Capítulo 56

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A porta se abriu. Garry mal saiu de lá e olhou para a parede onde eu estava sentada. Fechou a porta e sentou ao meu lado. Nem olhei, apesar da vontade ser muita.

— Only, você não precisa agir assim.

— Eu sei que reagi estranho, mas você parecia já estar mau humorado primeiro.

— Sabe que sou sério. Por isso nem sempre vou falar com uma voz de “amei” ou algo do tipo. Perdoe-me. - Segurou minha mão, mas logo a levei ao joelho para ele soltar.

— Tá, esquece, já foi! - Encerrei a conversa descendo as escadas e indo para a sala central.

Assim que cheguei, o mesmo funcionário que parecera se chamar Robson, que já tinha conversado comigo antes, veio até mim e me levou para mais perto dos computadores me puxando pelo braço.

— Dayana, Only, enfim! Temos uma novidade sobre o chefe do Sebastiãn!

— Me informe!

— Hoje Sebastiãn o descreveu e um funcionário bom nos desenhos, desenhou. Olhe:

— Eu acho que conheço esse rosto, mas não lembro de onde. - Cocei a cabeça. — Mais alguma coisa?

— Sim. De acordo com as câmeras locais de onde Sebastiãn disse ter encontrado ele, vimos que esse cara ainda está por lá.

— Localização?

— Caldeiras de Salomão, bairro Zolivel - fábrica abandonada Zuirche.

Corri para meu quarto me trocar. Tirei o mais rápido possível aquela roupa de “inverno” e coloquei o uniforme. Fiquei frente ao espelho penteando meu cabelo um pouco, mesmo sabendo que o vento iria bagunçar novamente. Coloquei minha capa e minha máscara, feliz por usá-las mais uma vez. Calcei o sapato cano alto e voltei a me observar no espelho.

Percebi que alguém estava na minha porta, ainda vendo pelo reflexo do espelho. Lá estava novamente Garry. Oh não.

— O que quer? - Virei para olha-lo. — Já vou sair.

— Não quero ficar brigado contigo. - Entrou, veio até mim. — Você foi a agente que esteve sob minha responsabilidade desde o início, e a que eu apostei tudo. - Me abraçou. — Sou durão, mas consigo derreter-me fácil.

— Sabe que não consigo viver sem sua orientação e amizade. - Abracei mais forte, enquanto pegava a arma que Garry me passava.

Saí do meu quarto e corri até o campo aberto. Voei com a localização em mente, não querendo esquecê-la. Demorou um pouco para chegar, mas se não me avisaram, ele ainda estava lá.

— Alvo ainda está na localização passada? Aguardo resposta.

E com um chiado, parecendo de um rádio policial. Mas ainda sim, consegui ouvir claramente o que me responderam:

— Sim, ainda se encontra no mesmo local.

A rua da fábrica estava vazia. Parecera que ninguém morava lá. Aliás, a fábrica era tão grande que tomava conta de uma parte da rua. E também, quem gostaria de morar perto de uma fábrica barulhenta, que a cada dispensa ou entrada dos funcionários, mais o almoço, tocaria uma buzina altíssima.

Me teletransportei para baixo. Muitos materiais parecendo estar lá há anos. Enormes e que pra mim, era sem utilidade para alguém que não sabe nem ao menos o que é.

— Tem alguma coisa enorme aqui. Está deitado no chão, coberto e é pontudo. Gente, o que é isso?

— Você não sabe descrever coisas muito bem. - Pareceu ser Ruan respondendo. — Depois você descobre, vá atrás de quem você queria!

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now