Code of Honour • Z.M

Code of Honour

Zayn

Já estou com Aylena há um tempo. Na verdade acabei de deixá-la em casa e estou na sala com o Lev - o pai dela. O clima está bem pesado para ser sincero. Não era pra menos. Vê-la naquele estado, com todos aqueles machucados, foi de partir o meu coração. Eu jurei para mim mesmo, desde o dia nos fundos da boate, que protegeria essa garota com a minha vida. Como um código de honra. E que quase falhei. Na verdade eu falhei.

Foi terrível da parte de Magnum tentar me atingir, machucando-a. Ele conseguiu? Sim, mas eu revisei. Matei ele a sangue frio, e não me arrependo de nada. Na verdade, toda essa situação me deu coragem para contar toda a verdade para ela - o que não foi nada fácil - e apesar de me sentir leve com isso, ainda estou com medo, muito medo, de que ela me deixe. Eu não aguentaria. Desde o dia que ela saiu da minha casa, me deixando aos prantos, eu me senti um merda. Eu sou um merda por ter feito ela passar por tudo isso.

Quando Magnum me ligou, dizendo que estava com "a minha princesinha", meu coração disparou e eu só pensava em ver uma bala entrando na  cabeça dele. Eu nunca - nunca mesmo - tive coragem de matar ninguém. Por isso sempre usei o Harry, meu fiel escudeiro nisso. Mas dessa vez eu tinha de fazê-lo. Se eu não matasse Magnum com minhas próprias mãos, eu não me perdoaria nunca.

N U N C A.

Aylena acabou de subir as escadas e me deixar à sós com o pai dela, e eu estou nem nervoso. Me lembro quando cheguei aqui pela primeira vez, desafiando o cara. Ele me deu a confiança dele, disse, em particular, que eu tinha de fazê-la feliz e teria sua benção. E agora o que eu fiz? Deixei-a nas mãos de um covarde que ousou encostar o dedo em um fio de cabelo dela - na verdade até pior que isso.

Sinto o peso da mão de Lev em meu rosto, deixando um vermelho enorme no mesmo para combinar com os outros hematomas que Magnum causou. Permaneço calado. Ele me observa com os olhos cheios de lágrima.

- Qual a porra do seu problema? - ela indaga, quase gritando - Eu deixo você namorar com minha filha, e é isso que acontece?

- Lev... - ele não me deixa continuar.

- Escuta aqui, moleque, eu quero você longe da Aylena, ouviu? - meu peito dói assim que ele diz isso.

Se bem que nem ela já não estava querendo ficar perto de mim, quanto mais agora. Confesso que de toda a esperança que eu tinha de termos um relacionamento no mínimo normal, não sobrou quase nada.

- Acho que nem ela me quer por perto. - digo, sem disfarçar a tristeza em minha voz.

- Ótimo. Então faça o que estou de dizendo. Fique longe dela ou eu mato você. - ele diz, firme na voz. - E pode esquecer todo o contrato. Não quero que ela...

- Ela já sabe. - digo e ele me olha incrédulo - Ela terminou comigo pelas mentiras, eu não podia conviver com isso.

Ele balança a cabeça em concordância e me manda sair da casa, mas antes eu peço para falar com a garota mais uma vez. Ele hesita, mas me deixa subir. Eu só espero que a relação dele com Aylena não mude por causa disso. Embora nesse aspecto ele tenha mais culpa do que eu, já que foi ele quem veio atrás de mim.

Subo as escadas as pressas e respiro fundo antes de abrir a porta devagar. A garota está deitada na cama, coberta até o pescoço com os lençóis. Os cabelos estão molhados. Observo o roxo enorme perto de seu olho, e as marcas verdes em seu braço magro. Me aproximo lentamente da cama e ela me dá permissão para sentar. Eu amo tanto essa garota. Chega a doer. Queria tanto que isso desse certo. Ela se mantém virada de costas para mim, e eu me controlo para não implorar que olhe em meus olhos.