Capítulo 16

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Acordei! Estava de volta ao mundo real. O controlator falhou!

Foi a pior ilusão que me fez enxergar. Senti uma fúria me corroendo, fazendo a mim respirar ofegante. Ouvi Lucas indo para trás, com medo de mim e repetindo:

— N-não posso ter falhado! Co-como?

Comecei a me agitar na cadeira. E não demorou muito para que toda minha agitação e raiva, fizesse um efeito inesperado. Ouvi um barulho, parecendo ser de algo se rompendo. E o que tenha sido rompido, deixou a mim livre (com certeza as cordas que me seguravam)!

Me levantei. Removi o saco que tampava minha visão. Pude ver claramente o rosto de Lucas. Consegui ver suas expressões de medo.

— Lucas Feuerschütte, não irá ser morto apesar de toda minha raiva. Você irá para a prisão de meta-humanos.

— Não, eu não vou! - Disse Lucas, apontando para as pessoas controladas por ele. — Peguem-lá!

Todos vieram em minha direção com olhos brancos, inconscientes. Não queria machuca-los, mas acredito que seus pensamentos não seriam os mesmos. Entro em uma chamada pelo comunicador:

— Cientistas?

— Cientista Ruan na chamada. O que quer, agente Only?

— Sabe em qual missão estou, não é? Então, preciso saber como tirar essas pessoas do controle dele.

— Olha, a única coisa que poderíamos tentar seria trazer parentes para que eles se lembrem quem são.

— Então procure por parentes!

— Mas, quais são os nomes deles?

— Não sei. Grite pela cidade para saber se alguém da família, foi para uma loja que acabou sendo incendiada. Mas rápido!

Essas pessoas seriam apenas uma distração para Lucas fugir. Mas não, ele não iria escapar! Chutei algumas pessoas que caíram no chão levemente. Algumas tentaram me bater com barras de ferro, e fiquei cara a cara com vários deles tentando impedir que me machucassem. Com essa barra de ferro, em um lado estava eu a segurando, impedindo que me enforcasse. E do outro lado, vários deles, acredito que todos forçando a barra para alcançar meu pescoço.

Com muito esforço. MUITO! Empurro a barra de ferro, fazendo todos cairem no chão. E era minha oportunidade de correr. Olhei para trás e todos corriam atrás de mim, parecendo zumbis, descontrolados.

Olhei para uma árvore. E foi pra lá que me teletransportei. Ficaram lá de baixo, tentando arranjar um jeito de subir, ou esperando eu cair.

Encontrei Lucas ainda correndo. Mas agora, era hora de batalha. Me teletransportei até sua frente. Ele corre para a direção oposta, mas faço o mesmo.

— Desista, Lucas!

— Jamais!

Conforme os golpes eu praticava nele, suas defesas impediam de acerta-lo.

— Esqueceu que eu...

— Você lê mentes! Hahaha, mas a minha? Não mais.

Penso serenamente em uma música. Penso em mim cantando em um palco, que era meu sonho quando pequena. Era meu único pensamento sugerido naquele momento.

Fechei os olhos, sem deixar a música sair da minha cabeça. Tentava colocar a música mais alto, por cima dos nomes dos golpes que iria usar. Ainda com os olhos fechados... Respirei fundo, cantarolando, e lá vai!

O chutei na barriga. Colocou suas mãos em frente a ela, e caiu no chão. Dei uma simples cotovelada em suas costas. Peguei seu braço direito, agachei, e o joguei para outro lado.

Coloquei o nariz de Lucas dentre meus braços. Deixei tapado, sem como respirar. Isso lhe causaria uma pressão, e fez com que desmaiasse.

As pessoas controladas por ele, vinham em minha direção. Não reagi, apenas fiquei parada, olhando para eles. Ouvi um barulho parecendo de um helicóptero se aproximando. Sabia que eles conseguiriam.

Com o barulho alto do helicóptero, as pessoas foram dando passos para trás. Com medo e agoniadas. Seus parentes desceram. Com um alto-falante, Ruan disse para se aproximarem. Os parentes daquelas pessoas, ficaram cara a cara com quem conhecia. Os controlados chegaram perto, os cheiraram e ficaram imóveis por um tempo.

— Falem alguma frase para eles marcante, ou descreva um momento! - Orientou Ruan.

Cada um falou uma frase. E teve um resultado inacreditável! Os controlados fecharam os olhos por alguns segundos, e quando abriram, estava tudo normal. Não tinham mais olhos brancos, e nem se encontravam descontrolados, no sentido “malucos”.

Se abraçaram e gritaram de alegria por estarem bem. Nos agradeceram (a mim e Ruan) antes da equipe de bombeiros chegar. Mas antes de os deixar, surge a seguinte pergunta:

— Qual seu nome, heroína? - Perguntou uma das pessoas, deixando curiosa as outras.

— Bom, podem me chamar de Only. Agente Only. - Falei dando uma piscada para Ruan, antes de voar.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now