1: Prólogo - O que vai ser?

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Lee Jooheon Nomura, 26 anos, Kobun (filho adotivo) de Satoru Nomura e consequentemente pertencente a quarta maior família da Yakuza (a maior organização criminosa do mundo, a máfia japonesa), a Towa Yuai Jigyo Kumiai (東亜友愛事業組合), ou mais popularmente conhecida: Towa-kai (東亜会).

Towa-kai tem mais de mil membros e é dividida em 6 clãs. Seu Oyabun (pai) atual é o Satoru Nomura. Fundada em 1948 por Hisayuki Machi, de origem coreana, e por isso é composta principalmente por membros de ascendência coreana.

A estrutura da Yakuza é piramidal, com um líder no topo e diferentes posições abaixo dele. No topo está o Oyabun (pai). Abaixo dele está o Kobun (filho adotivo) e sua relação com o Oyabun é de lealdade incondicional e obediência cega. Em troca, o Kobun recebe proteção e favores de Oyabun.

Abaixo está o Saiko-Komon (administrador do clã), o Wakagashira (gerente do clã) e Shateigashira (segundo gerente do clã). Abaixo deles estão o Shingin (assessor), Kaikei (contador) e por último, os Kyodai (irmãos mais velhos), os Shatei (irmãos mais novos) e os Wakashū (jovens líderes).

Jooheon foi adotado muito novo — aos 7 anos — e com isso acabou se acostumando rápido com os métodos da Yakuza, tendo uma hierarquia invejável na organização. Facilmente conseguia o que queria, entretanto também possuía grandes responsabilidades e deveres a cumprir, já havia se acostumado com as constantes exigências de seu pai. Para o homem ele era seu herdeiro, braço direito e um de seus homens mais experientes e habilidosos, portanto era normal que ele fosse mandado à maioria das missões, principalmente as mais complicadas.

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O barulho repentino de uma música country rock do início dos anos 80 ecoou pelas paredes do escritório e despertou abruptamente o rapaz de cabelos castanho-escuros de seu sono. Soltando um xingamento por ter batido o cotovelo no braço da cadeira, estendeu a mão e alcançou seu celular ao lado de seu notebook. Era o gerente de seu pai.

— Seung-hyun, o que devo a honra de sua ligação ás... — Olhou para o relógio digital ao lado da porta. — Oito e Trinta e Sete da manhã?

Seung suspirou como se lidar com Jooheon o deixasse extremamente exausto. — A reunião. Você está atrasado. — E desligou o celular.

— Merda. — Soltou exasperado.

Com um pulo levantou-se de sua cadeira estofada — não foi uma boa ideia, ele descobriu que dormir em sua mesa de trabalho não era confortável —, atravessou a porta de seu escritório doméstico correndo pelo corredor de seu apartamento até chegar a suíte principal e atacar o guarda-roupa. Se tinha algo que Jooheon era realmente bom, era em esquecer-se dos compromissos relacionados a empresa de seu pai, onde era filial. Sem tempo para tomar banho, apenas trocou suas roupas casuais para uma camisa de linho branca e um blazer cinza por cima, calça jeans surradas e tênis fechado de ocasião. Penteou os cabelos com os dedos e com a escova de dentes na boca e uma pasta abarrotada de papeis desorganizados correu para o elevador, com a porta fechando automaticamente atrás de si com um simples "bip".

Ele morava no hotel do shopping principal de Gangnam-gu, a mensalidade era cara, mas nada que o filho de um CEO/Chefe da máfia japonesa, não pudesse pagar. Por ser no shopping, o movimento era sempre constante, o elevador agora possuía mais quatro passageiros que indiscretamente o encaravam.

Tirou a escova da boca para falar — Tem alguma coisa na minha cara?! — Perguntou em tom desafiador.

No mesmo instante os olhares se dissiparam. As portas se abriram no térreo, Jooheon desceu apressado e jogou a escova na lixeira mais próxima. Sempre se pode comprar uma nova.

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