30: Penetras

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Shownu subia as escadas apressadamente. Son precisava encontrar Minhyuk, ele não podia encontrar com Wonho. Não é como se não quisesse que Minhyuk descobrisse a verdade logo, mas aquele não era um bom momento e nem uma boa forma. Ele ficaria arrasado.

Continuou subindo lances de escadas, por vezes pulando os degraus de dois em dois. Quando estava prestes a ir para o quarto andar, encontrou o Lee nas escadas do terceiro. Shownu parou de andar ao avista-lo. Minhyuk estava sentado no chão encostado na parede, onde as escadas quebravam e davam dois metros de piso reto, antes de se formarem degraus novamente.

Por um instante Shownu ficou congelado com a cena. Minhyuk derramava lágrimas pesadas e arfava como se não conseguisse respirar. Ele batia o punho no peito, aparentemente achando que seria suficiente para o coração parar de doer. Shownu não conseguiu mais ficar olhando sem fazer nada, e foi quando se aproximou de Lee e se agachou a sua frente. Não era uma tarefa difícil levando em conta que Minhyuk estava com as pernas encolhidas.

O primeiro a reagir, por incrível que pareça, foi Minhyuk, que levantou o rosto e fitou o mais velho.

— Você tinha razão. — Falou tão baixo que Son quase nem escutou.

Para o moreno não precisou ser dita mais nem uma palavra. Ele pôs as mãos na lateral do rosto de Minhyuk e o puxou para um abraço, sem dizer absolutamente nada. O Lee também não disse nada, apenas enlaçou os braços nas costas do maior da forma mais confortável possível e deixou as lágrimas, agora silenciosas, aguarem a camisa de Son.

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— Eu não vou deixar você atirar nele.

— Chang, por favor... — Engoliu em seco. — Sai da frente.

— Não! — Falou firme.

Gun estava ajoelhado no chão extremamente surpreendido pela cena presenciada. Jooheon quase atirara em si e Changkyun de braços abertos o defendendo. O mais chocante e inacreditável era ver o Lim o defendendo de Jooheon, a quem Gun tinha certeza que Chang gostava.

Jooheon fechou os olhos com o cenho franzido. — Ele matou Takada. — Falou baixo, tentando controlar as próprias emoções com a comprovação do óbvio.

Por um momento Changkyun hesitou, mas permaneceu na mesma posição. — Você não sabe se foi ele.

Riu desacreditado. — Eu tenho certeza que foi ele. A bala que matou Takada é do mesmo calibre da arma desse... — Rosnou sem conseguir completar o insulto.

— Não foi ele que o matou.

— Você conhecia o Takada, como pode estar do lado dele? — Falou com certa decepção na voz.

Chang vacilou e engoliu a seco. Olhou para o corpo caído mais atrás de Jooheon e para Gun ferido ainda atordoado com tudo que estava acontecendo. Seus olhos se cruzaram e Changkyun suspirou, se voltando novamente para Jooheon.

— Não foi ele. — Repetiu.

Jooheon tinha a mão livre cerrada ao lado do corpo, e tremendo levemente. Changkyun notou isso. — Por favor. — Sua voz estava baixa. — A morte dele não pode ser em vão.

— Eu não vou sair. Se quiser atirar nele... vai ter que atirar em mim também. — Olhou firme para o Nomura.

Engolindo a seco, Lee olhou para trás, vendo o amigo falecido no chão e então voltou-se para frente novamente, olhando para Gun que o encarava com uma expressão indecifrável e para Chang, que agora já tinha abaixado os braços, mas continuava na mesma posição. Por um instante ele se perguntou porque gostava tanto de Changkyun e se valia a pena defender alguém a quem só beijou uma vez e que claramente não ligava para a Towa e nem para ninguém de lá. Seu amigo estava morto e a única coisa que podia fazer agora era se vingar. Estava entre a honra e memória de seu amigo e colega e ao sentimento confuso a Changkyun, alguém que mal conhecia. Parecia injusto com Takada abrir mão disso por um "relacionamento" tão novo e instável. Entretanto, com todas essas afirmações, ele abaixou a arma. Fez isso com os olhos fechados e só os abriu quando sentiu que nenhum líquido escorreria deles.

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