Transbordo, logo escrevo.

CLXXXII

Você pisa
no que sabe
que eu me importo
como se fizesse
parte do teu caminho
fechar o meu.
Você pergunta
o que já sabe
como se precisasse
da afirmação
que você só pede
quando convém.
Você fala
de como somos
de uma forma
que nunca seremos.
Você grita
e eu não te escuto
porque por mais que eu repita
você não é meu escudo.
Eu sou castelo,
princesa, rainha
dona de tudo
dona de mim
e você não sabe lidar
com verdades assim.
Você me abraça
e diz que pra sempre
aqui vai estar
é a sua trapaça
no teu jogo de amar.
Mas eu não brinco contigo
e não deixarei que brinques comigo
eu faço o que digo
e amor não mendigo.
Não peço que se importes
na mesma proporção
só peço que cuides
do meu coração.
Porque só estar em tuas mãos
porque eu permitir
mas a qualquer momento
de ti eu posso ir.
Eu te peço respeito
ao que me bate no peito
peço atenção
ao que entende
tua intenção.
Você me toca
e eu deixo
você me mostra teu universo
e eu agradeço
Mas não penses
que porque tu gostas
eu devo gostar
Que porque tu não liga
eu não vou ligar
Somos diferentes,
o que eu sinto, não sentes
é fato.
Mas não faça da nossa peça
nosso último ato.