44: E na crise vemos o que realmente temos

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— Você tem certeza de que Incheon é o melhor lugar para começarmos? — SungJoo perguntou com as costas encostadas na cabeceira de sua cadeira. Yoosu estava confortavelmente apoiado com as costas no batente da janela do segundo andar da biblioteca.

— É claro que eu tenho certeza, senão nem teria proposto. — Hyungwon disse com calma, mas com certa irritação. — Incheon é perto e também é considerada a capital do movimento sorrateiro, é um ótimo lugar para se esconder.

Yoosu tinha uma taça prateada de vinho em uma mão e parecia distraído rodeando o líquido arroxeado sobre a prata, mas então parou e tomou um gole. — Incheon é mesmo considerada a capital do movimento sorrateiro, de fato, mas... — Se desencostou do batente da janela e se aproximou alguns paços até perto da grande mesa de centro, coberta por mapas e livros. Fitou seu olhar em Hyungwon com um sorriso de canto. — Por que você acha que um fugitivo e aspirante a traidor estaria em um local tão movimentado e perigoso, hum?

Hyungwon estava de pé de frente para uma das extremidades da mesa, oposta à de SungJoo, devolveu o olhar a Yoosu e também sorriu de canto. — Veja bem, não temos nenhuma ideia de onde ele esteja e eu também acredito que Minhyuk não seria burro de se esconder em um local tão movimentado, mas bem, não temos muita pista de seu paradeiro e eu acredito que Incheon, sendo tão movimentada, é um bom lugar para começarmos, afinal lá é de onde vem o principal foco de suas informações e informantes, não é? — Sorriu um pouco mais para Yoosu, que o analisava cautelosamente, tentando arrancar alguma informação sublime de seu comportamento perfeitamente não suspeito. — Aposto que podemos conseguir alguma pista por lá. Claro, se você acha que não será útil nessa missão, fique à vontade para deixar a sala.

— Falando assim parece até que quer se livrar de mim. — Sorriu mais, mas Hyungwon não mudou seu semblante calmo. — É claro que eu serie útil nessa missão, caso contrário Kakuji não teria me nomeado para ela. Assim como SungJoo foi chamado por suas habilidades com os cães, você sabe. — Yoosu mirou o olhar para SungJoo sentado olhando para os dois, meio confuso com aquela batalha intelectual que tinham. Kim Yoosu voltou a fitar o Chae. — Hoseok é ótimo rastreando pessoas, e você. Ah, isso me faz levantar uma questão. Ou melhor: duas.

Hyungwon riu curto, parecendo despreocupado, e cruzou os braços. — Quais questões, Yoosu?

— Bem, primeiramente, onde está Wonho que não está aqui com a gente discutindo essas importantes decisões? — Perguntou com certo sarcasmo.

Deu de ombros, despreocupado. — Já liguei e ele disse que estava ocupado. Você sabe como ele é, deve estar ocupado com alguma garota.

— Ou garoto. — Sugeriu depressa e os ombros de Hyungwon ficaram tensos, mas logo relaxaram.

— Claro, ou talvez os dois ao mesmo tempo. — Sorriu, novamente demonstrando despreocupação. — Mas por que a relação sexual de Hoseok importa mesmo?

O Kim riu soprado e soltou a taça em cima da mesa. — Essa é uma ótima pergunta. Você não saberia me dizer?

— Está insinuando algo? — Descruzou os braços como se estivesse frustrado. — Se tem algo para me falar, diga logo e não enrole.

— Insinuando algo? Imagina. — Sorriu e estalou o dedo indicador com o polegar. — Ah, é mesmo. Quase esqueci da segunda questão.

— Do que você está falando, Yoosu? — Sung parecia intediado. — Qual a segunda questão?

Tirando os olhos de Hyungwon, o Kim fitou SungJoo e então voltou para o Chae. — A segunda questão é o porquê Hyungwon está nessa missão e mais precisamente a liderando.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now