36: Coração disléxico

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A tarde estava sem nenhuma nuvem, o vento soprava fresco e as pessoas já se recolhiam para dentro de suas casas. Hyungwon havia saído para ir atrás de Kihyun e ver como ele estava, mas não o encontrou e, como não aguentava mais ficar sem fazer nada, foi até a casa principal se informar do assunto da reunião e suas pautas. Gun havia voltado para casa assim que a reunião acabou, mas não encontrou Changkyun lá. Aliás, não encontrou ninguém.

O rapaz mandou uma mensagem para o Lim e foi tomar um banho não muito demorado. Estava agora sentado no sofá da sala, de braços cruzados e olhando fixamente para uma televisão desligada.

Ele não havia pensado muito sobre nada, mas aproveitou o silêncio da residência para pôr a cabeça em ordem e pensar sobre todo o ocorrido dos últimos dias. Ele sinceramente não sabia o que sentia por Changkyun, apenas que sentia atração por ele, mas isso por si só não significava nada. Entretanto, o que realmente não saía de sua cabeça era Kihyun e as palavras lhe ditas na noite anterior.

Gun reconhecia que havia sido bastante idiota, mas ele sempre foi alguém que agia mais pela emoção do que pela razão, sua emoção momentânea muitas vezes o fazia ter ações e atitudes que, em seu estado racional, reprovaria. E agora que seu lado racional e sensato estava ativo, ele se via pensando na forma que tratou Kihyun. Song não sabia o que estava sentindo em relação a isso, ou em relação a ele, mas sabia que precisava concertar a burrada que fez. Se lembrou do dia em que Kihyun voltara do Japão e se confessou para ele, confirmando suas suspeitas. Havia prometido para o Yoo que seria um cara legal e não o magoaria mais, mas só o que fez foi o magoar.

Ele conhecia Kihyun a um bom tempo, mas mesmo assim, sentia como se não soubesse nada sobre ele, e com esse pensamento lhe veio a lembrança de sua fala: Você nunca notou minha existência antes. Parando para analisar, ele notou que talvez soubesse tão pouco sobre ele justamente porque não o notara. Gun desconfiava a um bom tempo que Kihyun nutria sentimentos por si, mas decidiu ignorar e não procurar saber. Depois que Kihyun confessou para Gunhee que gostava dele, ele ficou indeciso e sem saber o que fazer com essa situação e, agindo novamente pela emoção, acabou aceitando sua proposta, achando que assim poderia se redimir por negligenciar seus sentimentos, mas ele desperdiçou a chance de se redimir e nem ao menos se esforçou muito para compensar o outro. Aquela provavelmente foi uma péssima ideia, de aceitar sua proposta, mas já que aceitou, deveria ter levado mais a sério, e não acabar piorando ainda mais a situação.

Suspirou e bagunçou os cabelos, se sentindo o maior idiota de todos. Agora Gun se sentia extremamente culpado. Mesmo não sabendo muito sobre Kihyun, sabia que ele era alguém determinado, orgulhoso e teimoso. Ele não demonstrava seus sentimentos, não era carinhoso, não deixava que ninguém o visse chorar e não se abria para as pessoas, mas Gun se lembrou e notou de o quanto Kihyun parecia sempre o defender. De como ele era atencioso e carinhoso com sigo e que, mesmo odiando chorar na frente dos outros, já havia chorado na frente de Gun. Com isso em mente, o Song começou a pensar que tinha sido muito injusto com Kihyun.

Quanto mais pensava sobre, mais se sentia péssimo. Ele sabia que precisava se redimir de alguma forma, mas duvidava que essa fosse ser uma tarefa fácil. Kihyun costumava guardar rancor, mas se tratando de Gun, muitas vezes deixava esse critério de lado, entretanto, depois de tudo que aconteceu, o Song começava a achar que dessa vez não seria dessa forma. Gun queria se redimir, mas não queria acabar piorando ainda mais a situação, como fez ao aceitar a proposta do Yoo, e agora ele simplesmente se via sem saber o que fazer e pensando que não merecia perdão algum. Pensou, também, que se tivesse escutado Kihyun e deixado para conversarem uma outra hora, as coisas não estariam assim.

Black X WhiteWhere stories live. Discover now