Transbordo, logo escrevo.

CXI

Que porra você ainda está fazendo aqui?

Eu risquei teu nome do meu caderno, apaguei teu contato da minha agenda, apaguei as fotos do celular(estão no meu computador, confesso), e mudei o lugar que vou depois da aula. Mas,diz pra mim, que porra você ainda está fazendo aqui? Você me bloqueou das suas redes sociais, não foi? Por que continua aqui? Por que não consigo te bloquear no meu coração? Por que te encontro em meus sonhos depois de tantos desencontros? Por que prendo a respiração sempre que cruzo meu caminho com o teu? Por que fujo de toda e qualquer nova possibilidade de contato? Por que você ainda tá aqui, caramba? São 3 anos, 29 dias, 2 horas e 3 minutos que você saiu pela porta dizendo que queria um tempo. Sem mensagem, sem consideração, sem ligação e sem amor. Faz tanto tempo que você cortou relações que não sei se queria, mas conseguiu me cortar. E, me cortou com a faca mais cega e enferrujada que encontrou porque ainda dói. Você continua sendo ferida aberta e assunto proibido na minha roda de amigas. Continua sendo meu desequilíbrio quando te vejo atravessar a rua, porque você não tá vindo na minha direção. Tenho dúvidas até se você caminhava ao meu lado. Você continua sendo motivo das minhas crises e lamentações. Continua sendo o eu-lírico dos textos que escrevo, o amante ideal, o homem ideal. Tudo aumenta quando te vejo sozinho, sem ninguém por perto, e, mesmo assim, não me quer por perto. Que porra você ainda faz aqui? Por que não consigo esquecer o jeito que você balança a cabeça quando discorda de algo? Por que consigo lembrar perfeitamente da frase "Eu vou estar aqui sempre que você precisar.", dita a sussurros depois de um abraço apertado e lágrimas desenfreadas? Por que você vive em mim mais do que a força que eu tenho de viver? Que porra você ainda faz aqui? Por que teu cheiro de perfume barato não sai do meu nariz, e, todo e qualquer cheiro parecido me atinge como eu lembro de ter te atingido? Você me chamava de avalanche, mas sempre teve medo da neve. Você me chamava de anjo porque talvez soubesse que seria o meu demônio. Você me chamava de amor, mas deixou de me amar antes mesmo de começar.