Capítulo 80

10 0 0
                                    

A casa era bem organizada e cheirosa. De tudo ali, meus olhos apreciaram a biblioteca com grandes estantes de livros, quando passamos para ir até a sala.

A senhorita Amaral (acredito) estendeu a mão para eu sentar na poltrona. Com muita delicadeza, sentei e elogiei o lugar:

— Esta casa é magnífica!

— Muito obrigada. Aceita algo para beber?

— Uma água, sim?

Ela foi até a cozinha e eu fui até um retrato de Caetano, que um caso curioso estava vestido de super-herói. Parece que na realidade ele virou o oposto.

Logo ao observar esse retrato, pude encontrar mais fotos dele na parede. Normal, claro. Mas terei que tocar no assunto que acredito que a mãe dele saiba.

A porta se abre de repente, e um homem alto e de terno (bem atraente por sinal) entra. Fechou a porta e estranhou minha presença. Mas mesmo assim, veio até mim e trocamos aperto de mãos.

— Óh, temos visita! Prazer, sou Carlo Amaral.

— Sou uma das professoras de Caetano, prazer!

A mãe de Caetano aparece com uma bandeja com uma jarra e dois copos d'água nela.

— Querido, você chegou! Vejo que já se conheceram. Mas por favor, sentem-se.

Peguei o copo d'água e voltei a sentar na poltrona. Os senhores Amaral se beijaram e sentaram um ao lado do outro, esperando eu dizer porque estava lá.

— Então, senhorita...

— Dayana. - Completei.

— Por que veio aqui? - O senhor Amaral indagou.

— É que o Caetano está apresentando um comportamento estranho. Não quer se separar dos seus brinquedos e quando tentamos tirá-lo, ele nos olha... Com raiva.

Pude perceber que, quando falei a palavra “estranho” eles trocaram olhares preocupados.

Sem dizerem nada, o senhor Amaral subiu as escadas e a senhora Amaral bebeu um copo d'água.

— Only, precisamos de informação. Precisamos de informação.

Cocei a orelha e me levantei. A máscara caiu do meu bolso e rapidamente a peguei. A senhorita Amaral me olhou atentamente, dando até calafrios. Ela sabia de algo.

— É... Onde fica o banheiro?

— Depois da biblioteca.

Fui até lá e tranquei a porta do banheiro. Me olhei no espelho e aos redores.

— Estou dentro da casa de Caetano. Os pais dele sabem alguma coisa, e não sei como vou captura-lo. - Falei baixo.

— Vamos te ajudar. Nos informe sempre que possível.

Saí do banheiro, guardei a máscara no bolso da calça e voltei para sala. O garoto não estava lá, mas os senhores Amaral sim. Me sentei na poltrona e cruzei as pernas, calada.

  A senhora Amaral se levantou e veio até mim. Foi para trás da poltrona e colocou as mãos em meus ombros.

— Sabe, Dayana. Suas roupas são exatamente iguais a de nossa vizinha.

Me levantei.

— Sério? Parece que eu e ela compramos na mesma loja.

— Ou talvez... - Ela se aproximou e Carlo se levantou. Puxou a manga da “minha” blusa e pôde ver a marca “0014”. — Você é uma agente!

— Não... É uma tatua...

Já certa de sua suspeita, puxou a blusa e a calça revelando meu uniforme (Tecido frágil, não?).

Se afastaram. Coloquei minha máscara e flutuei com os punhos cerrados.

— Seu filho atormenta essa cidade, e terá de pagar. - Voei rapidamente para o segundo andar, voando sob a escada.

IDENTIDADE ZEROTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang