What Now?

554 27 5
                                    

Zayn

Saio do banho com uma leve dor de cabeça. São dez horas da manhã. Eu tenho que ir para a boate resolver as coisas econômicas. Queria deixar Harry no comando, mas ele bebeu demais ontem à noite. Mark invadindo meu escritório, martelou minha cabeça à noite toda. Ainda estou tentando entender que porra ele estava fazendo lá. O fato de ele ter saído da Alemanha sem motivo nenhum e ter vindo para os Estados Unidos, mesmo sem nenhum parente aqui, já é bem estranho. Eu chequei depois e ele roubou um pacote de uma nova droga sintética que estava analisando. Talvez seja um viciado. Sei lá.

Vou até o armário. Visto uma calça jeans preta, uma camiseta do Ozzy, e calço meu bom e velho par de Vans preto e sujo. Dou uma sacudida no cabelo desbotado, pego a carteira e saio do quarto. Safaa está comendo uma maça na cozinha. As bochechas da garota estão vermelhas. Beijo a testa dela e pego o resto de um sanduíche de atum que tinha na geladeira.

Um carro de polícia está na porta da boate. Diminui a velocidade, porém continuo me aproximando do lugar. Meu peito aperta e um gelado percorre o interior do meu corpo. Paro a moto, desço da mesma e entro no estabelecimento. Harry está de braços cruzados andando de um lado para o outro, enquanto um dos dois oficiais faz algumas perguntas. Me aproximo. Outros três policiais estão revirando minhas coisas. Ok, isso não é nada bom.

- O que tá acontecendo aqui? - assim que digo isso, Harry arregala os olhos como se estivesse desesperado.

Os oficiais, um homem alto e branco e uma mulher negra de cabelo cacheado, se aproximam de mim. Engulo seco.

- Zayn Malik? - o homem de voz grossa e uniforme azul policial, pergunta. - O senhor precisa ir à delegacia estadual conosco.

- O que? - digo.

Olho para Harry que ergue as mãos .como se não soubesse explicar o que está acontecendo. Por que ele não me ligou? Volto a olhar para os policiais. Eles fazem um meneio de cabeça, mandando eu ir para a viatura. Assim faço.

O caminho até a delegacia levou uma eternidade. O silêncio de dentro do carro estava me matando. Entrar em uma delegacia não é novo para mim. Já fui preso por andar em alta velocidade, por portar álcool na faculdade e por xingar um oficial de trânsito. Mas eu nunca tive medo. Não como estou tendo agora.

Os oficiais pedem para que eu desça do carro e me acompanham até uma sala de vidro, e me pedem para sentar nos bancos do lado de fora. Pego o celular no bolso, um oficial olhando para mim, e vejo vinte e três chamadas de Harry no meu celular, fora um monte de mensagens. Suspiro e coloco o aparelho no bolso.

Um homem alto e de pele escura abre a porta. As roupas bem arrumadas. Ele faz um sinal para que eu entre na pequena sala de vidro. Hesito, porém vou. Sento-me na cadeira em frente à mesa principal. O homem do outro lado.

- Recebemos uma denúncia anônima de porte de drogas em um uma boate, que eu presumo ser sua. - o homem diz e eu engulo seco. - Os meus homens foram educados com você, porque não encontramos nada no local além de algumas pistolas de calibre 38. Mas as armas são autorizadas.

- Por que não tem nada. - arrisco dizer.

O homem se inclina sobre a mesa, junta as mãos abaixo do queixo e respira fundo.

- Filho, não somos idiotas. - ele diz - Lidamos com coisas piores que essa.

- Então eu vou ficar aqui? - indago.

- Não, eu pensei em te levar para o shopping. - ele diz sarcástico - Onde você acha que vai ficar? Recebemos uma denúncia de tráfico de drogas.

- Não posso ficar aqui.

- Nenhum deles pode. - ele diz e se levanta - Meia Cinco! - ele berra - Leva ele.

Oi? Me levar? Ah, mas nem fodendo. Levanto da cadeira e cruzo os braços.

- Eu não posso nem fazer uma ligação? - indago e o homem revira os olhos.

- Vamos arranjar um advogado para você. - ele diz - Ele vai te explicar tudo. Agora, sai daqui.

O homem segura minhas mãos algema as mesmas. Paramos em uma espécie de guarda-volumes. Uma mulher gorda pega os meus pertences e coloca-os em uma caixa com minhas iniciais e um número. Logo em seguida o oficial me empurra por um corredor, e me joga em uma cela - sozinho. Bom, a parte boa nisso tudo é que não vou dividir uma cela nojenta com vagabundos nojentos. Preciso de um advogado. Preciso sair daqui. Quem fez a porra da denúncia?

Mark.

Filho da puta.

Me sento no projeto de cama imunda e apoio o cotovelo nos joelhos. Aylena. Meu Deus, se ela souber... Ela vai me matar. Ela vai ficar tão decepcionada. Ela vai me deixar. Credo, estou desesperado. Batuco os dedos nos joelhos, até um homem alto de terno aparecer, dizendo ser meu advogado. A oficial que fica ao lado da cela abre a mesma e o advogado entra.

- Sou James. - ele diz e eu dou de ombros - Você sabe que as sua conta telefônica foi bloqueada, televisão e qualquer outro eletrônico SMART que tenha acesso à internet. Agora me conte: você trafica drogas?

Ergo uma das sobrancelhas.

- Que porra você tem a ver com isso?

- Sou eu quem vou te tirar daqui, então acho bom você começar a me contar a verdade para que eu possa te ajudar.

Conto para ele sobre tudo que estou envolvido. Ele assente com a cabeça e anota tudo em uma agenda marrom. Observo o movimento de seus dedos compridos. Espero que ele me tire daqui.

- Vou contatar um pessoal, e ver se eu consigo um jeito de fazer você ir para casa e ser investigado lá. - ele diz e eu concordo. - Você suspeita de alguém que possa ter feito a denúncia?

- Marcus Collins. - digo com ódio na voz.

- Sabe por quê ele fez isso?

- Não. - digo.

Ele anota mais coisas na agenda e respira fundo.

- E depois? O que vai acontecer? - indago preocupado.

- Bom, eu vou tentar te tirar daqui, e vamos ser amigos... ou você vai ser acusado, preso por uns cinco ou seis anos e vai ter todo o seu dinheiro capturado. Pelo menos o que você ganhou com as drogas.

- E a minha boate?

- Vai continuar lá, mas só vai poder ser administrada após a sua pena.

- Você precisa me tirar daqui. - digo.

Code of Honour • Z.MWhere stories live. Discover now