4: Primeiro dia no inferno

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- Você pode usar o quarto de hóspedes, é o terceiro quarto a direita. - Jooheon passou o cartão na porta a abrindo. - O banheiro é no final do corredor.

Chang assentiu e entrou, foi direto para o quarto, soltando sua mala e bolça em cima da cama. Pegou algumas peças de roupa, sua toalha e a escova de dente, não fez cerimonia e entrou no banheiro. O banheiro era enorme, com uma ducha em um box de vidro espaçoso, os azulejos eram extremamente brancos e da metade para baixo da parede eram cinza, a pia de mármore também era grande, com uma torneira que era acionada automaticamente ao pôr a mão debaixo dela. O espelho era compacto na parede como um mine closet e abria como uma porta de correr e o vaso sanitário... bem, era um vaso normal, exceto pelos botões que aqueciam a borda do sanitário, ou jogava jatos de água e até mesmo tocava uma musiquinha. Fora isso era completamente normal.

Enquanto Changkyun tomava banho, Jooheon resolveu preparar algo para comer, embora não fosse um excelente cozinheiro, arriscou preparar um macarrão com almondegas. Não demorou muito para ficar pronto, foi o tempo exato para Changkyun sair do banho. Como ele havia ido direto para o quarto, Jooheon resolve ir chama-lo. Ele estava quieto desde o minuto em que Jooheon falou para parar de fazer perguntas. Ele achava que a culpa poderia ser sua.

- Hey, eu preparei macarrão. - Bateu na porta.

- Não estou com fome.

Jooheon achou estranho, então insistiu. - Você não comeu nada o dia inteiro.

A voz de Chang saía abafada. - Estou bem.

Jooheon suspirou e desistiu. Voltou para a cozinha e comeu uma pratada de macarrão e suco natural de laranja. Ele tomou um banho e já estava pronto para ir dormir, mas se sentia estranhamente mal pelo rapaz, então preparou um sanduiche e serviu um copo de leite. Colocou ambos em uma bandeja e largou no pé da porta do quarto de Chang. Bateu na porta sem receber resposta alguma e se retirou para seu quarto.

Os sentimentos e emoções de Chang estavam todos embaralhados. Ele quase foi morto por seu paciente, entrou em uma mansão cheia de criminosos, onde provavelmente teria que viver se quisesse sobreviver, encontrou o próprio Oyabun da Towa-kai, coisa que só havia escutado falar (e não eram coisas boas), e para completar, teve uma arma apontada para sua cabeça, quase perdeu a vida pela segunda vez no mesmo dia e viu um homem morrer bem diante de seus olhos e agora estava no quarto de hospedes do assassino. Chang já presenciou muitas mortes como médico, mas aquilo era diferente. Lim defendia a vida e lutava para salvar as pessoas, Jooheon apenas puxava um gatilho, ação muito mais fácil e rápida do que passar oito horas ou mais, operando em uma sala gelada.

Ele sabia que deveria ficar grato a Jooheon por ter salvo sua vida mais uma vez, mas ele só conseguia se sentir assustado. Em um quarto que não é seu, no escuro e sabendo que amanhã ou depois poderia levar um tiro na cabeça só por respirar. Changkyun estava deprimido, assustado e cansado, mas nem por isso conseguia dormir.

Ouviu batidas na porta, mas não respondeu, quando ouviu os passos de Jooheon se afastando e a porta do cômodo ao lado abrindo e fechando, Chang se levantou. Foi até a porta de seu quarto e a abriu, deparando-se com uma bandeja com um sanduiche e um copo de leite aos seus pés. Olhou para os dois lados, apenas para conferir, e juntou a bandeja, levando-a para o quarto e apreciando a comida. Ele estava louco de fome, mas não admitiria para Jooheon. Na verdade, ele nem sabia se conseguiria olha-lo depois do que ele fez. Se sua fome não fosse enorme, ele já haveria perdido o apetite só de lembrar da cena de mais cedo.

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Kihyun ficou contente com a missão bem-sucedida, mas nada tirava da sua cabeça que Kakuji estava escondendo algo. Como Oyabun isso era normal, esconder informações dos membros, mas Kihyun não gostava da ideia de arriscar sua vida por um objeto retangular e nem poder saber o que é. Perguntou-se se Gun, como Kobun de Kakuji, sabia do que se tratava.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now