Capítulo 85 (Final)

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Estava conseguindo! Na verdade, já saí da atmosfera, e conseguia respirar normalmente! Talvez por eu ser uma extraterrestre, dã.

O míssil estava rápido antes de sair da atmosfera, mas não ficou na mesma velocidade quando saiu. Com um impulso e com um grito de guerreira, minha velocidade aumenta e voo conseguindo chegar no míssil. Abraço o míssil e escalo até a pequena portinha que escondia a fiação. Minhas mãos escorregavam, mas não ao ponto de me fazer cair.

Em um piscar de olhos, o míssil já havia feito a curva. Já estava mirado e indo em direção ao planeta Terra. Sem ter opção de esperar mais um bocado, abri a porta com a fiação do míssil. Fios das cores: amarelo, verde, azul e vermelho. Jamais estudei sobre desativar um míssil, uma burrada.

Estava próximo! Mas espera! Eu não preciso desativar! Eu preciso mudar a direção dele!

Larguei o míssil e fui mais próximo da Terra, onde ele ainda passaria. Me afastei.

— Impulso, força! Arriscar sua vida para salvar várias! Ou melhor, Chicago.

O míssil estava por passar lá. Então me posicionei e pensei em Zamalion, o critiquei mentalmente o mais rápido possível. Você é um cretino, matou meus pais. Eu vou te matar. Você vai morrer. Você tirou quem me apoiava. VOCÊ MATOU OS MEUS PAIS! As minhas cópias retornaram. Meus olhos brancos fixaram nas minhas clones que saiam dos buracos escuros.

*GRITO*

Voamos em direção ao míssil que estava na nossa reta. Uma velocidade que jamais consegui chegar nos treinos e nas missões. Eu e minhas clones com os braços estendidos para empurrar o míssil. Nossa força se juntou, nossas mãos no míssil tocou. A NOSSA FORÇA, O EMPURROU! A DIREÇÃO OPOSTA, ELE TOMOU!

O míssil não estava mais em direção ao planeta Terra. Eu salvei Chicago! Uma alegria imensa tomou do meu coração.... Mas junto a uma... Tontura? Minha visão ficou embasada, minhas clones já não estavam mais ali. Fui caindo aos poucos, como se meu poder de voar estivesse falhando. Como se alguém arrancasse pena por pena de minhas "asas". Até eu cair sem poder flutuar, me teletransportar.

Meu corpo ficou mole, minhas mãos e pernas se esticaram pra frente com a velocidade que eu caía. Meu corpo ficou quente, como se uma chama estivesse em mim. Mas essa chama não se aumentou depois que já estava na atmosfera. Mas mesmo sim, meus poderes não funcionavam.

Eu vou morrer. O pouco que pude ver, já vi nuvens e prédios. Olhei pra baixo, e vi que estava caindo na praça central de Chicago. Senti uma pequena força em meu sangue, que me salvou um pouco de morrer na hora com o impacto. Quando já estava prestes a sentir o solo, diminui a velocidade do meu cair com a pequena força que eu tinha de voar. A rapidez se diminui, mas mesmo sim, caí levantando poeira e me afundando na terra da praça sendo arrastada pela força da velocidade.

Meu corpo todo doía. Minha cabeça parecia que ia explodir! Não conseguia me mover, e senti fraqueza novamente. Pude ver que minha mãos e outras partes do corpo sangravam. E a chama, mesmo sendo pouco, me causou queimaduras. Todos se aproximaram, e ouvi barulho de sirene chegando perto. As pessoas estavam com as mãos na boca e distantes. Vi um helicóptero no céu com dificuldade. Ele pousou ali mesmo, na praça.

Minha audição estava ficando péssima. Tentava me mover, mas nem as mãos direito eu conseguia.

Daquele helicóptero, vi descer algumas pessoas armadas e familiares.

— DAYANA! - A voz que era impossível não lembrar. — DAYANA, ESTÁ ME OUVINDO?

— Garry. - Falei com a voz rouca.

Ele passou uma das mãos no meu rosto. E uma água, uma lagrima caiu no meu rosto.

Abri os olhos ao máximo para tentar enxergar melhor.

— POR FAVOR, ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA!

— DAYANA! - A voz de Michelle e Ruan.

Com o que consegui ver, lá estava o general que se aproximava.

— Dayana Jokley, você nos salvou! Você salvou Chicago! Eu tenho orgulho de você! Em nome de todos da área 51, eu lhe entrego o meu broxe de ouro. - Colocou em cima de mim, e eu agradeci com um sorriso cansado.

— Obrigado. - Minha voz saiu fraca.

Comecei a tossir e minha visão embaçou novamente.

— Dayana, aguente! A ambulância está chegando. Você vai ficar bem! Você vai viver! E eu prometo que você não vai se machucar, porque vou te proteger! Eu te amo, Dayana!

— Garry. - Tossi. — Eu fiz o que cumpri, não preciso viver. Eu dei minha vida, por várias.

Pude notar o público emocionado das poucas pessoas que vi. Garry retirou minha máscara, mostrando quem sou eu sem ser a Only. Não consegui ver se ficaram surpresos, mas vozes dizendo meu nome foram preenchidas por aplausos.

Meus olhos fecharam sem eu querer. Minha respiração ficou complicada, como se estivesse com asma. Minha audição foi a última coisa que durou, me deixando ouvir choro, palavras de arrependimento. E meu coração, me deixando sentir, gratidão.

VOCÊ SALVOU CHICAGO!

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now