Capítulo 63

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O resto do dia anterior, fora somente conversas com meu "segundo pai", Mário. Apesar de ter ficado muito tempo, muitas horas ao lado dele, ainda sentia saudades.

Foram mais de vinte e oito dias para construir a arma Soco Travessa. Mas o dia que eu poder vê-lo e tocá-lo chegou. Ansiosa, andando devagar mas acompanhado de pequenos pulos fui até a sala central. Muitos funcionários tanto do lado esquerdo quanto do direito, deixando um espaço vazio no meio deles para que eu passasse. E logo ao final daquele espaço, parecendo que eu fosse desfilar em um tapete vermelho, estava uma pequeníssima mesa com uma almofada e o Soco Travessa em cima.

Quando me aproximei todos se organizaram, ainda dos dois lados e me olharam. Joan, o super, estava lá na frente ao lado da arma junto ao general, chefe que dava ordem na área 51 toda. Garry, Ruan e Michelle também estavam em um dos lados. Felizes, com um sorriso aberto e mãos juntas frente a barriga.

Sem enrolar mais, do jeito que cheguei passei naquele meio. Agora estava eu e a arma, frente um ao outro. Queria pega-lo logo! Arg!

— Hoje, estamos aqui para entregar umas arma poderosa construída pela segunda vez. Uma arma que será bem utilizada, e para evitar o mau. Sem papo furado, - levantou os braços — agente Only, eu te entrego o Soco Travessa!

Palmas e gritos de alegria. Não sabia que pra uma entrega tão... Tão normal precisava disso tudo por aqui. Normal pelo menos pra mim!

As palmas acabaram, de alta para baixa até não se ouvir mais. Olhei aos redores com um sorriso sem graça, me perguntando no pensamento várias vezes: O que que eu faço agora? O pessoal começou a murmurar um para o outro, provavelmente se perguntando porque eu travei.

— Only, você já pode deixar sua digital. - Disse o general, com um sorriso forçado.

— Ah, claro, desculpe!

*Risos*

Coloquei a mão várias vezes perto, de um lado e do outro, mas não encostara. Não sabia direito onde devia colocar o dedo para ter minha digital.

Joan se aproximou, me olhou nos olhos e deu um sorriso meia boca. Mas não disse nada, apenas pegou meu dedão da mão esquerda e colocou num espaço em baixo dos buracos para colocar os dedos. Por alguns segundos não aconteceu nada, mas logo depois, minha digital ficou marcada naquele local que Joan colocou meu dedo. Foi uma coisa tão nova, que me fez abrir a boca e bem baixinho dizer "minha nossa".

E mais palmas.

— Agora essa arma é sua! Qualquer um pode segura-la já que já tem sua digital. Mas tome cuidado para não perder. - Apertou minha mão o general.

As duas fileiras se desmancharam, e a multidão foi evaporando cada um para seu canto. Alguns voltaram para os computadores, outros ao refeitório.

— ONLY! ONLY! ONLY! - Gritos chamando meu nome tomaram conta do lugar.

— O que está havendo?!

— General, onde está a Only?! Tenho notícias sobre Zamalion.

Deu para eu ouvir da pequena distância que estava. Depois desse tempo por sua procura, Zamalion resolveu aparecer. Fora uns dias quietos demais, coisa boa? Com certeza não.

— Estou aqui! - Pulei acenando. — O que Zamalion aprontou? - Andamos na mesa direção para se encontrar.

— O mesmo local que você se encontrou com ele pela primeira vez... Eu consegui entrar nas velhas câmeras do local, e ele ainda está lá. Só que está com um projeto novo, ou antigo, não sei. Mas algo pontudo, parecendo uma bomba ou um míssil. A coisa está feia pro nosso lado se for um desses dois.

— Eu não creio nisso. Em tão pouco tempo? Acho que preciso voltar naquele lugar. E agora! - Peguei o Soco Travessa.

NÃO! - Garry gritou. — Não use essa arma agora. Lembre-se que ela só pode ser usada uma única vez. Guarde para um acontecimento mais preocupante, do tipo quando esse míssil ou bomba estiver prestes a ser lançado.

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