Capítulo 27

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Ontem no shopping até que foi divertido, principalmente na hora de comer.

Acordei para mais um dia, esperando o alto-falante do general gritar por uma emergência. Mas não dessa vez.

Passei as mãos nos meus olhos e bocejei. Com as pernas doloridas, fui para o banheiro devagar como um jabuti. Troquei de roupa, colocando o uniforme. EU NÃO AGUENTO MAIS! Gritei nos meus pensamentos.

Apesar de ser cansativo, eu queria uma missão. Chega de ficar parada, zanzando por aí sem nada pra fazer.

Saí do meu quarto e fui para a sala central. Mal cheguei e já fui abordada:

— Bom dia, Only! Temos uma missão para você.

NEM CREIO! Por que não falou desesperado? Nem parece ser uma missão como outras.

— Porque você irá ficar feliz. - Disse me deixando curiosa, André. — Eu acho.

— Diga!

— Temos uma missão fora do país pra você.

Fiquei pensativa naquele mesmo momento. Tirando o sorriso que estampava meu rosto. Claro que eu queria sair do país, mas e meus pais? O Garry?

— Eu... Não posso aceitar por mais que eu queira.

— Only, cuidaremos e te informaremos sobre seus pais e o Garry, não se preocupe! - Sorriu —, e antes que pergunte, hoje mesmo sai seu voo. As cinco da tarde, ok? Os visite antes de ir!

Saí do local na velocidade da luz. Peguei meu casaco e fui voando para o hospital.

Pousei atrás de alguns ônibus prestes a sair. Ninguém me viu. Pelo menos eu acho que não me viram.

Todos estavam mexendo em seus aparelhos celulares, não dando atenção ao mundo, as pessoa que estavam do lado.

Entrei no hospital, olhei para a recepcionista e nem precisei dizer quem eu queria visitar. Provavelmente ela sabia que era meus pais, ou o Garry, já que meus pais e ele estavam no mesmo local.

— Eu vim...

— Ok, pode ir!

Subi as escadas correndo. Com aquele pensamento: Você vai cair, vão rir, depois te ajudar. Mas foi apenas pensamento, pelo menos.

Cheguei no andar correspondente ao quarto dos meus pais. Fui até lá, percebendo que eles estavam dormindo. O certo é não acorda-los. Mas o errado, é ir embora sem se despedir!

Sentei na poltrona no canto esquerdo do quarto, pensativa.

A enfermeira, entrou para verificar se estava tudo bem. Mas se deparou com uma jovem tensa, sem saber o que fazer.

— Oi, posso ajudar em algo?

— Pode sim, talvez. Você tem um bloco de notas, ou algum papel e caneta?

— Ah... Não o papel, mas sim a caneta. E se ajudar, pegue o guardanapo do almoço deles!

E foi isso que fiz. Apoiei no meu joelho e comecei a escrever. As letras saíam tortas e fracas. Mas meus pais conseguiriam entender, certeza! " Mãe, pai, terei que viajar para fora do país. É uma missão, mas acredito que voltarei logo! Se cuidem, um abraço da sua filha Dayana Jokley."

— Enfermeira, se não acreditarem que fui eu que escrevi, afirme, por favor! - Encerrei saindo do quarto. Mas antes, olhei para a enfermeira que balançou a cabeça e fez o sinal "positivo".

Sorri com lágrimas nos olhos. O meu maior medo, era que se acontecesse algo com meus pais enquanto estive fora. Mas chega de pensamentos negativos, já bastava as coisas ruins na minha vida.

Subi mais dois andares, indo em direção ao quarto do Garry.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now