LXIII

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Bêbada por tua causa.

Você estava lindo aquele dia, na festa, sua barba por fazer, cabelo cortado baixo próximo a orelha, alto em cima porque eu adorava mexer, ou melhor, porque você adorava mexer. Você estava na mesa 7. Número da perfeição, número que eu sempre relacionava a você e a nós. A brisa leve e o cheiro de cigarro da garota ao lado estavam me deixando mais tonta. E no meio dos meus devaneios eu sempre lembrava você. Eu sempre te relacionei a tudo. Mas, desde Janeiro eu parei, afinal, já faz 1 ano,não parei porque queria, mas porque precisava.
Acordei todos os dias de ressaca. Bebi tequila, whisky, tudo de mais pesado e forte. Me lembrava o nosso amor. Bebi saudade. Embriaguei-me em você. E adivinha? As duas últimas nunca passaram. Você nunca passou. Porque eu nunca deixei. Eu sempre te manti preso a uma corrente que só eu via. Você nunca soube. Mas esteve sempre aqui. Eu acreditava que você estava. Mas eu não deixava você ir, a cada nova dose era em você que eu pensava. "Eu bebi saudade a semana inteira pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber." Nunca achei que Esteban me resumiria tão bem. Continuarei bebendo saudade e vou conviver com a ressaca do amor. Mas, antes do fim, queria completar que, como sempre, eu passei a semana me embriagando no cheiro do teu perfume, no gosto do teu beijo e na força do teu toque e do meu sentimento. Mas, é uma pena, diferente do que diz a música, você sabia o que queria. E, não me quis.

Transbordo, logo escrevo.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora