Capítulo 51

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— Responda sobre seus poderes! - Ordenei.

— O meu “chefe” me deu uma toxina que fez eu ter poderes.

Me aproximei do vidro e ordenei:

— Diga quem é seu chefe!

— Eu não posso falar. Você vai encontrá-lo no momento certo, Only. Mas uma coisa você pode saber: Você o conhece.

Saí da sala. E Garry foi atrás de mim.

— Vamos fazer ele dizer, calma.

Parei, o encarei e falei junto aos gestos das mãos.

— Ele não vai falar. - Apontei para esquerda e virei de costas, levando as mãos a cabeça puxando o cabelo pra trás. — Algo ruim vai acontecer, Garry! Por isso temos que descobrir esse “fedelho” por conta própria.

— Dayana! - Segurou meu braço levantando a voz. — Olha, desculpa, mas você está muito nervosa por uma coisa que precisa de paciência. Eu estava te aguentando, tentando suportar essas suas reclamações, mas não dá mais! Vamos fazer o possível pra achar esse cara. Agora, para de agir como se fosse a primeira vez que perdesse alguém!

Não falei nada. Nem pensei em quem estava certo. Apenas fui para o meu quarto tirar a capa, guardar a máscara e vestir uma jaqueta.

— Dayana! - Gritou com voz de arrependimento batendo as mãos na cintura, enquanto eu estava indo para o campo aberto para voar.

Dei um salto e me prendi ao vento. Até algumas lágrimas saíram dos meus olhos e voaram. Estava de cabeça cheia! Eu já perdi pessoas que amava sim! Mas perder os pais pela segunda vez, mesmo não sendo biológicos, dói! Pensei arrependida por não ter dito isso.

Dessa vez, sem máscara ou capa, desci em um canto para ninguém me ver. Andei pelas ruas movimentadas até às desertas. Mas encontrei algo que resolveria meu problema: um bar. Jamais pensara em beber alguma bebida alcoólica sem ser em uma comemoração. Mas já vi muitas pessoas “melhores” depois de algumas doses. Desabafar algo para se sentir melhor através da bebida, demonstra sinal de fraqueza. Mas não dá pra se tornar fraco algo que jamais foi forte: meu psicológico para uma morte familiar.

Entrei e vi muitas pessoas, na maioria homens. Tudo com garrafas de cerveja ou bebidas mais fortes nas mesas. Eu seria um deles, mas na versão mulher e no balcão.

Sentei na banqueta e fiz o sinal para o barman vir até mim.

— O que recomenda para se sentir melhor? Se me entende.

— Bom, te recomendo tequila. Ou ao mesmo, a especialidade da casa que também é forte: O verde que corrói. Tem 42% de álcool tendo corante verde, refrigerante com gás, bala de menta batida e um ingrediente secreto dono dessa quantia de álcool.

— Me traz dois copos.

— Certeza? Você parece ser nova  nesse cargo de bêbada.

— Cala boca e traz logo.

Quando ele trouxe, cheirei para ver se não era água com corante. O cheiro era amargo, mistura de coisas que mal dava pra lembrar o nome. Acho que já o cheiro estava me deixando louca.

Virei o primeiro copo. Estava tudo bem. O gosto é amargo mas bebida que deixa bêbada rápido, que nada. Virei o segundo copo. Aquele gosto estranho dentro de mim, fazendo eu expressar com caretas.

Não demorou muito, mas já estava meio zonza. As coisas estavam multiplicadas e girando. Óh, Thor, eu já estou louca! Escondi meu rosto entre os braços apoiando no balcão. Já me arrependi.

IDENTIDADE ZEROOnde histórias criam vida. Descubra agora