Capítulo 43

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— Ande! Estamos curiosos.

— Ok. - Larguei o garfo e limpei a boca com o guardanapo. — Um mutante não previsto atacou, que tinha o poder de causar terremotos...

[...]

— Inclusive, vocês acharam um ursinho que eu trouxe?

— Sim, está com Lanyon.

Me levantei e voltei para a enfermaria. Larguei a bandeja lá mesmo, queria o urso mais que tudo. Se ninguém fizesse o favor de levar minha bandeja até o local apropriado, eu mesma faria depois.

Bati na porta, *TOC TOC* e entrei.

— Licença, Lanyon.

— Pode entrar. Já está melhor? Se alimentou? Não quero correr o risco de ser mordido.

*Risos*

— Já comi sim, não se preocupe. E estou melhor em relação a "não estar passando mal". Mas estou mal, tipo muito abalada em relação a meu psicológico. A propósito, onde colocou um urso que eu trouxera?

— Ali. - Apontou para uma prateleira e pegou. — É seu? — Apertou o ursinho.

— Não. Era de uma menina que... Não pude salva-la. Lanyon, algo aconteceu comigo.

— Como assim?

— Eu... Eu não consegui me teletransportar para salvar a garota do prédio que desmoronava.

— Sente aqui, vou te examinar.

Coloquei o urso do meu lado na maca. Sentei, e esperei Lanyon começar os exames.

Primeiro foi o de sangue, depois um raio-x entre outros.

*TOC TOC*

— Licença, tô entrando! - Disse Garry.

Abri um sorriso ao vê-lo entrar. Lanyon apenas olhou para trás e logo se concentrou de novo nos resultados. Mas pareceu confuso, e tentando extrair informações de sua cabeça ao máximo para entender algo.

— O que faz aqui, Only? Está se sentindo mal? - Indagou Garry, preocupado. Se sentou ao meu lado e me olhou.

— Cuidado! - Gritei pegando o urso. — Você ia se sentar em cima do urso, aquele urso tão significante.

— É esse urso? - Encarou. — Me desculpe.

Balancei a cabeça querendo expressar um "ah, tudo bem".

Lanyon passou as mãos no cabelo e se virou para nós. Confuso, disse:

— Desculpa, Only. Fui além do meu conhecimento nessa área, mas não sei o que fez seus poderes falharem.

— Ah, tudo bem.

— Only, você não contou que seus poderes haviam falhado naquela hora. - Se levantou, Garry.

— Mas o que que tem? Você sabe por que falhou? - Me levantei.

Lanyon também se aproximou para ouvir Garry. Certeza que ele sabia de algo.

— Sim, sei. Only, você é um daqueles meta humanos que seus poderes, não te deixam usá-lo sabendo que algo ruim irá acontecer. Em outras palavras, você não conseguiu se teletransportar porquê, em uma aceleração do futuro, se você se teletransportasse para salvar a garota, seria esmagada junto a menina.

— Como assim? Isso não faz sentido! - Exclamei indignada.

— Eu... Preciso de um copo d'água. - Disse Lanyon saindo da enfermaria.

— Eu sei que não faz muito sentido. É como se seu poder de se teletransportar, soubesse que não daria tempo de sair a salvo, de ter uma vitória, e por isso falhou. É como se o prédio já tivesse desmoronado e você queria se teletransportar pra um lugar já com rochas, onde não via mais o chão. Me entende?

— Consegui compreender por mais horrível que foi essa explicação. Mas enfim, você vem comigo até o hospital visitar meus pais?

— Mas é claro! - Encerrou Garry.

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