Capítulo 17

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— Como estão as feridas, Only? - perguntou Garry.

— Um pouco dolorosas. Mas o que importa é que toda aquela gente está bem. - *suspiro* — E o Lucas?

— Ameaçando os guardas sem parar.

*Risos*

Sai da enfermaria com vários esparadrapos no corpo inteiro  (resultado das agressões). E por onde passava, me chamavam de "heroína". Era uma alegria imensa ser reconhecida, mesmo sendo pelo pessoal do meu trabalho.

Graças aos exames e alguns medicamentos, aquela dor por conta do Saizol, nunca mais deu sinal de vida. E se ainda continuasse, me atrapalharia nas missões como atrapalhou na última.

Fui até o Mário no laboratório central. Lá estava ele, atarefado e orientando os outros cientistas. Fui até ele, coloquei a mão em seu ombro arrancando-o um grande sorriso.

— Oh, Only. Minha menina! Como está? - Dizia enquanto me abraçava.

— Estou bem, e o senhor?

— Muito bem!

— Alguma missão?

— Por enquanto não. Pelo menos não pra você. Os outros agentes estão cuidando de casos fora do país.

Nossa, quero ir também! Pensei. Mas enquanto meus pais estiverem nesse estado...*Suspiro* Infelizmente não poderia ir.

Fui até meu pequeno quarto descansar. Me joguei na cama, mas parecia que eu não queria descansar. Era preciso, mas não queria. Resolvi tentar dormir um pouco, o qual a ideia não foi sucedida também. Me agitei de um lado para outro, tentando dormir. Mas cheguei a conclusão que meu interior não queria.

Troquei de roupa, colocando: Uma jaqueta de couro preta, uma calça de moletom preta com listras brancas dos dois lados e, calcei um sapato branco. Não queria tirar o uniforme, então, só coloquei algumas peças por cima.

Estava indo para o campo aberto, pronta para voar em direção ao hospital. Mas Garry... ah, Garry...

— E-e-e-ei! Onde vai?

— Estou indo visitar meus pais.

— Ah, claro. Mas antes precisamos conversar.

— Não pode ser depois?

— Agente não tem essa de depois, Only. Entenda! É como ter uma missão e dizer que em uma hora vai...

— Ok, ok! Já entendi. Vamos, mas rápido!

Entrei novamente. Não fazia ideia de onde Garry queria me levar, e o porquê. Mas para não ficar naquele silêncio tedioso, início um assunto:

— Hum... E aí? - Falei colocando alguns fios de cabelos atrás da orelha, e abrindo um pequeno sorriso. — Como vai a vida?

— Movimentada.

— Algum esquema com alguma mulher? - Disse enquanto o cutucava com as mãos.

— Only, por favor.

— Você é tão cara fechada, Garry.

— Sim, sou. Meu trabalho é o que importa. E aliás, não se esqueça que tenho uma esposa.

— Garry... Sua esposa... Ela deixou um recado pra você, vindo até a área 51.

— Mas, como? Ela não sabe a localização. Ou pelo menos, não sabia... Mas enfim, qual é o recado?

— Eu não sei se devo te dizer... - Falei virando as costas. — Irá te decepcionar. Melhor ouvir dela mesma, Garry.

E não demorou muito pra que ele fosse até o telefone e ligasse para sua mulher.

*Chamando*

— Amor?

— Ah, Garry. Não me chame assim, por favor.

— O que houve? Nossa filha está bem?

— Sim, ela está. E melhor ainda na companhia do Rafael.

— Seu... Ex?

— Sim. Acabou, Garry. Você não tem tempo para nossa família, e sua filha... Ela me perguntava onde estava o pai todos os dias. Na companhia do Rafael, você não faz falta. Um beijo, se cuida!

Ele desligou o telefone devagar. Seus olhos se encheram-se d'água, o deixando decepcionado e surpreso. Se sentou na cadeira, e pediu pra eu sair.

— Ok. Depois... Nos vemos. É... Já vou indo.

IDENTIDADE ZEROWhere stories live. Discover now