Transbordo, logo escrevo.

CXLV

Me leva, amor.

Perdoa, amor. Meu egoísmo bate mais forte que meu coração quando você tá perto. E eu já não sei mais controlar. Eu queria poder te dizer que tô pronta pra um relacionamento como o que queremos ter. Mas eu tô machucada. Meu coração bate, mas leva nocaute quando se fala de amor. E, eu ainda duvido dos meus sentimentos por mim, por que não duvidaria dos seus? Eu sei. O futuro não me pertence, mas o presente me assusta. Eu sei que você não quer que eu corresponda às tuas expectativas, mas eu quero corresponder às minhas. Eu quero saber que não vou me sentir insegura quando você não me der bom dia. Eu quero ter certeza de que não vou esperar você me marcar em todas as coisas românticas que existem nas redes sociais. Eu quero conseguir dormir bem sem receber o teu boa noite. Quero olhar nossas fotos e ter certeza que fiz a escolha certa de um "nós". Quero a reciprocidade que sei que a gente tem. Eu quero conseguir não depender de você e dos seus sentimentos. Eu quero saber que vou entrar e sair ilesa de qualquer coisa que possa chegar a acontecer. Eu preciso estar preparada pra um término, sem encara-lo como fim de coisas boas. Quero sorrir quando ouvir teu nome pós-término. Quero não ter que te bloquear e tampouco excluir da minha vida e redes sociais. Eu quero estar pronta pro mundo colorido que sei que vamos criar, apesar de preferir preto e branco. E, confesso, caso eu nunca me sinta pronta, perdoa meu atraso e me carrega. Seja na vida, seja no coração. Mas me leva. Me leva pra passear no que teus olhos me indicam quando brilha. Me leva pra morar no teu abraço nas tardes ensolaradas de agosto. Me leva pra me ensinar a iluminar a tudo, que nem teu sorriso faz em todo lugar que passa. Me leva pra ouvir a melodia que teu corpo canta quando se encontra com o meu. Me leva pra te abraçar e respirar fundo de alívio sempre. Me leva pra conhecer o que você mais admira, inclusive aquela manchinha no corrimão daquela escada em formato de raio que você jurava ser o único a ver. Me leva pra deixar a vida tão doce quanto a nossa mistura de morango e brigadeiro do sábado à noite. Me leva pra nunca assistir filme quando você me convidar. Mas me leva com você, amor, seja pra onde for.