Capítulo 3

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Ouço minha mãe me chamar. Me teletransporto até ela para atender seu chamado. Mas não foi bem uma precisão. Simplesmente me deixou um lanche em cima da cama, me deu um beijo e desceu.

Com fome eu não estava. Então tirei da minha cama e coloquei em cima do criado-mudo.

Era uma decepção não arranjar emprego. Acreditava que era tanto pra mim quanto para meus pais. Uma mutante inútil. Pensei.

Continuei pesquisando sobre agentes secretos e relacionados. Achei informações suficientes. Mas até que uma conversa de algumas vozes masculinas me chamam atenção.

— Senhor Jokley, sabemos que mora com uma mutante, alienígena.

— Eu já disse que não irei entregá-la!

— Sua suposta filha deu as caras hoje. Para o bem de todos, precisamos dela conosco.

Falavam de mim? Provavelmente sim. Me teletransporto para trás de uma estrutura, podendo ouvir com mais clareza.

— Olha, toda semana vocês vem aqui falar a mesma coisa! Eu est...

— Sim. Mas dessa vez, vamos lhe oferecer um milhão de dólares por sua "filha".

Depois disso, meu pai se calou e olhou para a maleta repleta de cédulas. Chega a esbugalhar seus olhos, parecendo que aceitaria na velocidade da luz. Mas não, ele se fez de difícil. Infelizmente, eu percebi que em um tempo, aceitaria esse dinheiro.

Os rapazes deram um tempo para meu pai pensar. Não sabia se fugia, se me entregaria ou discutiria. Mas simplesmente, me teletransportei para meu quarto e me joguei na cama. Provavelmente são pessoas da área 51. Lá, eu poderia ser útil. Mas também, uma mutante para testes. Pensei.

Fiquei o dia todo no meu quarto até escurecer. Alguém bate na porta, e era meu pai.

— Filha, podemos conversar?

— Melhor não.

— Mas é que preciso conversar.

— Eu já disse que não, senhor Jokley. O que vai fazer já que não aceitei? Me oferecer 1 milhão de dólares também?

Me encara e suspira. Já havia se tocado que eu estava bem informada e atualizada. Olhou para a janela, cerrou seus lábios olhando para cima e chorou.

— Dayana, eu admito que aceitaria.

— Eu sei. Isso me decepciona, mas eu não negaria ir. Pai, eu quero ir!

Se levanta, põe suas mãos no rosto e depois na testa. Ficou surpreso/indignado.

— Não! Dayana, entenda...

— E tem como entender? Olha, você primeiro diz que aceitaria e depois, quando eu disse que não negaria faz um escândalo? Chame esses homens porque irei. Façam bom proveito do dinheiro, não abusando do luxo. Já que não posso dar o orgulho de trabalhar, isso será um presente.

Meu pai sai do quarto meio arrasado. Com certeza foi falar para minha mãe. Enquanto isso, arrumei minhas malas pensando como seria a área 51. Será que me usariam para testes? Trabalharia pra eles? Tantas perguntas.

Ao amanhecer, me levanto e coloco uma roupa básica. Pego minhas malas e desço para tomar café. Lá, encontro minha mãe e meu pai chorando. Antes que eu conseguisse por minhas bagagens no chão, seus braços se redirecionam à mim e sou abraçada.

— Fi-filha, você tem certeza?

— Sim, mãe. Só me prometem uma coisa?

— Claro. - Fui respondida pelo meu pai.

— Não se deem ao luxo. Compre o necessário, uma casa melhor, talvez. Ok?

Balançam suas cabeças aceitando. Logo a campainha toca, parecendo ser os rapazes. Abro a porta e meus olhos enxergam desfocando tudo ao redor da maleta. Será dos meus pais. Pensei. Me olham parecendo admirar.

— Senhorita Jokley? Está pronta?

— Sempre estive. Mas primeiro, deem a maleta para meus pais.

— Promessa é dívida. - Disseram entregando a maleta.

Me despedi de meus pais. Com um saco preto nas mãos, os rapazes disseram:

— Coloque esse saco na cabeça. A localização não poderá ser mostrada ainda.

Coloquei conforme o dito. Parecia que primeiro entrei em um carro, e logo após em um helicóptero. Quem diria que a área 51 seria tão distante de Chicago.

IDENTIDADE ZEROOnde histórias criam vida. Descubra agora