Capítulo 28

17 0 0
                                    

Cheguei no quarto do Garry. Mas antes de entrar, parei e respirei fundo. Dei mais um passo a frente, mas não entrei ainda.

— Eu já almocei. Não vou te morder!

Ri. Coloquei alguns fios de cabelo atrás da orelha e entrei tímida. Não sabia como dizer, porque sabia qual seria sua reação: Inaceitável.

— Oi... E aí... Tudo bem?

— Melhor ainda que você chegou! Sabe, às vezes dá vontade de fugir daqui e voltar a trabalhar. - Sorriu. — Estou tão ansioso para treinar contigo de novo...

— Garry, - O interrompi. — eu vou viajar. Tem uma missão pra mim fora do país, e vou ter que ir!

Olhou para o teto, mordeu o lábio inferior, e deixou uma lágrima escapar.

— Eu já sabia.

— Sério? Pelo menos, acredito que você já soube lidar.

— Ah, claro... - Se deitou na cama e virou para o lado esquerdo. — Estou com sono...

— Ok. Mas antes... - Fui até ele e o abracei forte. — Até, Garry.

— Até.

Saí do quarto com pressa. Se eu ficasse mais alguns segundos ou minutos lá, me derreteria em lágrimas.

Desci as escadas e saí do hospital. Olhei para trás, e dei alguns passos de costas. Até! Fui para trás de uma grande lixeira, observei se ninguém curioso olhava para mim, e decolei. Calma, ainda faltam quatro horas, tentei me confortar.

Voei de volta para a área 51, aparentando estar triste e feliz. Fui para meu pequeno quarto, sentando na cama e olhando para os próprios joelhos. Apoiei meus braços na cama do lado de cada perna. Fiquei um bom tempo refletindo se, correria atrás de outro agente para fazer essa missão, ou, já ir para o aeroporto por mais que seja cedo. Lembre-se, não demorará para voltar! Faça logo suas malas, Only.

Bom, que malas? Eu não ganhara malas de viagem. Nem que fosse só duas, ou uma, eu poderia ter, ou ganhar.

*TOC TOC*

Licencinha, Only. - Entrou abrindo a porta devagar, Ruan. — Senti que iria precisar de algumas malas...

— Sentiu ou ouviu atrás da porta? - Indaguei rindo, mas sem vontade. ? — Mesmo assim, obrigado.

— Por nada. Está ansiosa? - Perguntou, mas logo se arrependeu ao ver minha cara. — Ok, não foi uma boa pergunta. Mas se você me acompanhar, mudará seu humor.

Pra pior? Pensei.

— Vamos então. - Encerrei emburrada.

O acompanhei até o local de treinamentos. — Que também era onde eu saia para voar, o tal gramado. Percebi que Ruan estava um pouco nervoso e olhava pra mim muitas vezes. Nunca o olhei de volta, achava desnecessário.

Quando chegamos ao gramado, me deparei com um senhor, talvez? De costas olhando para o céu. Mas, eu conhecia aquela camisa... Aquela postura?

— MÁRIO?! - Gritei com um pouco de certeza.

O senhor se virou, e não é que era realmente ele?

— Dayana, minha menina!

Corri até ele e me afoguei de alegria no seu abraço. Aquele abraço tão maravilhoso. Quando ele ainda trabalhava aqui, recebia quase todos os dias. Mas depois que ele saiu, mesmo sendo à poucos dias, fazia uma falta e tanto!

Fiquei emocionada. Quando parou de me abraçar, passei as duas mãos nos meus olhos secando as lágrimas, mas não adiantou, já que continuava a sair lágrimas.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now