Transbordo, logo escrevo.

XXXIV

Eu sei que dói.

Dói, né? Ver a pessoa que você ama nos braços de outro, tirando fotos com sorrisos lindos, eternizando momentos que um dia você teve, parecidos, claro. Nada é igual. Eu sei que dói ver elx fazendo as coisas preferidas longe de você, sem nem lembrar que você já esteve ali.
Sei que dói lembrar que você não é mais o motivo da insônia, do sorriso, muito menos do bom humor. Eu sei que dói não passar de uma lembrança. Mas, você lembra, né ? Quando estava aqui, do teu lado e você não tinha tempo? Eu sei que lembra. Você se arrepende. Tempo você tinha, faltava era mais vontade, mais vida, mais amor. Não, eu não te julgo. Fiz o mesmo e hoje sinto a dor da perda de um amor. Sabe qual a nossa diferença? Eu perdi o meu, o próprio.
Fico feliz que estejas transbordando de si, quando a gente tá assim é sempre bom ter alguém. É uma pena, você perdeu pelo que dizias ser perda de tempo.
Era perda de tempo mesmo, perda de tempos felizes, raros, eloquentes, ardentes e únicos. Você perdeu o amor uma vez ou várias, espero que não perca de novo. Desejo-te sorte, vida e vontade, de viver, de ser e de amar.
Amar como nunca, porque de pessoas mínimas o mundo tá cheio, seja máximo, mais, muito.