Capítulo 82

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— Dayana! Dayana! - meu corpo balançava a cada vez que me chamava.

Estava em um local que espetava, mas não chegava a machucar. Escorria saliva da minha boca, e eu estava em um local que ventava muito.

— Dayana! - Olhei para a figura: Garry. — Posso saber por que você dormiu aqui no campo aberto?

Eu dormi onde? Me levantei e pude confirmar o que Garry disse. Eu havia dormido no campo aberto! Acredito que foi quando treinava de noite. Mas haja sono pra nem ao menos ir para o quarto!

— Acho que... - bocejei. — ... Foi quando treinei até passar de meia-noite ontem.

Passei a mão no meu corpo tirando a grama de mim. Estava com as luvas de boxe e uma faixa na cabeça. Peguei a garrafa d'água que estava perto de onde dormi e fui pra dentro.

— Mas por que treinou tanto? - Indagou enquanto vinha atrás de mim, Garry.

— Vou pegar pesado nos treinos antes que Zamalion apareça.

Garry parou de me seguir. Entrei no meu quarto e olhei para o relógio que marcava "9:40". Coloquei a garrafa d'água no recamier e fui até o banheiro. Tirei as roupas de ontem e as joguei num local aleatório, logo depois entrando na banheira. Peguei o shampoo e o condicionador e apliquei um de cada vez. Depois, afundando a cabeça na água e esfregando os cabelos até o quanto conseguia ficar sem respirar.

Coloquei o roupão e peguei roupas que cobriam dos pés ao pescoço. Vesti e penteei os cabelos frente ao espelho. Saí do quarto indo até o refeitório. Cumprimentei todos que me cumprimentaram, e peguei minha bandeja do café da manhã. Voltei para o meu quarto e liguei a televisão deixando num canal de notícias, como o de costume. Sentei na cadeira da escrivania e coloquei a bandeja. Lá, havia um retrato dos meus pais adotivos. Peguei, observei, sorri e chorei. Aos poucos e devagar, ouvindo as notícias e olhando o retrato, fui comendo até o último pedaço de fruta.

— Nem parece, não é? Nem parece que sinto saudades por não chorar todas as noites igual os primeiros dias. Mas eu sinto, e muito. Principalmente o fato de não ouvir a voz de vocês, já que quase não tive oportunidade depois de virar agente.

A chamada do jornal apareceu, acompanhada de uma música muito tradicional de jornal. Virei a cadeira e prestei atenção na seguinte notícia: "Pessoas ficam em pânico ao Chicago ficar com nuvens negras acompanhadas de raios e trovões." Deve ser só uma chuva passageira, pra que o desespero?

Mas aí que me assustei. Um barulho alto, muito alto de um raio que pareceu ter caído próximo a área 51. Abri a grande cortina, me deparando com nuvens negras, bem negras, jamais relatadas ou vistas por aqui, se formando. Mas eu devia me preocupar? Nada nesse momento me deixava mais amndrontrada do que Zamalion.

— DAYANA DAYANA! - Um rapaz que eu não sabia o nome, abriu a porta do meu quarto, sem fôlego.

Me assustei quando ouvi seus gritos.

— O que foi? O que foi!? - Levantei da cadeira e me aproximei do rapaz.

— Estão te chamando na sala central! Você não vai acreditar no que vai ver.

Corri junto ao moço que me avisou até a sala central. Lá, pude ver nos grandes computadores, de telas enormes, o míssil e Zamalion. Realmente não acreditei no que vi. Principalmente, quando vi que os raios, a tempestade, eram causados por Zamalion.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now