Capítulo 81

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Não sendo uma herói comum de começo, quando cheguei ao segundo andar e vi uma porta com uma placa escrita o nome de Caetano, tentei abrir para ver se estava aberta. Mas o óbvio, estava trancada.

— Eu sempre quis arrombar uma porta, mas não tenho força. - Falei baixinho, pensando no que fazer. Tenho que ter uma entrada espetacular!

Me afastei da porta e lembrei dos treinos. Teria que chutar? Mas e se eu entrasse no quarto frente ao de Caetano, e voasse com toda velocidade na porta dele?

Entrei no quarto ao lado. Me preparando, dei pequenos pulos e fiquei na posição. Ouvi o barulho de alguém subindo as escadas, então não podia enrolar mais. Voei com toda velocidade fazendo a porta cair no chão, junto a um barulho alto. Não foi do jeito que eu imaginei, pois caí em cima da porta.

Levante e finge que nada disso aconteceu.

Me levantei e olhei para o garoto, que estava perto da janela e com um soldado nas mãos. Ele fechou os olhos e tomou o formato do brinquedo. Resolvi correr até ele, mas Caetano pulo da janela e abriu um paraquedas, mesmo a queda sendo pequena. Apoiei as mãos na janela e o vi abrindo a pequena mochila que estava em suas costas, pegando outro brinquedo. Não pude ver qual, mas começou a correr.

Coloquei um pé na janela. Os senhores Amaral aparecem na porta sem fôlego. Saí da casa voando a procura de Caetano.

— Only, você já tem um plano?

— Não! Ele está com uma bolsa cheia de brinquedos, pode virar qualquer um perigoso.

— E se ele não se transformar em um perigoso? Por exemplo...

— Trocando de brinquedo da mão dele antes da transformação! - Completei a frase de Ruan. — Fiquem informados se ele atacar. Vou para um destinatário diferente.

Mudei a direção, indo para uma loja de brinquedos. Mas onde que tem isso? Observei tudo, procurando alguma bendita loja de brinquedos.

Desci e fiquei no meio da rua. Nenhum carro passava, por isso não atrapalhei o trânsito. Todos que estavam na rua e nos comércios, pararam o que estavam fazendo para olhar pra mim. Pude ouvir alguns comentários altos e perto, do tipo:

— Ela é a heroína de Chicago?

— Que bizarro!

Mas não me importei. Se esconder de todos o tempo todo quando estava com essa roupa, não duraria muito. Tive que aparecer assim, mas ainda com a identidade secreta em segredo. Quando muitos se aproximavam, formando um círculo a minha volta, me teletransportei a frente da porta de uma loja de lembranças. Empurrei a porta e entrei. A balconista não estranhou, como se visse alguém vestido assim todos os dias.

— Posso ajudá-la?

— Você tem alguma lembrança de presidiário?

— Temos uma ali, - apontou — é a última que resta.

Um boneco algemado, perfeito!

Peguei a lembrança e fui para um canto distante da moça. Com cautela, sussurro para quem estivesse ouvindo o comunicador:

— Preciso que mandem o Garry pagar uma lembrança aqui na loja. Não tenho dinheiro. É a loja em frente a papelaria.

— Entendido.

Fui até o caixa.

— Meu amigo irá pagar.

A mulher se levantou e eu saí da loja. Voei alto para ver se enxergava algo estranho, ou ouvia gritos.

— Ele está em frente a escola Doré! Na mesma rua que fica a casa dele, vá!

Pude sentir a serenidade em sua voz. Me passou um sinal de que ele não se transformou em nada, e nem machucava alguém.

Quando encontrei a escola, desci devagar. O garoto estava nas escadas, e me esperava com um brinquedo nas mãos. Meus pés encontraram o solo e meus olhos as mãos de Caetano. Parece que o treino de mira, mesmo sendo com arma, vai servir nesse momento.

Caetano colocou sua outra mão sob o brinquedo, e fechou os olhos. Devagar, foi tomando forma. Talvez por ser um brinquedo maior. Seu corpo foi ficando azul e brilhoso, começando dos pés.

Respirei fundo e olhei fixamente nas mãos de Caetano com os olhos semicerrados. Levantei as mãos e girei, atirando a lembrança no local que mirei.

Abri os olhos tirando o peso quando os fechei. E a coisa mais bela que vi, foi minha ideia (metade minha, metade do Ruan) ter dado certo. Rápido, Caetano se transformou em um presidiário algemado.

Me teletransportei até o garoto e peguei sua mochila e o brinquedo que ele segurava, que estavam no chão. Coloquei minha mão em seu ombro, e falei:

— Desculpa, mas você fez mau. Vamos te ajudar, tá?!

Dois carros da área 51 chegaram. Saíram guardas com armas de cada um dos carros. Algemaram Caetano com uma algema apropriada para meta humanos, e o levaram para o carro.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now