Fuck You Alone

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Aylena

Batidas incessantes na porta fazem minha cabeça doer. Ainda estou de pijamas apesar de ser mais de meio-dia. Amarro o cabelo no alto da cabeça e desço as escadas, me perguntando onde Maryl está que não abriu a droga da porta. Giro a maçaneta gelada e me deparo com Harry de olhos arregalados. sua respiração ofegante. Volto a meu corpo para atrás da porta, escondendo meu pijama, e franzo o cenho.

- Por Deus, Harry! - digo - O que você quer?

- Zayn. - ele diz - Ele foi preso.

Minhas pernas bambeiam e eu abro mais a porta. É como se o chão abaixo dos meus pés estivesse desmoronando. Como se tudo estivesse quebrado. Preso? Por que? Bom, o motivo eu suspeito, mas como isso aconteceu? Ele é sempre tão cuidadoso.

- Como... Como isso aconteceu? - pergunto. A voz falhando no final.

- Fizeram uma denúncia anônima. Eu acho que o Zayn tem ideia de quem foi. - ele diz.

- Quando isso aconteceu?

- Umas duas horas atrás, eu acho.

Duas horas? Ele não me contou? Mas que porra está acontecendo? O universo está conspirando contra nós? Por que ele não desistiu dessa merda toda? Ele sabia dos riscos! Que porra! Como vai ser agora?

- Por que você só me disse isso agora? Ele precisa de um advogado!

- Calma, Aylena... A própria delegacia forneceu um advogado. Ele vai ficar lá até o processo.

- Calma o caralho! Onde ele está?

- Delegacia municipal de Manhattan. Você vai lá?

Fecho a porta com força e ouço-o dizer o meu nome. Subo as escadas às pressas. Eu estou chorando. De ódio, de medo, não sei, talvez uma mescla dos dois. Estou nervosa demais. Quero bater nele. Por que ele deixou isso acontecer? Ele sempre deixa as merdas acontecerem.

Abro as portas do armário, visto uma calça jeans velha, um moletom branco da Hollister e meus chinelos Adidas. Coloco a carteira e o celular no bolso e saio da casa.

O trânsito está tão agitado. Já bati a mão no volante umas dez vezes, e buzinei umas mil. Demoram uns trinta minutos para eu chegar na delegacia. O lugar é horrível e mórbido. Mulheres agoniadas, tentando tirar os maridos ou filhos da prisão. Eu definitivamente não quero isso para mim.

Vou até uma bancada de mármore preto. Uma mulher morena está atrás, usando um uniforme azul e carregando um semblante irritado.

- Com licença - digo - Como funciona o serviço de visitas?

A mulher olha para mim por cima do óculos com uma cara emburrada. Ela faz um meneio de cabeça, apontando para a fila de mulheres, esperando para visitar seus homens. Volto a olhar para ela.

- Minha senhora, você sabe quem eu sou? - tento chantageia-lá - Eu não preciso esperar. Não posso esperar.

- Você não é ninguém importante aqui. Ou espera ou vai embora, querida. - ela diz e eu reviro os olhos.

(...)

Uns quarenta minutos depois finalmente sou liberada para visitar Zayn. Sou encaminhada até uma sala pequena e a meia luz. Sento-e e espero uns minutos até Zayn passar pela porta de metal.

Os olhos dele se arregalam assim que me vê, e posso vê-lo engolindo seco. Não consigo disfarçar minha feição de ódio. Ele se senta à minha frente e abaixa a cabeça. Não espero mais tempo para começar a falar.

- Que porra é essa, Zayn?

- Achei que já tivessem te explicado. - ele diz frio.

- Pelo amor, Zayn. Não fique todo irritadinho...

- Não ficar irritado?! - ele quase grita - Eu estou preso, Aylena!

- Ah jura?! - bato as mãos na mesa - Eu te pedi tanto para deixar essas porras de lado! Você fica dizendo que quer um futuro comigo. Eu não quero esse futuro! Isso não é futuro!

Ele respira fundo e tenta segurar minha mão, mas eu me retraio. Eu quero dizer muitas coisas a ele, mas ao mesmo tempo sinto medo de tudo acabar... Tudo o que ele sente por mim.

- Eu sei! - ele berra - Por Deus, eu não sei como isso aconteceu. Eu nem queria que você soubesse.

- Você ia esconder isso de mim? Você acha que ia conseguir? - foi uma risadinha sarcástica. - Vai se foder, Zayn.

- Para. - ele diz.

Eu estou furiosa. Quero gritar, espernear, arrancar ele deste lugar e dar umas boas lições de moral nele. Eu nunca imaginei passar por isso. Nunca! É demais pra mim. Ele podia pelo menos pensar no quanto eu o amo antes de fazer qualquer merda?

- Você quem está sendo um filho da puta comigo, quando eu vim aqui pedir, implorar para você me contar o que se passa na sua cabeça, porque eu realmente não entendo. - digo abaixando o tom de voz.

- Eu não fiz nada! Foi o Mark. Ele me denunciou, e eu não sei o motivo. - ele diz decepcionado. - Caralho, eu estou muito puto. Preciso sair daqui.

- Talvez, se você tivesse abandonado toda essa porcaria quando todos os problemas começaram a aparecer, você não estaria aqui. Eu não estaria aqui. Visitando meu namorado na cadeia.

O pesar das palavras me consome, mas não quero e nem vou passar a mão na cabeça dele.

- Eu não pedi para você vir. - ele diz.

Sinto meu sangue gelar e meu coração apertar. Então é isso? Ele vai me tratar assim por uma merda que ELE fez? Eu vim aqui a fim de tentar entender as coisas direito e ele me recebe assim? Desprezando o meu esforço de por a porra dos meus pés e uma cadeia para visita-lo quando eu podia estar, sei lá, em Vegas?

- Quer saber? - digo levantando da cadeira - Se foda sozinho.

Ele me observa sair do lugar com um pesar visível no olhar, mas eu não ligo. Bom, eu finjo não ligar. Antes de colocar os pés fora da delegacia, as lágrimas já estão escorrendo pelos meus olhos. Entro no carro, que está do outro lado da rua, e bato no volante três vezes. Apoio meu rosto no mesmo e deixo as lágrimas rolarem.

Está tudo dando errado para nós dois. Está tudo tão ruim. Eu queda aguentar.

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Capítulo curtinho, mas é que estamos mesmo na reta final. Espero que estejam gostando :)
amo vocês demais, obrigada por tudo. xxxxxxxx

Code of Honour • Z.MWhere stories live. Discover now