Capítulo 83

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- Como ele consegue fazer isso? - Coloquei minhas mãos no balcão dos teclados.

- Não sabemos. Provavelmente é um dos poderes dele: modificar o clima. Mas precisa estar com algum sentimento que alimenta essa força, para causar uma tempestade tão assustadora. - Disse o cientista Henrique, novo funcionário.

O general chegou com seus guarda costas do lado. Todos se levantaram.

- Por que o céu está assim?

- Zamalion. - Se aproximou do general, o cientista Henrique.

- Não podemos esperar mais! Dayana, você tem que acabar com Zamalion de uma vez por todas!

Balancei a cabeça concordando. Garry chegou, e parecia ter ouvido a ordem do general. Ele me encarou, assim como todos, passando uma energia negativa. Mas não liguei. Parece que meu treino ontem não foi em vão.

Fui até meu quarto e coloquei o uniforme. Me olhei no espelho enquanto colocava a máscara e a capa. Pude ver no meu reflexo, que até eu mesma estava sentindo uma sensação ruim. Uma angústia no peito, a consciência se tornou tão negativa de repente.

Fui até o retrato dos meus pais. O peguei e levei ao peito, abraçando. Vocês estão comigo. Coloquei de volta no lugar e saí do quarto.

Fui até a sala central, onde todos, todos mesmo, estavam reunidos. Quando cheguei, Ruan veio até mim com o soco travessa numa almofada. Peguei e segurei firme. Ruan, me entregou o comunicador que logo coloquei na orelha. Garry veio até mim, e disse:

- Você sabe que não precisa ir agora.

- Não, eu preciso. Essa tempestade... - olhei para o lado de fora do campo aberto. - ... Só pode ser um aviso que ele irá lançar o míssil.

- Promete que vai voltar bem?

O general apertou minha mão, fechou os olhos e cerrou os lábios.

- Não, não posso prometer isso. - Me virei e andei até o campo aberto. - Mas prometo, que vocês vão ficar bem. - Voei.

Aqueles raios caiam tão frequente, dava medo de voar. As nuvens negras esconderam a luz do sol por completo, deixando Chicago escuro. Deixando o dia parecer noite. Pessoas usando a eletricidade para enxergar nesse dia tão escuro e assustador. Pude sentir, os raios carregavam medo, ódio, ira. Em cada raio eu via uma lembrança, parecendo que eu jamais lembraria de novo.

Não precisava de localização. Os raios só poderiam estar vindo de um lugar. O mesmo lugar que lutei desde a primeira vez com Zamalion: Fábrica.

De tão concentrada no que senti nesses raios (que inclusive quase me acertaram), quase passei da fábrica.

Eu estava certa. Além dos raios virem do céu, uma grande descarga elétrica e de luz, estava saindo do grande campo aberto da fábrica.

Com cuidado, desci. Zamalion já tinha me visto, pra que me esconder? Começou a rir e parou de liberar raios. O míssil já estava em posição, mirado para cima e no aparelho que o lançava.

— Finalmente você chegou. - Andou em volta de mim, rindo com sua gargalhada vingativa. — Talvez veja a cidade ser destruída, se eu não te matar antes. - Chegou perto do meu ouvido. —  Mas você pode evitar que Chicago seja destruído. Voltando comigo para Rischelf.

Aproveitei sua proximidade e lhe dei um soco.

— Ho hou.

— Eu não vou voltar para Rischelf! E não vou deixar você destruir Chicago!

Zamalion lançou seu raio em mim, me jogando pra longe.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now