Behind The Door

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Aylena

Estaciono o carro na frente da casa de Zayn e desço do mesmo. O garoto entra no lugar e espera que eu passe pela porta antes de fecha-la. Jogo a bolsa em cima do sofá e subo as escadas, praguejando pelos malditos saltos que estou usando. Entro no quarto, ele atrás de mim, e me livro dos sapatos, colocando-os do lado da cama. Ele me fita de cima a baixo, enquanto eu me deito de bruços e checo o celular.

- Você está muito gostosa nesse vestido. - ele diz sorrindo e dá um leve tapa na minha bunda.

Viro-me e o observo entrando no banheiro.

- Sobre o que é o seu trabalho mesmo?

Explico tudo que o professor disse, enquanto escuto o barulho da água do chuveiros bater com força no chão. Enrolo as pontas do vestido, deixando-o pouco acima da metade das coxas e pego uma folha de papel e uma caneta na mesa de estudos dele. Ouço-o protestar após minhas explicação, mas ignoro, dizendo que ele não tem escolha e que se negar me ajudar eu ficarei chateada. A água para de cair e ele sai do banheiro segundos depois com uma toalha branca enrolada pouco abaixo da cintura. Ele sorri e só então percebo que estou encarando seu corpo.

- Ok - ele murmura, se referindo ao trabalho e veste uma roupa.

Volto a me sentar na cama e começo a fazer as perguntas, enquanto ele procura algo na gaveta do armário de madeira cerejeira. Ele responde meio impaciente algumas delas, mas eu não me importo. De vez ou outra a sensação de estar sendo seguida me invade e a única imagem de quem poderia ter feito isso, que me aparece na mente, é de Magnum. Meu corpo se retrai no mesmo instante em que imagino aquele homem me observando, mas afasto os pensamentos e me concentro nas perguntas que estou fazendo à Zayn.

O celular dele começa a tocar, e o mesmo solta dois palavrões. Ele caminha em direção à pia do banheiro e fica lá por alguns segundos até sair apressadamente do quarto. Dou de ombros e aproveito para descer e pegar minha bolsa. Assim que chego no corredor, ouço sussurros atrás de uma das quatro portas. Eu até desceria para pegar o celular, e ignoraria tudo isso, mas eu sou curiosa demais, não é à toa que estou fazendo jornalismo. Vou em direção à porta e encosto meu rosto na madeira, cautelosamente. Só consigo ouvir murmúrios, mas não fico contente e permaneço ali até ouvir algo de fato. Para minha alegria, ouço Zayn se aproximar da porta, mas ele não abre, apenas para ali e continua falando, e dessa vez eu consigo entender.

- Que merda você acha que está fazendo? Eu entreguei a porra da carga antes do prazo acabar! - ele praticamente berra. Fica em silêncio por alguns segundos e continua - Você tem que parar com isso! Tá  assustando ela. - silêncio mais uma vez - O que? Como assim falsa? Não cara, eu não tentei fazer isso.

Ele permanece em silêncio por muito tempo e eu não consigo entender o curso da conversa. Com quem ele está falando? Quem está ficando assustada? Por que ele está nervoso? Uma onda de perguntas começa a pairar sobre a minha mente. Desisto de tentar ouvir atrás da porta e desço as escadas. Vou até a cozinha e tomo um pouco de água; coloco um pão fatia na torradeira e espero a mesma apitar. Essa semana foi muito esquisita, e uma onda de acontecimentos toscos vem acontecendo. Um cara me observando na entrada do trabalho, depois na Target, a reação de Zayn ao contar sobre esse cara, que agora a pouco supostamente estava me seguindo. Essa conversa de Zayn no telefone. O fato de ele estar nervoso a semana inteira. A torradeira apita e eu pego o pão, praguejando por queimar a ponta dos dedos, e jogo o mesmo no prato de porcelana. Passo um pouco de ricota e vou para a sala. Coloco o prato sobre o braço do sofá e pego meu celular na bolsa. O visor está decorado com dois alertas mensagens de texto. Deslizo o dedo lá tela e abro as mensagens.

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