She's Gorgeous

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Zayn

Estou meia hora atrasado para o evento na casa da família Haynes. Confesso que fiquei surpreso com o convite. Não fazia a mínima ideia de que eles me conheciam... Se bem que o filhinho deles já foi há minha boate. Bom, não importa.

Termino de vestir o smoken e peço para Safaa me ajudar a fechar a maldita gravata, mas ela está puta com alguma coisa e decidiu que não quer nem falar comigo. Desisto de colocar a porcaria, calço os sapatos caros e saio do quarto.

- Safy, estou indo - digo atrás da porta. - Qualquer coisa me liga.

Safaa sabe no que eu trabalho. Não podia ficar mantendo esse segredo, sabendo que um dia ela ia descobrir. E eu prefiro que seja por mim. Entro no carro e vou em direção a luxuosa mansão do Haynes.

O lugar está lotado, temos até imprensa aqui - o que é bem desnecessário. Eu não sei bem do que se trata esse evento, mas sei que estou muito curioso para saber o que diabos eu estou fazendo aqui.

Sou obrigado a dizer o meu nome ao segurança da porta para que ele me deixe passar. As pessoas estão todas chiques, usando as melhores roupas para impressionar uns aos outros, o que me deixa muito irritado. Eu só queria estar nos meus jeans.

Não conheço ninguém aqui, o que é uma merda, porque além de não saber o motivo de me querem aqui, também não conheço ninguém. Quero dizer, óbvio que sei quem cada um deles é, mas não os conheço literalmente.

Parece que ouvindo minhas preces, vejo Aylena do outro lado da sala. E ela está... linda. Seus cabelos estão presos no alto da cabeça, dando destaque aos seus olhos azuis, e ela está usando um vestido colado cor de pele - ou sei lá o que - que, puta que pariu, que gostosa.

Ela acena para mim no mesmo instante que me vê. Consigo sentir a hesitação daqui de longe. É como se eu inibisse as pessoas, e eu odeio muito isso. Aceno de volta de modo rápido.

Ela está ao lado do tal Nicolas, o filhinho dos Haynes. Esse cara é um babaca, de acordo com os boatos que escuto na boate. E eu não vou muito com a cara de metido que ele tem.

A mão dele está envolvendo a cintura dela, e sinto meu sangue ferver. Não sei bem o que é isso, ou por quê acontece, mas vive acontecendo quando penso nela. Desde que a salvei pela primeira vez, é como se o universo quisesse me por ao lado dela sempre. Eu sinto uma vontade gigantesca de protegê-la, e cá para nós, ela não é de se jogar fora. Opa, não mesmo.

Alguém toca me ombro de leve, é preciso segurar a respiração ao dar de cara com o senhor Haynes e o senhor Voltovski, Tantovski, que seja, odeio russos.

- Podemos conversar em particular, senhor Zayn Malik? - o Haynes diz.

- Claro - digo desconfiado.

Eles me guiam até uma porta. Entramos, é um escritório.

- Ainda não entendi o que estou fazendo nessa "festa" - digo cruzando os braços. - O que vocês querem comigo?

- Nós sabemos do seu "empreendimento" - o Lovitovski diz. - Queremos te fazer uma proposta.

- Que seria...?

- Eu e meu amigo Lev Altovski queremos que você invista parte de suas quantias em um projeto nosso. - Haynes diz.

- Oi? Desde quando vocês precisam da ajuda de um traficante? - digo, com um sorriso irônico.

- Deixe-me explicar - Haynes começa - Nós sabemos que o ramo das drogas da dinheiro muito mais fácil e rápido do que qualquer outro empreendimento.

- Ah, em um instante "droga" passou a ser "empreendimento" - digo.

O grisalho revira os olhos e continua:

- Estamos querendo abrir um projeto que invista nos guetos de toda a NY, mas para isso precisamos de capital, investimentos, patrocínio... E você sabe que nós não somos ligados ao governo, e nenhuma outra estatal quer nos patrocinar ou apoiar com medo de que o investimento não prospere. Então, pensamos que nada melhor do que um rapaz que se importa com os guetos, que ajuda o maior deles, para nos ajudar.

- O que eu ganho com isso, mesmo? - Ok, agora estou começando a ficar um tanto interessado.

- É um negócio milionário, garoto - Altovski diz - Você nos ajuda com seus investimentos, e nós acobertamos todas as suas tramóias que envolvem as drogas sintéticas que você ajuda a projetar.

Ajudar os guetos... Meus pais foram assassinados em Hell's K., mas eu ainda me importo muito com aquele lugar, porque foi lá que eu nasci, foi lá que meus pais me criaram até os meus oito anos, quando finalmente mudamos de vida. Eu quero ajudar as pessoas daquele lugar a mudarem de vida como eu mudei, mas sem seguirem o mesmo caminho.

Eu não tenho orgulho do que eu faço. Não gosto de ver minha irmã fingindo ter uma vida que não tem. Perguntarem no que eu trabalho e ela só responder que faço faculdade de química.

Várias noites ela chegou chorando porque a chamavam de mentirosa no colégio. Tudo porque ela não sabia responder como a gente se sustentava, e começavam a deduzir um monte de coisas bem próximas a nossa realidade. 

- Quero parte do lucro do negócio - digo.

- Já esperávamos por isso - Altovski diz - Quantos porcento?

- Dez. - digo e eles ficam chocados.

- Sete porcento. - Haynes rebate.

- Quinze porcento ou nada. - digo indo em direção à porta - Vocês têm vinte e quatro horas para pensar. Lembrando que sem minha ajuda, esse "empreendimento milionário" não vai a lugar algum. 

Saio do escritório e acabo me batendo com Aylena. Ela pede umas mil desculpas antes de perceber que se trata de mim. O namorado escroto dela está ao seu lado.

- Olha por onde anda! - ele diz.

- Eu me esbarrei nele, Nicolas - a garota diz com seu sotaque russo.

- Valeu, linda Lenna, mas eu não preciso da sua defesa.

- "Linda Lenna"? Vocês se conhecem? - o tal Nicolas pergunta. 

É, idiota. Eu estava lá quando ela precisava, enquanto você estava na porra da sua jacuzzi encarando seu pau.

- A Shei me apresentou ele - Aylena mente. - Pode ir buscar um daqueles canapés para mim?

- Certeza? - ele indaga e eu reviro os olhos.

- Vai logo, Nick. - ela diz irritada. Ele se afasta - Ele é um porre às vezes.

Sorrio.

- O que você está fazendo aqui?

Fechando um negócio milionário com o seu pai, que envolve propina e droga.

- Tô de penetra pra ser sincero. - minto.

- Hm, um penetra bem elegante, então. - ela diz passando a mão pelo meu ombro.

Retiro a mão dela de mim e passo a mão pela barba.

- Você está linda. - digo com a maldita voz tremida.

- Obrigada. - ela diz com um sorriso de canto.

Puta merda, essa menina é demais!

- Achei os canapés, amor - Nicolas chega com os malditos canapés em mãos. - Vem, sua mãe está nos chamando.

- Ok... Bom te ver, Zayn - ela diz, e ele a puxa pelo pulso.

Quando eles estão um pouco longe de mim, ela se vira e soletra um "vejo você", e eu sorrio em concordância.

Ela é linda.

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E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado viu? Amo vocês!

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