de algum presente, porquê sou péssima para decidir o que comprar para as pessoas. O último presente que dei a Charlie foi uma boia em forma de fatia de pizza, e o anterior foi uma camiseta ridícula de baleia usando biquíni, que ele ainda insiste em vestir.

Zayn foi umas duas vezes lá em casa essa semana depois de apresentá-lo aos meus pais, o que é bom por sinal. Meu pai e ele conversaram muito nas vezes que ele foi lá, como se fossem "amigos", o que é estranho, mas legal ao mesmo tempo. Minha mãe ainda está se acostumando com a ideia. Não a culpo.

Sinto minha barriga roncar e vou em direção ao primeiro carrinho de podrão que encontro. Entrego o dinheiro e me sento no banco ao lado do carrinho para esperar o lanche ficar pronto. Um homem moreno, alto e muito musculoso - muito mesmo - chama minha atenção ao passar do outro lado da rua, me fitando de forma incômoda. Ignoro o mesmo e pego o celular na bolsa. Tiro umas fotos, dou uma olhada no Instagram e no Twitter, até o rapaz do carrinho me chamar, dizendo que o podrão está pronto.

Levanto do banco; o rapaz me entrega o sanduíche gigantesco e cheio de molho, o troco, e eu saio em busca de uma loja de conveniência onde eu possa comprar uma garrafinha de água Fiji. Entro no Target da esquina e no mesmo instante em que vou em direção à enorme geladeira ao fundo do estabelecimento, vejo outra vez o homem musculoso. Ignoro mais uma vez, um tanto receosa, e continuo andando até o final da loja onde ficam os freezers. Abro o mesmo, pego uma garrafinha, e vou para o caixa.

Meu celular vibra algumas vezes, mas eu tenho preguiça de pega-lo dentro da bolsa. Sinto alguém me cutucar, viro para trás e lá está o homem musculoso. Engulo seco.

- Você é namorada do Zayn? - ele indaga com uma voz grossa e rouca.

- É... - respondo hesitante - Vocês se conhecem?

Ele sorri.

- Claro! Somos amigos! - ele exclama - Desculpe se te assustei, é que eu queria ter certeza pra não cometer uma gafe.

- Ah, tudo bem. - digo, dando de ombros.

- Diz pra ele que é um homem de sorte por ter você, e que é pra ele me ligar pra gente sair qualquer dia desses. - ele diz e eu concordo - Magnum. Não esquece.

A mulher do caixa me chama e eu vou até o mesmo. Entrego o dinheiro para ela, dando a última  mordida no podrão e a espero passar a garrafinha de água. Viro-me para o lado mais uma vez, e percebo que o homem não está mais na fila. "Eu hein.", penso. A mulher me entrega a sacolinha com a garrafa e eu saio do Target. Jogo a embalagem do podrão o lixo e tomo bons goles da água.

Dou mais umas voltas na Times até entrar em uma loja de decoração Teen para casas. Vejo um pôster emoldurado do Iggy Pop, pego o mesmo e vou pagar. Charlie é fã dessa banda, músico, sei lá. Nunca curti muito esse tipo de som, mas o que importa é que arranjei algo como presente. Saio da loja e vou para o carro que não está tão longe daqui. Ligo o carro, conecto o bluetooth do celular com o sistema de som do veículo e coloco "Do Yoga" dos Rae Sremmurd para tocar. Respondo a mensagem de Shei, perguntando se já estou chegando e dou partida no carro. Combinei de dormir na casa da coreana hoje, já que meus pais viajaram de última hora para Chicago ontem à noite.

Chego no lugar em dez minutos. Estaciono uma rua antes, já que a entrada do prédio está repleta de carros devido um aniversário de dezesseis anos que está acontecendo na casa de festa ao lado. Pelo menos a garota tem bom gosto musical - "Energy" do Drake está tocando. Desço do carro e entro no prédio sem precisar ser anunciada pelo porteiro, que já me conhece. Toco a campainha do apartamento duas vezes, e Lee - o primo de Shei, com quem ela divide o apartamento - abre a porta. Entro no mesmo e já vou logo direto para o quarto.

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